Clipping Diário 31/08/2013
Publicado em 31/08/2013
Clipping Diário 31/08/2013
PIB, um voo curto
A principal surpresa positiva da economia do país, nas últimas semanas, foi a alta de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo semestre frente ao primeiro, quando o mercado esperava expansão de 1%. O conjunto dos dados divulgados ontem pelo IBGE agrada porque o crescimento foi equilibrado e ocorreu onde devia: a indústria teve alta de 2%; o agronegócio, de 3,9%; e os serviços avançaram 0,8%. A taxa de investimento avançou 3,1%, as exportações 6,9% e as importações subiram apenas 0,6%. A alta do investimento agradou porque ele é primordial ao crescimento e ocorreu de forma equilibrada, em diversos setores. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou otimismo com o futuro, mas não dá para pensar que a economia voará em céu de brigadeiro. A mudança principal é o novo patamar do dólar, que impulsiona as exportações. Mas a maioria dos entraves persistem: falta de logística, alta carga tributária e baixa produtividade. A indústria, por exemplo, cresceu só 0,8% no primeiro semestre. Por esse e outros motivos o PIB vai crescer menos até dezembro.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti
Mudanças no Simples
Um dos debates para mudar o Simples Nacional aconteceu ontem, em Florianópolis, articulado pelo deputado Jorginho Mello e o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt. O presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, disse que será definida uma graduação tributária para quem supera o limite do Simples, hoje em R$ 3,6 milhões.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti
Prioridades
Hoje, as pequenas empresas respondem por 20% doPIB do país. Para o presidente da Fiesc, Glauco Côrte, entre as mudanças necessárias ao Estatuto das Micro e Pequenas Empresas estão a criação do Simples Trabalhista, o pagamento de débitos com o governo usando créditos de terceiros e a instituição de mecanismo de transição para regime normal de tributação. O presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, também defendeu medidas ao setor.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti
Um alerta sobre a substituição tributária
O presidente do Sebrae nacional, Luiz Barreto, que participou da audiência pública sobre a mudança no estatuto da micro e pequena empresa em Florianópolis, sexta-feira, defendeu o regime de transição para empresas do Simples e criticou a adoção da subsituição tributária por estados às pequenas empresas.
Um dos problemas do Simples é que as empresas não querem mais sair dele. Como resolver isto?
Luiz Barreto – Primeiro é preciso reconhecer que o Simples foi um grande avanço no ambiente legal para os pequenos negócios. Temos quase 8 milhhões de empresas nesse sistema, com menos tributos, menos burocracia e mais compras governamentais.Se passaram seis anos e temos uma nova agenda. Um dos pontos dessa nova agenda e desse projeto é o regime de transição. Não há morte súbita. Você trabalha o seu modelo de negócios pensando nessa redução de tributos de quase 50% na média do simploes e como você vai para a selva quando chega a R$ 3,6 milhões. É evidente que o mundo real oferece alternativas. A pessoa abre outra empresa. É muito melhor que a gente pense formalmente nisso, ou no tempo, ou nas faixas. Isso estimularia o crescimento. Você tem que premiar o desepenho positivo.
Quando essa mudança será aprovada e entrará em vigor?
Barreto – Aí depende do Congresso, dos nossos deputados e senadores. Temos um projeto que traz um conjunto de temas. Há uma comissão especial que está tratando do assunto. Estamos fazendo audiências nos Estados.
E a substituição tributária?
Barreto – Este tema talvez mais importante do que o Simples porque está tirando todo o tratamento diferenciado que a micro e pequena empresa tem no Simples. SC e PR fizeram um acordo para manter a vantagem às pequenas empresas. Está tirando direitos. Os outros estados estão adotando a substituição tributária para todos os produtos. Isso deixa as empresas sem capital de giro. Elas precisam antecipar compras. Você pensa numa loja de brinquedos que precisa fazer um bom planejamento. Dia 12 de outubro é a melhor data para ele. Então, precisa se preparar, fazer um estoque antecipado. Na hora que ele compra tem que antecipar o imposto. Isso não faz diferença para uma grande empresa, mas para uma pequena é uma dificuldade enorme porque ela vive com dificuldade de capital de giro. A industria é mais penalizada do que o comércio e os seviços. Este é um tema que não tem nada a ver o governo federal, mas com os governos estaduais, secretários de Fazenda e o Confaz. Eles pegaram uma boa lei para grandes cadeias como fumo e combustíveis e estão adotando para todos os produtos. Eles precisam escolher algumas cadeias para a substituição tributária e dar um tratamento diferenciado para a pequena empresa.
Fonte: Diário Catarinense On-line – Estela Benetti
Comércio repassa e absorve reajuste de preços
O varejo já repassou para os consumidores tudo o que podia de reajuste de preços. Agora, está absorvendo, ao reduzir margens de lucro, o peso da carestia. Os dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostram que enquanto o produtor ou o atacadista elevou os preços, no ano passado, em 6,5%, o comércio acomodou três pontos percentuais desse total como custo da operação e passou para os consumidores os 3,5 pontos percentuais de diferença. “Em 2013, essa a absorção da inflação tem sido menor em virtude do menor crescimento das vendas. Nos últimos 12 meses encerrados em junho de 2013, os preços ao produtor subiram 7,7% e no varejo 6,1%”, explica o economista Fabio Bentes, da CNC.
Para a empresária Elisângela Alves de Sousa, de 35 anos, a carne bovina e o leite têm pesado mais no orçamento. “Nem mesmo na promoção a gente consegue um preço bom”, observa. Ela conta que se tornou impossível encontrar o litro de leite por menos de R$ 2,29. “Já tem tempo que não vejo o leite por R$ 1,99. Com esse preço dá para levar umas duas caixas e olhe lá”, diz. Elisângela relata ainda que atualmente não deixa menos de R$ 100, toda semana, no mercado. “E você não compra nada de mais. Sai com duas bolsinhas e deixa esse dinheiro todo.”
Luiz Henrique Oliveira, de 37, é servidor público e também sente o fardo dos preços altos na hora de fazer as compras mensais. “Não tem muita escapatória. O jeito é procurar pelas promoções”, conta. A solução, para ele, foi reduzir as idas ao mercado para duas vezes na semana ante as três que fazia até três meses atrás. “Cheguei a gastar R$ 200 em uma semana comprando pouca coisa”, lembra. Para Oliveira, os vilões do orçamento têm sido o macarrão, o leite e o feijão. “É um absurdo o quilo do feijão custar R$ 5,99. Não há salário que aguente”, diz. Ele acrescentou ainda que se for comprar mesmo tudo que precisa a fatura dispara. “Aí a conta vai para R$ 1 mil por mês”, afirma.
Poder de compra Bentes, da CNC, atribui ao enfraquecimento do mercado de trabalho a redução no consumo, que diminui as margens dos comerciantes e favorece os repasses de preços. A empregada doméstica Aldenora Amorim Santos, de 36, sabe bem o que é isso. Sem carteira assinada há um ano, ela tenta se virar da forma que pode para deixar as contas da casa em dia.
“Às vezes faço algumas faxinas e recebo R$ 80 ou R$ 100 por dia”, disse. Com o poder de compra mais reduzido, ela só leva para casa o que está em promoção. “Não tem jeito, está tudo mais caro. Se encontro um calçado por mais de R$ 70, tento sempre um desconto”, comentou.
Outro fator a reduzir o consumo é que, cada vez mais, as pessoas relutam em tomar crédito. Compras parceladas, para a advogada Tatiane Ferreira Martins, de 28, não são uma opção. Ela trocou recentemente a máquina de lavar e a televisão pagando à vista. “Eu e meu marido usamos a restituição do Imposto de Renda e o 13º salário para isso. Sei que o momento não é favorável para comprar a longo prazo”, disse.
Fonte: Economia