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Moisés se espelha em Bolsonaro e esquece que Estado também responde pela gestão da pandemia

Publicado em 07/07/2020
Moisés se espelha em Bolsonaro e esquece que Estado também responde pela gestão da pandemia

As escassas tentativas localizadas de conter o avanço da pandemia nos municípios catarinenses têm funcionado tanto quanto colocar areia em uma peneira. Sem uma base consistente, as medidas escorrem pelo ralo, ineficientes e insuficientes para frear a aceleração no número de casos e de óbitos por Covid-19.

Resultado da inércia do Estado, que abriu mão não apenas de gerir a crise, mas de cobrar efetividade e coerência nas medidas de contenção.

Empenhado em reaproximar-se do presidente da República, o governador Carlos Moisés (PSL) espelhou-se em Jair Bolsonaro e tem replicado em Santa Catarina a política do governo federal, de delegar a pandemia.

Para evitar o desgaste com medidas impopulares, Moisés espera que os prefeitos deem conta de uma tarefa que o Estado começou - mas não deu conta de concluir e abandonou diante da pressão.

Símbolo da tal gestão regionalizada - que poderia ter sido batizada de “cada um por si” - O mapa de gestão de risco, editado semanalmente pelo Estado, permanece escondido no site oficial. O governo parece ter pudores em mostrar aos catarinenses que as coisas não vão bem.

Os prefeitos recebem o resultado do levantamento, periodicamente, com uma série de recomendações. Uma lista de medidas que deveriam ser tomadas – mas que ninguém cumpre. O Estado não cobra, nem fiscaliza.

A política de vistas grossas do Governo de Santa Catarina tem resultados como o vaivém os fechamentos em Florianópolis, que se viu uma ilha cercada de medidas menos restritivas por todos os lados. Ou a adoção de protocolos médicos ainda sem comprovação científica, como ocorre em Balneário Camboriú e Itajaí.

Sem cobrança, as prefeituras se apegaram a "soluções milagrosas" para fugir dos fechamentos e do desgaste político. O resultado está nas estatísticas diárias, que mostram a aceleração da pandemia no Estado e a sobrecarga nos hospitais, que começam a lotar.

Em entrevista à coluna, o promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Área da Cidadania no Ministério Público de Santa Catarina e integrante do Gabinete Gestor de Crise do MPSC, lembrou que esse papel do Estado, de gerenciar a crise, é constitucional. Por isso, o governo é proibido de negligenciá-lo.

Santa Catarina precisa urgente de direção e de unidade na condução da pandemia. Dar a mão aos municípios e programar uma política consistente de enfrentamento conjunto. A esta altura, Moisés já deveria ter percebido que Bolsonaro não é exemplo a ser seguido na gestão da pandemia.

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Fonte: NSC Total
Foto: Reprodução

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