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O Brasil após as manifestações: mudanças profundas sem abdicar do estado democrático de direito

Publicado em 00/00/0000
O Brasil após as manifestações: mudanças profundas sem abdicar do estado democrático de direito

O Brasil que emerge das recentes manifestações públicas de protesto seguramente é diferente e, sobretudo, melhor. Um sentimento de civismo e uma capacidade de se governar sobressaíram, acima de uma classe política e de tecnocratas que parecem completamente dissociados da realidade do país. Os que participaram e/ou assistiram tais manifestações também têm uma expectativa de que tais expressões públicas e coletivas em favor de uma nação digna e justa não sejam episódicas tampouco apropriadas indevidamente por partidos ou correntes políticas sem legitimidade.

No entanto, além disso, há perguntas que são imperativas:

1. A população tem direito a protestar contra as precárias condições de saúde, genericamente dramáticas?
SIM!

2. A população tem motivos para reivindicar melhorias urgentes na educação, cujos indicadores estão entre os piores do mundo e comprometem o futuro das próximas gerações?
SIM!

3. A população está certa ao reclamar da falta de mobilidade urbana e dos problemas no sistema de transporte coletivo, cuja relação entre custo e benefício pune os milhões de usuários?
SIM!

4. Os brasileiros protestam com razão quando denunciam o sentimento de impunidade que campeia entre figuras cujos currículos são verdadeiros prontuários, mas, por integrarem algum dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) ou serem intimamente ligados a eles, jamais pagam por seus crimes?
SIM!

5. E, por fim, procede o inconformismo dos manifestantes quanto à desmedida corrupção, mau uso dos recursos públicos e empreguismo, recorrente na administração pública brasielira?
SIM!

A última questão, que os cidadãos têm repetido com ênfase nas últimas semanas:
6. Podemos aceitar atos de vandalismo contra o patrimônio público e privado e desrespeito às instituições?
A resposta é NÃO, NÃO e NÃO!

As mudanças devem ocorrer no âmbito legal, sob a luz da Constituição, sem violências de quaisquer espécies. As eleições do próximo ano são uma oportunidade ímpar para dar sequência aos anseios da população.

O comércio é a caixa de ressonância da sociedade: somos a atividade econômica de maior contato com a população, nossos balcões, majoritariamente de micro e pequenos empreendedores, são os confessionários dos pesares. E nosso setor é o primeiro a sofrer as consequências do mau desempenho da economia.

Esperamos que os gritos das ruas proporcionem reflexos de longo prazo, capazes de construir uma nação digna e justa.

CDL de Florianópolis
Julho, 2013

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