Clipping Diário - 28, 29 e 30/11/2015
Publicado em 30/11/2015
Clipping Diário - 28, 29 e 30/11/2015
Geral
Sábado e Domingo 28 e 29/11
Fonte: Diário Catarinense
Cresce inadimplência em condomínios em Santa Catarina
A crise econômica chegou a mais um setor da economia: os condomínios residenciais. Levantamento da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) mostra que, até setembro, as pessoas que atrasaram mais de um mês o condomínio, os inadimplentes, subiram de 4,97%, no ano passado, para 6,62% em 2015, uma alta de 33,2% desde o início do ano. Mas ainda não se sabe se o atual cenário, com aumento de desemprego, é o único responsável pelo aumento dos índices.
– A gente ainda não pode garantir que isso é a crise – diz a presidente da Abadi, Deborah Mendonça.
A pesquisa realizada pela Abadi também mostra que, até novembro, a chamada impontualidade – quem não paga no vencimento, mas regulariza a situação naquele mesmo mês – caiu de 11,36% para 10,94%.
Santa Catarina também sente os impactos
O presidente do Sindicato de Habitação em Santa Catarina (Secovi-SC), Sérgio Luiz dos Santos, diz que muitas pessoas adquiriram imóveis no litoral catarinense quando o momento econômico era mais favorável e esqueceram de prever o valor dos condomínios e o quanto do salário seria comprometido com essa taxa.
Kauê Matzembacher, assessor jurídico do setor de cobranças da Liderança Administradora de Condomínios, empresa que tem unidades em São José e em Balneário Camboriú, avalia que a inadimplência depende do condomínio e independe do padrão dele.
– Tem condomínios completamente em dia nos dois tipos (baixo e alto padrão). Mas hoje o número está perto de 70% com atrasos – diz.
O Secovi-SC não tem dados específicos do Estado como um todo, mas mostra alguma tendência com números do Litoral catarinense, na região de Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema e outros municípios. Santos explica que os atrasos no pagamentos dos condomínios aumentaram de 7% para em torno de 15% com a crise econômica. Ele diz que a crise está começando a afetar também o pagamento dos aluguéis, onde a inadimplência aumentou de 5,6% para em torno de 12% no ano, pouco mais que o dobro.
– Mas acreditamos que a situação deve voltar para patamares mais normais com o décimo terceiro agora no final do ano – diz.
Processo demorado
Um dos motivos que pode estar levando os catarinenses a darem prioridade para as contas de aluguel e luz, deixando o condomínio do prédio de lado, é o fato de que não há punições pelo atraso previstas em lei. O caso é diferente do aluguel, que causa despejo do local caso as dívidas não sejam pagas. No atraso do pagamento do condomínio, a opção é fazer uma cobrança judicial.
O processo, porém, pode levar meses e, em alguns casos, até mais de um ano. Este cenário, porém, deverá mudar assim que entrar em vigor o novo código de processo civil, a partir do dia 17 março de 2016, que deve facilitar as cobranças. A mudança jurídica de ¿processo de conhecimento¿ para ¿processo executivo¿ eliminará etapas até a emissão de ordens de cobrança.
Algumas administradoras de condomínio têm cortado a água e o gás dos devedores. Mas o Secovi-SC informa que isso é uma medida equivocada e pode acarretar processos por danos materiais e morais aos proprietários.
Fonte: Diário Catarinense - Estela Benetti
Como o rombo da previdência pública em SC afeta o seu bolso
Após se tornar o maior problema financeiro do Estado, o déficit da previdência dos servidores entrou na pauta do governador Raimundo Colombo e do secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni. O rombo consiste na diferença entre o que servidores e governo arrecadam de contribuições para aposentadorias e pensões e o total de dinheiro necessário para pagar os cerca de 63 mil benefícios atuais.
Por isso, Colombo planejou medidas para reduzir o déficit ao enviar para a Assembleia Legislativa a proposta que eleva as alíquotas de contribuição dos servidores de 11% para 14% até 2018 e a que cria o SCPrev. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintesp) não concorda e promete mobilização para evitar a perda de renda para os servidores.
— A receita de SC é não repassar o custo do Estado para a sociedade, e sim diminuir esse custo. Mesmo que para isso tenhamos que enfrentar assuntos espinhosos — diz Gavazzoni.
O fato é que a maioria dos Estados e o governo federal enfrentam déficit para pagar aposentados e pensionistas. Além disso, a recessão profunda está agravando o problema e, na avaliação de especialistas, mudanças são fundamentais para reduzir as despesas e buscar o equilíbrio financeiro para o Estado e ampliar serviços aos cerca de 6,8 milhões de catarinenses.
No ano passado, a despesa com a Previdência no governo catarinense chegou a R$ 4,3 bilhões, a arrecadação própria somou R$ 1,7 bilhão e o tesouro estadual teve que aportar a diferença, o equivalente a R$ 2,7 bilhões. Para 2015, a projeção é que chegue a R$ 3,1 bilhões. Este ano, o déficit ficará em 15,3% da receita corrente líquida, um resultado que deixa SC atrás apenas do RS, que atingiu 25,05% da receita. Para 2020, a situação será insustentável, alerta Gavazzoni.
Analistas da Fazenda estimam que esse déficit somará R$ 7,8 bilhões, cifra que o Estado não poderá pagar. Para se ter ideia do peso do gasto em 2014, essa cifra é quase igual à destinada para toda a área de saúde no ano, incluindo o pagamento dos servidores, os serviços de um modo geral e os investimentos.
Se o sistema fosse equilibrado, sobraria mais dinheiro para investimento em segurança, educação, saúde e infraestrutura, o que melhora a qualidade de vida das pessoas e impulsiona a economia. Na prática, uma parte do impostos que cada um paga em impostos e poderia ser aplicada em serviços públicos acaba destinada a completar esse rombo da previdência.
Os cálculos atuariais apontam que para suportar os custos das aposentadorias dos servidores que ingressaram no quadro até julho de 2008, seria necessário um fundo de R$ 178 bilhões. Como não foi constituído, todo o dinheiro tem que vir do tesouro do Estado.
Fonte: G1
Florianópolis deve ter 1º trecho de corredor para ônibus até 2018
Proposta é melhorar trânsito na ligação entre Ilha e Continente. Plano de Mobilidade para Grande Florianópolis foi apresentado.
A região da Grande Florianópolis deve ter o primeiro trecho de corredor exclusivo para ônibus em 2018. A afirmação é secretário de Estado do Planejamento, Murilo Flores, durante a apresentação do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus).
O incentivo ao transporte coletivo foi apontado como a alternativa para melhorar o trânsito na região. A implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) ganhou destaque entre as sugestões. O plano foi apresentado na sexta-feira (27).
“A nossa prioridade é a implantação do BRT, com corredores exclusivos para ônibus modernos e confortáveis, o que vamos fazer por meio de parceria público privada. Estamos estudando o modelo a ser implantado e a proposta é de que até 2018 o primeiro trecho esteja funcionando”, afirmou o secretário de Estado do Planejamento, Murilo Flores.
Com o estudo, também foram sugeridas medidas de curto prazo para melhorar o tráfego entre a Ilha e o Continente, como licitação de serviço de guincho e integração dos órgãos de gestão de trânsito nos níveis federal, estadual e municipal para dar respostas rápidas na região metropolitana. Outra medida é melhorar a sinalização e eliminar os entrelaçamentos nas pontes.
No caso da Via Expressa, as sugestões de curto prazo são implantação de terceiras faixas, melhorias na geometria dos acessos e integração da operação com as pontes.
A Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana (Suderf) é a responsável por garantir que o modelo de gestão funcione de maneira integrada entre estado e municípios. O órgão foi criado no fim do ano passado para gerenciar os serviços de interesse comum na região metropolitana, em conjunto com os municípios, conforme as diretrizes definidas pelo recém-aprovado Estatuto da Metrópole (Lei Federal 13.089/2015).
O Plamus
Foram dois anos de estudos, levantamentos, análises e proposições. O conteúdo completo dos 19 relatórios, somando mais de 5.000 páginas, está disponibilizado para consulta. O relatório final pode ser encontrado no site do BNDES. Outros documentos relacionados também podem ser achados na página.
O estudo técnico foi para apresentar soluções para os problemas de mobilidade urbana dos 13 municípios da Grande Florianópolis: Anitápolis, Rancho Queimado, São Bonifácio, Angelina, Antônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça e Florianópolis.
Segunda-feira 30/11
Fonte: Diário Catarinense
"A solução é planejar e investir", diz presidente da Casan
Dois anos após a temporada de verão que ficou marcada por uma série de problemas no fornecimento de água e energia elétrica em diversas cidades catarinenses, o poder público traça os preparativos finais para evitar um possível colapso nestes serviços básicos diante da onda de turistas que se desloca para o litoral do Estado entre os meses de dezembro e fevereiro. Para este ano, órgãos como a Casan e a Celesc trabalham com uma perspectiva de 20% a 30% de aumento no número de veranistas durante a alta temporada na comparação com o ano passado.
