Vendas a prazo caem pelo segundo mês consecutivo, mostra indicador SPC Brasil
Publicado em 06/05/2014
Vendas a prazo caem pelo segundo mês consecutivo, mostra indicador SPC Brasil
Menor otimismo com as perspectivas econômicas afeta resultado do varejo. No acumulado do quadrimestre, as vendas a prazo já acumulam perda de 1,12%
O número de consultas ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que reflete o nível de atividade no comércio para compras parceladas, repetiu o comportamento de baixa verificado no último mês e recuou 4,42% no mês de abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Este é o pior resultado da série histórica, que começou em janeiro de 2012.
Na avaliação de Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o resultado é consequência do desaquecimento da economia como um todo, influenciado principalmente pela escalada dos juros, pela inflação no limite da meta e pelo menor crescimento da renda do trabalhador.
"O cenário econômico é desfavorável e a inflação está comprometendo o poder de compra dos brasileiros. Os juros estão mais caros e a massa salarial já não cresce com tanto vigor como nos últimos anos, o que foi fundamental para aquecer o consumo interno. Exemplo disso é que para o Dia das Mães, segunda data mais importante para o varejo nacional, projetamos um crescimento de apenas 3% das vendas, o resultado mais fraco dos últimos cinco anos", avalia Pellizzaro Junior.
A perda de fôlego nas vendas a prazo também se repetiu no resultado consolidado do ano. No acumulado dos quatro primeiros meses, frente a igual período de 2013, as vendas somam uma queda de -1,12%.
Comparação mensal
Na comparação com março deste ano, as vendas a prazo apresentaram alta de +1,54%. Os economistas do SPC Brasil explicam que as vendas tradicionalmente crescem menos em abril do que em março, por conta do efeito base de comparação: em março, as compras costumam crescer mais de 10% após a queda em fevereiro. Em 2014, contudo, isso não aconteceu: o crescimento em março foi de apenas 4,18%, e, por isso, o dado de abril foi gerado a partir de um patamar menor que o habitual.
Para a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, apesar de o crescimento verificado em março ser melhor do que o registrado nos anos anteriores (1,10% em abr/13 e -5,87% em abr/12), o resultado não significa, necessariamente, uma retomada do crescimento das vendas.
"A base de comparação neste ano é mais fraca, uma vez que as vendas cresceram menos em março (em parte por conta do feriado de Carnaval). O efeito calendário, entretanto, não muda o fato de que as vendas estão mais fracas este ano que no ano passado", explica a economista.
Metodologia
O indicador de vendas a prazo é construído a partir do volume de consultas mensais à base de registros do SPC Brasil, cuja abrangência é nacional.
Clique aqui e baixe o material completo e a série histórica.
Fonte: CNDL