Exclusivo: Carlos Moisés concede entrevista ao Grupo ND
Publicado em 29/09/2020
Nesta segunda-feira (28), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, concedeu uma entrevista exclusiva aos jornalistas do Grupo ND. Moisés falou sobre os dois processos de impeachment em andamento na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e adiantou que não vai renunciar ao cargo.
No segundo ano de mandato, o governador enfrenta dois pedidos de impeachment em paralelo e corre o risco de ser afastado ainda neste ano.
Segundo Moisés – hoje – ele não intenciona ser candidato à reeleição em 2022, no entanto, também descarta a renúncia.
A entrevista com Moisés foi conduzida pelo âncora da NDTV, Paulo Alceu, e teve as participações do comentarista político Moacir Pereira e da apresentadora Márcia Dutra.
Os primeiros minutos focaram no tema mais espinhoso para Moisés atualmente: os dois pedidos de impeachment que tramitam, na Alesc, contra ele e a vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido).
Confira os principais pontos da entrevista com Carlos Moisés:
Moisés repetiu a tese da sua defesa e disse que o pedido de impeachment mais avançado – que analisa o aumento salarial concedido aos procuradores do Estado – não tem causa justa. Segundo ele, os pedidos decorrem de uma tentativa dos opositores de promover um terceiro turno das eleições e de tirá-lo do governo no tapetão.
“Trata-se de uma ação judicial que tramitava em juízo. Não foi o governador, nem a vice, que concederam esse aumento. Não há ato do governador, nem equívoco do governo. O que existe é um ato dos procuradores que, ampliando a decisão judicial, fizeram a interpretação que o aumento era devido. Não há assinatura do governo”, disse.
Respiradores
O governador também alegou não ter responsabilidade no caso da compra dos respiradores, com pagamento antecipado, no valor de R$ 33 milhões.
O caso veio à tona no final de abril, motivou a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Alesc e um segundo pedido de impeachment contra Moisés.
“Até hoje não sabemos se houve má intenção daqueles que fizeram a proposta, ou se não conseguiram honrar as propostas. Isso está sendo investigado. Em relação ao governo do estado, entendemos que não há justa causa para o processo ter subido [ao STJ]. Conseguimos recuperar R$ 13,7 milhões em uma ação que propusemos, tão logo eu soube que esses equipamentos não estavam sendo entregues”, disse o governador.
Base do governo
Em um dos momentos mais tensos da entrevista, Moisés admitiu que houve falha na comunicação do governo como um todo, incluindo o relacionamento com parlamentares, a imprensa e a população catarinense.
“Meu primeiro ano de governo foi excelente. Tive 28 deputados, não virei as costas para o governo logo que assumi. O meu partido tem seis deputados, quatro radicalizaram e poderia ter dito que não concordam com o que o governo pensa, mas seguir respeitando. Não houve respeito mútuo”, apontou Moisés.
Bolsonaro
Questionado pelos jornalistas sobre o distanciamento dele para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Moisés disse que isso não ocorreu por vontade dele, nem mesmo do presidente.
“Nós fazemos exatamente aqui o que o presidente faz em Brasília. Temos um primeiro escalão técnico, penso que é um governo íntegro também, que faz o correto. Replicamos, aqui, o modelo que lançamos em campanha: transparência, integridade. Acredito que o presidente também faz isso lá. Não há ruptura com Bolsonaro”, defendeu Moisés.
Ele disse que os bolsonaristas extremos é que provocaram distanciamento entre ele e o governo federal, depois de receber as mães pela diversidade – mães de homossexuais vítimas de violência – pessoas assentadas, indígenas e também quando mandou combatentes para incêndio na Amazônia. De acordo com o Moisés, o conjunto desses fatos é que o colocou em polo antagônico ao presidente.
Eleições 2020
Nos últimos instantes da entrevista, Moisés foi questionado em relação aos apoios que dará aos candidatos do PSL nas eleições municipais de 2020. Ele destacou a candidatura do Dr. Dalmo à prefeitura de Joinville.
Moisés, no entanto, deixou de citar candidaturas de parlamentares do mesmo partido que votaram a favor da aprovação do primeiro pedido de impeachment contra ele, como é o caso do deputado estadual Ricardo Alba, candidato à prefeitura de Blumenau.
Fonte: ND Mais
Foto: Anderson Coelho/ND
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