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Ministro Mandetta aparece em coletiva e dá recado: Vamos trabalhar juntos até sairmos juntos?

Publicado em 16/04/2020
Ministro Mandetta aparece em coletiva e dá recado: Vamos trabalhar juntos até sairmos juntos?

Como ministro da Saúde em exercício, Luiz Henrique Mandetta não aceita pedido de demissão de secretário Wanderson de Oliveira

Diante de indicativos de Jair Bolsonaro por sua demissão do cargo de ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta apareceu para conceder entrevista coletiva com atualização de dados sobre o novo coronavírus no Planalto na tarde desta quarta-feira (15) - não havia certeza que ocorreria e se ele estaria presente. Ao lado dele estava o secretário de vigilância Wanderson de Oliveira, que havia pedido demissão ainda no período da manhã. Antes do relato de informações sobre medidas e detalhamento de dados, o ministro informou:

- Vamos trabalhar juntos até sairmos juntos.

Mandetta ainda disse antes de começar a entrevista coletiva que não aceitou o pedido de demissão de Wanderson de Oliveira. No decorrer da entrevista, ao passar a palavra ao secretário para detalhamento dos dados sobre o coronavírus no Brasil, acrescentou:

- É meu secretário nacional de vigilância em saúde. Disse que não aceito e estamos agora aqui, todos juntos e misturados, mais um pouco - falou e minutos depois reiterou:

- Mandou um papel pra mim e mandei devolver. Entramos juntos e vamos sair juntos.

A entrevista contou também com a presença do secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, que é um dos cotados para assumir a pasta caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirme a demissão de Luiz Henrique Mandetta. Gabbardo disse que não pretende aceitar o cargo e sua permanência no ministério termina com o fim da transição em caso de saída de Mandetta.

Mandetta reconheceu a possibilidade de demissão próxima e da insatisfação de Jair Bolsonaro com as atitudes e declarações dele na condução da pasta em meio à pandemia do novo coronavírus. Ele caracterizou que as divergências com o presidente são visões diferentes e fez analogia com a medicina, em que médicos podem ter diagnósticos diferentes para mesmo problema. No entanto vai seguir no cargo e prometeu a mesma dedicação, independente de saber que a saída parece cada vez mais próxima.

- Tenho compromisso com Mandetta. No dia que ele sair, eu saio junto com ele. Tenho 40 anos de ministério e não vou jogar no lixo este patrimônio. Mas também não vou abandonar o barco, fico no ministério para fazer a transição com tranquilidade, porque a população espera continuidade no trabalho que temos feito até aqui. Permaneço tempo necessário para fazer a transição com toda a tranquilidade - afirmou.

Em seguida, o ministro informou que todos os funcionários da pasta foram orientados a ter a mesma atitude caso ele seja demitido. Durante a coletiva, Mandetta não evitou de falar sobre a eminente saída, que ele não escondeu e reiterou posição demonstrada quando Bolsonaro cogitou seu desligamento durante o enfrentamento ao coronavírus no Brasil anteriormente.

- Não é desconhecido, claramente há descompasso em relação ao ministério. Nós colocamos que vamos trabalhar no 100% do limite, todos nós, e que nada muda enquanto estiver no cargo. Vamos aguardar o entendimento das coisas. Conseguimos dobrar a curva, e este é um momento bom para fazer reflexões, até porque estamos conhecendo o vírus. Mas quem ele (Bolsonaro) colocar, que seja uma pessoa que confie e que trabalhe com ciência para tomar suas decisões. 

Fonte: NSC Total
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

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