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Exemplo de superação, maestro João Carlos Martins emociona ao contar sua história na Convenção Lojista

Publicado em 29/09/2010

Exemplo de superação, maestro João Carlos Martins emociona ao contar sua história na Convenção Lojista
Considerado uma lenda viva, músico não só emocionou, mas levou motivação a varejistas de todo o país reunidos no último dia de evento em Florianópolis   Por várias vezes aplaudido de pé, o maestro João Carlos Martins emocionou o público da 51ª Convenção Nacional Lojista, ao fechar o ciclo de palestras nesse último dia de evento (29/9), na capital catarinense. Exemplo de superação, o músico subiu ao palco onde contou a sua história de persistência para não abandonar o universo da música. “A pessoa tem que correr e correr atrás do seu sonho e quando menos esperar ele estará correndo atrás dela”, disse Martins, consagrado como um dos maiores pianistas intérpretes do compositor alemão Johann Sebastian Bach.   Quando se viu obrigado a abandonar as teclas do piano, companheiro por mais de 50 anos em espetáculos que o tornaram um dos maiores concertistas do mundo, João Carlos Martins precisou superar a falta de movimento nas mãos e reinventar-se como artista. Aos 63 anos, começou a ter aulas de regência e voltou como maestro aos palcos do Carnegie Hall, em Nova York. Hoje, aos 70 anos, sua vocação para a música é tão reconhecida quanto sua determinação para superar as adversidades. Pela deficiência nas mãos, não consegue usar a batuta, limitação que o impede também de virar as páginas da partitura. Todas as músicas precisam ser decoradas – nos últimos anos foram mais de 10 mil.   Em meio ao seu relato desafiador e a palavras de motivação, os cerca de 5 mil lojistas que acompanhavam a sua palestra não se continham em suas cadeiras e iam à beira do palco vê-lo de perto e ouvi-lo tocar.  Sim, o maestro João Carlos Martins tinha ao seu lado o companheiro de longas datas, o piano, e tocou para a plateia mesmo com apenas três dedos da mão direita e a esquerda comprometida. Era evidente o seu esforço e sinal de dor, mas mostrou que a sua paixão pela música era mais forte.  Das teclas saíram as notas de Eu sei que vou te amar e Ave Maria. O maestro revelou que no próximo ano será produzido um filme de sua vida, interpretado pelo ator Rodrigo Santoro, além de ter a sua história como tema da Escola de Samba Vai-Vai no Carnaval de 2011.   Considerado uma lenda viva, como regente Martins é responsável pela Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem, orquestras formadas com músicos da periferia de São Paulo. Um de seus jovens pupilos, Ricardo Yokota, esteve com ele no palco na Convenção Lojista, onde o acompanhou em algumas músicas com o violino. O maestro não deixou de exaltar durante a apresentação o seu amor pelo Brasil e a sua vocação em levar a música onde quer que seja. “Nasci músico e vou morrer músico”, frisou o artista, que encerrou a sua apresentação tocando o Hino Nacional Brasileiro.   A paixão e os percalços – João Carlos Martins ingressou na música clássica ainda criança e aos 20 anos já era reconhecido internacionalmente. Aos 26 começaram os desafios: sofreu uma queda numa partida de futebol comprometendo o movimento da mão direita. Com o tempo adaptou seu modo de tocar e voltou aos concertos. Porém, novamente suas mãos sucumbiram, dessa vez pela Lesão por Esforços Repetitivos. Quando estava recuperando-se, foi agredido durante um assalto perdendo a mobilidade do lado direito do corpo. Mais tarde, um tumor na mão esquerda privou-o do contato com o piano. Longe dos espetáculos, tornou-se empresário do boxeador Eder Jofre que o motivou a não desistir da música. Em 2009, foram 181 concertos como regente.

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