CDL

Mesmo peso e duas medidas. Infelizmente é assim que os segmentos produtivos enxergam o recente canetaço da Prefeitura Municipal de Florianópolis, reajustando em 18,48%, para o ano de 2024, o valor do vale-transporte pago pelas empresas e seus funcionários para uso específico no deslocamento entre suas residências e os respectivos locais de trabalho e vice-versa.

Indagado a respeito, o órgão responsável pela definição desses valores informou que o reajuste se deu em decorrência da diminuição do subsídio quando do período da pandemia de Covid-19, a fim de impedir um colapso no sistema de transporte público municipal.

Até aí nada haveria a ser criticado, não fosse o fato de a mesma Administração Pública adotar posicionamento totalmente diverso no tocante a tarifa do transporte público – cujo valor, conforme amplamente divulgado ainda no final do ano passado, não será reajustado em 2024, porquanto respaldado em "estudos" que "comprovariam" a viabilidade da manutenção da tarifa nos patamares atualmente praticados.

Que fique bem claro: a CDL de Florianópolis em nada se opõe ao fato de o cidadão ser poupado do peso de tais reajustes sobre seus rendimentos. Todavia, a completa falta de isonomia na fórmula mágica encontrada pela Prefeitura, consequentemente gerando encargos desproporcionais em face dos geradores de renda, emprego e oportunidades, é algo digno de nota. Se seguirmos a mesma justificativa perfilhada pela Administração, é sabido que os segmentos produtivos ainda amargam prejuízos resultantes das inúmeras restrições impostas no fatídico período da pandemia. Por que, então, a discrepância no tratamento?

Lamentamos não termos sequer sido chamados a uma conversa franca sobre o tema. Em uma cidade que depende fundamentalmente da iniciativa privada para sobreviver, qualquer reajuste que impacta apenas as empresas é um ato injusto e que gera distorções que podem fragilizar ainda mais o sistema de transporte público da Capital.

Diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis