CDL

Em palestra na CDL, especialista do Banco Central apresenta dicas e curiosidades sobre cédulas verdadeiras e falsas No filme Prenda-me Se for Capaz, o agente do FBI Carl Hanratty (Tom Hanks) passa boa parte de sua vida perseguindo o falsário Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio), mestre das fraudes, principalmente bancárias. Falsificar cheques é uma das especialidades do personagem real Abagnale, que, depois de sair da cadeia, tornou-se um dos principais colaboradores do FBI, nas investigações, e dos bancos, para melhorar os sistemas de segurança de cheques e evitar fraudes. A rotina diária do administrador brasileiro Alexandre Matta também envolve a descoberta de fraudes e falsificações. Ele não sai por aí perseguindo bandidos e falsificadores – a tarefa de investigação deste crime no Brasil é da Polícia Federal –, mas Matta, especialista em segurança da Moeda do Banco Central do Brasil (BC), conhece bem muitas das técnicas usadas por quem quer fabricar seu próprio dinheiro e lucrar ilicitamente. Matta trabalha no setor de Meio Circulante, departamento do BC responsável por todos os assuntos relacionados à circulação do dinheiro. Na noite de quinta-feira, em palestra na CDL de Florianópolis, ele falou dos principais itens de segurança que permitem reconhecer uma cédula verdadeira, as formas de se precaver contra falsificações e as implicações legais de produzir ou passar dinheiro falso. Promovido pela CDL, o encontro reuniu empresários e colaboradores interessados em saber mais e evitar problemas e prejuízos. Entre as dicas, uma é considerada essencial: confira sempre o dinheiro que recebe. “Depois que pegou a cédula falsa e colocou no bolso ou no caixa, perdeu”, alertou. O correto é ir a uma agência bancária e registrar que a nota é suspeita. O material será enviado ao BC, onde Alexandre Matta e outros especialistas verificam a autenticidade. “Mas o BC não vai ressarcir, ou estaria legitimando a ação do falsário”, explicou. Matta também apresentou características das notas e moedas brasileiras, explicou os motivos pelos quais foi lançada a segunda família de cédulas do Real e elogiou a iniciativa da CDL em promover estes treinamentos. “O ideal seria a população toda conhecer e se precaver contra estas falsificações”, disse Matta.   Dicas e curiosidades   - Se pegar uma cédula suspeita no caixa eletrônico, tire imediatamente um extrato e procure a agência para tentar reaver o dinheiro. Se for final de semana, registre ocorrência numa delegacia de polícia. - Falsificar dinheiro é crime passível de punição com três a 12 anos de prisão. Igualmente é crime repassar dinheiro falso, e dá cadeia de seis meses a dois anos. - Para cada milhão de cédulas de Real em circulação no país, 92 são falsas. No caso do dólar, o índice é de 50 por milhão. - São Paulo é o estado onde há mais cédulas falsas, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e região sul. - O papel-moeda é feito de fibra de algodão e fabricado numa indústria na cidade paulista de Salto. - O dólar é feito de uma mistura de 75% fibra de algodão e 25% linho. - O Japão já usou fibra de bambu. A Austrália usa um plástico especial. - Se uma cédula for danificada (rasgada ou queimada), ela será ressarcida se mais de 50% estiver intacto. - A tinta antifurto colocada nos caixas eletrônicos é exclusivamente rosa. Cédulas tingidas de qualquer outra cor podem ser aceitas normalmente.
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