Com o dólar em alta, as autoridades esperam também que brasileiros optem por viajar dentro das fronteiras do país e que mais vizinhos da Argentina, Paraguai e Uruguai aproveitem a desvalorização da moeda para desfrutar do verão em SC. Soma-se a isso a previsão de uma temporada com temperaturas bastante elevadas, o que acarreta em maior consumo de água e eletricidade nos balneários do Estado.
Diante desse cenário, o Grupo RBS preparou uma série de entrevistas em que cobra das autoridades o planejamento adequado para assegurar uma temporada sem problemas em Santa Catarina. Batizada como De Olho no Verão, ela se estende até o fim de semana (veja abaixo). Produzida em parceria entre o Diário Catarinense, a RBS TV, G1 e CBN Diário, a série questiona lideranças de seis setores do Estado sobre temas de importância para o turismo em SC.
O presidente da Casan, Valter Gallina, abre a série. Ele reconhece que há desafios previstos e imprevistos a serem enfrentados, mas afirma que está seguro quanto ao atual sistema de fornecimento de água no Estado. De acordo com ele, foram investidos cerca de R$ 60 milhões em melhorias da estrutura no decorrer do ano e mais R$ 2 bilhões em saneamento básico.
Leia a seguir a entrevista.
No verão de 2013 para 2014, várias cidades catarinenses sofreram com o desabastecimento de água. Quais foram as lições que a Casan aprendeu com os erros do passado e o que ela pode aplicar hoje?
Eu acho que a lição foi fazer um grande planejamento e um grande investimento. Esse foi o principal aprendizado. E fomos buscar alternativas. Por exemplo, no Norte da Ilha, em Florianópolis, onde talvez tenha sido o principal foco de problema do verão 2013 e 2014, e dos verões anteriores, praticamente todo o verão faltou água, com exceção do último. Daí nós fizemos a famosa obra, de aproximadamente 10 anos de planejamento, que vai ficar pronta antes do dia 20 de dezembro, ainda na primeira quinzena de dezembro, que é o floco decantador. Essa obra vai ter condição de tratar mais de 50% da água. A gente traz em média 2,2 mil litros de água por segundo e nós vamos ter condições de aumentar mais mil litros. Obviamente a gente não vai ter condições de transportar toda essa água. Está em execução uma adutora de 1,2 mil milímetros no valor de R$ 23 milhões – de São José para próximo da ponte, passando pela beira-mar de São José, saindo mais ou menos de Forquilhinha, e outra de 800 milímetros que sai da ponte e vai pela Beira-Mar Norte para o Itacorubi, que também vai estar em execução, essa é uma outra obra em torno de R$ 22 milhões.
A gente tem uma perda de água de 33%, de acordo com o último relatório da Casan. Esse volume, que poderia ser distribuído na rede, é desperdiçado por questões como vazamento. Quais são as medidas efetivas que vocês vão fazer neste verão para tentar amenizar esse problema?
Na realidade o nível de perdas, a média nacional, é em torno de 42%. Nós somos a sexta estatal do Brasil em nível de perdas. A primeira tem em torno de 27%. Nós queremos buscar no próximo ano de 2016 a primeira colocação em nível de perdas. A Inglaterra, que é um país de primeiro mundo, tem em torno de 26%, 27%. As perdas são um problema crucial no mundo todo, mas nós buscamos, já tivemos perda de 42%, e de 10 anos para cá, reduzimos. Como que é feita a diminuição da quantidade de perdas? O primeiro é manual com os geofones, que são esses grandes estetoscópios. Os nossos técnicos vão a campo da meia-noite às 4h, quando tem pouco trânsito, e tem que correr a rede para ver onde tem turbulência, onde tem vazamento.
VÍDEO: aprenda a economizar água na descarga do vaso sanitário
O problema da água ocorre pela consciência das pessoas na hora de dar aquela economizada, mas também por quem aluga os imóveis. Se o imóvel for preparado para receber cinco, seis pessoas e receber 15, fica uma situação inviável, não é? Acha que caberia uma situação de legislação nesse sentido?
Uma legislação já existe. Temos que fazê-la cumprir. Nós tivemos um grande encontro com todas as imobiliárias do Norte da Ilha pedindo e fazendo um apelo para essas imobiliárias para que realmente fiscalizem quem for alugar. No momento que o locatário estiver no local, verifique quantas pessoas tem. Temos provas que no verão de 2015 apartamentos de dois quartos com 20 pessoas. Assim fica difícil montar uma estratégia. Nós fomos muito bem recebidos pelas imobiliárias, já estão montando estratégias em cima disso.
