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Parte da classe alta quer ser vista como classe média, diz SAE

Publicado em 29/04/2013
Parte da classe alta quer ser vista como classe média, diz SAE

A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República defendeu, em seu estudo “Vozes da Classe Média”, divulgado nesta segunda-feira (29), os limites de renda para o que é considerada uma pessoa de classe média no Brasil – entre R$ 291 e R$ 1.019 mensais. Segundo a SAE, alguns críticos consideram que essa classe média estaria “empobrecida em demasiado”. “A percepção é que estaria incluído nessa categoria um grupo com renda muito reduzida, que na realidade pertence à classe baixa. Da mesma forma, a classe alta misturaria uma parcela da população de renda intermediária à outra detentora de níveis mais elevados”, diz o estudo. Ainda de acordo com a secretaria, a crítica à definição técnica é pautada por valores, preconceitos e auto-percepção: “Boa parte da classe alta se recusa a ser percebida enquanto tal e se declara pertencente à classe média, por mais incoerente que isso possa parecer”. A definição da SAE coloca como parte dos 5% mais ricos as pessoas com renda acima de R$ 2,4 mil ao mês, “e muitos membros desse grupo se consideram parte da classe média. Seria impossível conceber qualquer divisão da população em três classes de renda (baixa, média e alta) em que os 5% mais ricos estivessem fora da classe alta”, defende a secretaria. Também de acordo com a SAE, ocorre uma subestimação de renda nos levantamentos feitos em pesquisas domiciliares, que usam os dados declarados. “Uma vez que os pontos de corte propostos no caderno Vozes se originam de análises baseadas na distribuição de renda capturada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), é natural uma percepção geral de que esses pontos estejam abaixo do que deveriam”, diz o texto. A SAE argumenta que os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) trariam informações mais fidedignas que as usadas, da Pnad. “A renda estimada pela POF tende a ser aproximadamente 30% maior, o que faria da classe média um grupo com renda entre R$ 357 e R$ 1.376”. Entretanto, a POF é feita apenas a cada cinco anos, enquanto a Pnad é anual, portanto mais adequada para “acompanhar movimentos de expansão ou contração das diversas classes de renda”. Por fim, a secretaria argumenta que a percepção de que os valores que definem a renda familiar da classe média estão mais baixos do que deveriam pode ocorrer por “aqueles que inadvertidamente acham que os pontos de corte propostos são valores para a renda familiar total”, enquanto se trata, na verdade, da renda média por pessoa, considerando que a família brasileira tem, em média, cerca de três membros. “As estimativas baseadas na POF revelam que se utilizarmos a renda familiar total como referência, então a classe média incluiria pessoas com renda familiar total variando de R$ 1.300 a R$ 3.700 por mês”. Fonte: G1

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