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Trabalhadores realizam paralisação por causa da demissão de mais de 160 funcionários, atribuída pela empresa à crise financeira

Os ônibus da empresa de transporte Biguaçu não irão circular nas ruas de Grande Florianópolis nesta terça-feira (7). A confirmação veio da própria empresa, que informou que os veículos não irão operar em função de uma manifestação realizada pelo Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores). O motivo foi a demissão de mais de 160 funcionários pela empresa.

A Biguaçu confirmou a paralisação através das redes sociais. “Informamos a todos que, pelo motivo de paralisação por parte do Sintraturb, os ônibus da empresa Biguaçu Transportes Coletivos estão impedidos de operar no dia de hoje, 07/07/2020, terça-feira”, escreveu.

Estão sendo afetadas linhas que atendem Governador Celso Ramos, Biguaçu e partes de São José, como a região da Serraria, Bairro Ipiranga, Loteamento Dona Adélia, Bela Vista e Barreiros.

A empresa emitiu um comunicado nesta segunda-feira (6), alegando que o motivo das demissões seria a crise financeira que enfrenta após mais de 90 dias de paralisação, devido à pandemia do novo coronavírus.

Outro ponto citado na nota é a capacidade reduzida com a qual os ônibus estão circulando. Com isso, ressalta a empresa, o “equilíbrio financeiro ficaria inviabilizado”.

A Biguaçu ainda cita o gasto extra com testes para funcionários, além de custos com máscaras, álcool em gel, e processos de sanitização do transporte.

A manifestação começou no início da manhã nas garagens da empresa, uma em Biguaçu e outra ao lado do estádio Orlando Scarpelli, no Estreito, na Capital. Conforme o Sintraturb, não há um prazo para que a paralisação chegue ao fim. Uma reunião, marcada com a empresa para as 16h, pretende tratar da situação.

Confira a nota da empresa Biguaçu:

“Prezados colaboradores da empresa Biguaçu Transportes Coletivos.

A grave crise sem precedentes que nos atingiu, interrompeu as nossas atividades por praticamente 100 dias. Diversos compromissos financeiros, bancários, pagamentos a fornecedores se acumularam e atrasaram por não estarmos operando normalmente. Nos 68 anos de história da empresa, essa foi a primeira vez que atrasamos os salários de nossos colaboradores.

Com o limite da capacidade do veículo, estabelecida pelas prefeituras e governo do estado como forma de combate ao Coronavírus, nossa operação e equilíbrio financeiro ficam por completo inviabilizados. Temos outros custos adicionais que não existiam antes da pandemia como a aquisição de máscaras, álcool gel para os todos profissionais, despesas com a sanitização do veículo, testes de COVID para os funcionários que voltam ao trabalho entre outros.

Tudo isso faz com que aconteça o desequilíbrio financeiro da nossa empresa e por isso fomos obrigados a tomar medidas nunca antes imaginadas e que relutamos muito para aceitar. Como sabem, no dia de hoje, 6 de julho de 2020, tivemos a dispensa de 160 colaboradores da nossa empresa.

Se não fosse necessário, não tomaríamos essa decisão. Infelizmente, tivemos que reduzir 160 postos de trabalho para buscar manter os 590 que permanecem.

Estamos vivendo num mundo completamente novo onde uma nova realidade tem que ser colocada em prática para salvarmos os postos de trabalho de diversos colaboradores e a empresa. Ressalto que estamos voltando à normalidade de forma lenta e gradual. Peço que aguardem a convocação da empresa para realização dos testes de COVID e volta ao trabalho. Estamos trabalhando muito forte para que isso aconteça o mais rápido possível. Aproveito a oportunidade para informar que amanhã, 7/7/2020, será realizado o pagamento do vale alimentação a todos os colaboradores, inclusive para aqueles que foram desligados. Reafirmo o nosso compromisso com cada um de vocês na esperança de que dias melhores virão e que nossa empresa fique ainda mais forte. Léo Mauro Xavier Filho
Diretor Presidente
Biguaçu Transportes Coletivos Ltda.”

Fonte: ND Mais
Foto: Anderson Coelho/ND