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Vendas no varejo crescem 0,8% em outubro, diz IBGE

Publicado em 19/12/2012
Vendas no varejo crescem 0,8% em outubro, diz IBGE

As vendas no comércio varejista brasileiro registraram avanço de 0,8% em outubro

As vendas no varejo brasileiro subiram no maior ritmo desde julho passado, com crescimento pelo quinto mês seguido em outubro, indicando que a recuperação da atividade pode estar acontecendo em meio às medidas do governo para dar suporte à demanda.

Em outubro, as vendas do setor aceleraram a alta a 0,8% sobre setembro, quando haviam crescido 0,3%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Em julho, a expansão havia sido de 1,3%.

Já na comparação com o mesmo mês de 2011, houve elevação de 9,1% em outubro nas vendas, com a renda e o emprego em alta sustentando o consumo.

Analistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters previam que as vendas registrariam alta mensal de 0,9% em outubro e de 9% sobre outubro de 2011.

O consumo está mais diluído ao longo do ano e as pessoas não esperam o décimo terceiro (salário) para consumir – afirmou o economista do IBGE Reinaldo Pereira, explicando a aceleração na alta das vendas em outubro.

Para analistas, no entanto, a melhor recuperação do varejo ainda demanda cuidado, já que está baseada em medidas pontuais de estímulos feitas pelo governo, como redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca.

Ainda é preciso ficar cauteloso. Não vejo uma trajetória sustentada de expansão das vendas que poderia beneficiar a produção industrial – disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubish, Mauricio Nakahodo, lembrando que o alto endividamento do consumidor limita continuidade da expansão das vendas.

Crescimento
Segundo o IBGE, das oito atividades que compõem o índice, cinco registraram crescimento em outubro sobre o mês anterior, com destaque para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com alta de 18,4%; Livros, jornais, revistas e papelaria, com 5,2%.

As vendas de Móveis e eletrodomésticos avançaram 1,4%, enquanto que as Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 0,4%.

Na ponta oposta, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registraram queda de 0,1% e as vendas de Tecidos, vestuário e calçados, recuaram 2,2%.

Na comparação anual, ainda segundo o IBGE, todas as atividades registraram expansão, sendo que Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram alta nas vendas de 6,7% e Móveis e eletrodomésticos, de 13%. Já as vendas de equipamentos e Materiais para escritório, informática e comunicação avançaram 16,6%.

O crescimento de apenas 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre mostrou que a economia brasileira ainda não havia conseguido acelerar, devido principalmente à pior retração dos investimentos em mais de três anos.

A aceleração nas vendas no varejo em outubro era esperada, já que outros indicadores já apontavam para esse movimento e reforçam a percepção de que a economia está crescendo de forma gradual.

As vendas de supermercados, que representam cerca de metade do índice restrito de vendas no varejo, tiveram alta de 2,2% em outubro ante setembro, segundo a associação nacional do setor Abras.

Automóveis
Em relação às vendas do comércio varejista ampliado – que inclui o setor automotivo e material de construção –o IBGE informou houve alta de 8% em outubro ante setembro, o melhor resultado desde junho de 2009 (+8,8%), quando também houve redução do IPI para estimular da economia.

Neste caso, o desempenho foi impactado pelo segmento de Veículos e motos, partes e peças, com alta de 13,3%. Já as vendas de materiais de construção tiveram expansão de 2,8% no período.

Na comparação com o mesmo do ano passado, as vendas de veículos aumentaram 24%, devido, segundo o IBGE, “à política de renúncia fiscal do governo elaborada a partir da redução do IPI para os veículos.”

Em outubro, as vendas de veículos subiram 18,6%, após o governo prorrogar a extensão da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do setor até o fim do ano.

Para Pereira, do IBGE, os resultados de agora já garantem uma melhor performance do setor neste ano comparado com 2011, quando as vendas cresceram 6,7%. Com isso, acrescentou ele, o fechamento de 2012 deve ser aproximar dos dois dígitos.
Mais informações sobre o comércio varejista.

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