Desemprego deve começar a mostrar primeiros sinais da crise do coronavírus
Publicado em 31/03/2020
Desemprego deve começar a mostrar primeiros sinais da crise do coronavírus
Indicador do IBGE já deve trazer redução da demanda global e de investimentos
A taxa de desemprego de fevereiro, que será divulgada nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve trazer os primeiros sinais da crise do coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. O número faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC).
Em fevereiro, a pandemia ainda não havia atingido o comércio no Brasil, mas a redução da demanda global, sobretudo a chinesa, por insumos e as incertezas quanto ao futuro já influenciavam decisões de investimentos. Foi em fevereiro também que o primeiro caso no Brasil foi registrado, no dia 25. O país já tem 159 mortes e 4.579 infectados confirmados.
As projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) indicam uma taxa de 11,9% em fevereiro, pouco acima dos 11,2 de janeiro. No ano, a taxa esperada é de 13% ante os 11,9% registrados em 2019.
As medidas de isolamento social no país têm inviabilizado também a coleta de informações feita na produção da Pnad e do IPCA, que mede a inflação oficial. Apesar de o IBGE ter anunciado que vai fazer as entrevistas por telefone, especialistas acreditam na possibilidade de haver mudanças significativas no resultado final.
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, também tem tido dificuldade na coleta de informações para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A pasta avisou ontem que não foi possível consolidar os dados do mercado formal referentes aos dois primeiros meses do ano em função da falta de prestação das informações sobre admissões e demissões por parte das empresas. “O cenário de pandemia causada pela Covid-19 tem dificultado a autorregularização de parte das empresas”, informou por meio de nota.
Economistas do governo e do setor privado acreditam que o contágio no país deve atingir seu pico entre abril e maio e que a atividade deve começar a se recuperar em junho. Ainda é cedo para entender, porém, como o mercado de trabalho var reagir depois que o país retomar a normalidade, já que maior parte dos empregos depende da confiança de empresários e investidores numa retomada.
Fonte: Exame
Foto: Amanda Perobelli/Exame
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