O senhor citou vários investimentos no Estado, como o sistema floco decantador, mas hoje, se tudo der errado, a Casan tem um plano de emergência? Com caminhões-pipa, com geradores? Qual é a estratégia caso o planejamento não de certo?
Como em anos anteriores, nós ficamos muito reféns de energia elétrica, que quando falta energia elétrica em uma estação de tratamento de água ou em um poço, quando volta a energia elétrica, volta para as residência, mas água não. Se faltar luz por duas horas, por exemplo, nesta época do ano, o sistema entra em colapso, e eu vou ficar dois dias sem água, imagina como fazer para recuperar isso tudo. Por isso nós locamos 43 geradores, em toda a região litorânea do Estado, especificamente para Florianópolis nós locamos 24 geradores e vão estar instalados até o dia 15 de dezembro. Se faltar energia, o gerador automaticamente entra em operação no sistema. Nós também vamos ter 14 caminhões-pipa no Norte da Ilha, quatro caminhões na região de Porto Belo e Bombinhas, nós vamos ter caminhão na região de Barra Velha.
Em maio foi solicitado um acréscimo de 13,24% na conta de água. Como é que vai ser esse verão?
Infelizmente só foi aprovado 11, 8%, que não era o necessário, mas obviamente a gente atendeu o que as agências reguladoras colocaram. Não vai ter um centavo de acréscimo, nós estamos fazendo a nossa obrigação, de fazer investimentos, nós estamos investindo nesse momento, apenas em água, para dar segurança ao morador e ao turista, R$ 60 milhões. É um quantitativo para atender 800 mil pessoas normal, não no final de ano, no final de ano é outro 800 mil. Se está comprovado que a população triplica, nós não poupamos esforços para fazer isso. São recursos próprios da Casan, mas era uma segurança que nós tínhamos que dar para a população da região litorânea de Santa Catarina.
Quanto ao abastecimento, o senhor disse que a situação está tranquila. Qual o desafio da Casan atualmente?
Tranquilo não está, pode ter certeza. Vocês podem ter certeza que eu não durmo do dia 23 ao dia 3. Sempre têm os problemas pontuais. Nós não temos horário. Nós temos a convicção do bom trabalho elaborado e vamos monitorar o que ocorre. O presidente, os diretores, todo mundo fica de plantão, porque nós temos que dar exemplo. Então não há tranquilidade, mas a convicção que fizemos um bom planejamento, um bom trabalho e bastante investimento. Por isso temos a convicção que vamos passar um verão relativamente tranquilo.
Fonte: Folha de S.Paulo
Primeira parcela do 13º salário será paga nesta segunda
As empresas têm até esta segunda (30) para pagar aos seus funcionários a primeira parcela do 13º salário. Em dezembro é a vez da segunda parte cair na conta –o prazo termina no dia 18. Para pagamentos em dinheiro, o limite é o dia 20 (domingo).
Como na primeira parcela não há nenhum tipo de desconto, o trabalhador irá receber 50% do seu salário atual –no caso de quem já começou o ano trabalhando na empresa. Já sobre a segunda parcela haverá os descontos do INSS e do Imposto de Renda.
Quem foi contratado ao longo do ano também terá direito à gratificação, mas ela será proporcional ao período trabalhado.
Para chegar ao valor da primeira parcela, o trabalhador deve dividir seu salário bruto por 12 e, depois, multiplicar o resultado encontrado pelo número de meses em que trabalhou até outubro –mês de referência para o cálculo da primeira metade do 13º. No caso da segunda parte, são considerados os meses em serviço até dezembro.
A parcela será equivalente à metade do valor encontrado no cálculo, sem descontos. Se o tempo de trabalho for fracionado, o período igual ou superior a 15 dias será considerado como mês integral.
Fonte: Economia SC
Juros do cartão de crédito seguem acima de 400%
Os dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, dia 27, mostram aumento nas taxas de juros. A taxa média de juros cobradas das pessoas físicas subiu 2,5 pontos percentuais de setembro para outubro, quando ficou em 64,8% ao ano. As empresas pagaram 0,9 ponto percentual a mais, com taxa em 30,2% ao ano.
A taxa de juros do cheque especial subiu 14,4 pontos percentuais para 278,1% ao ano. A taxa do crédito consignado subiu 0,5 ponto percentual para 28,1% ao ano. No caso da taxa para a compra de veículos, a alta foi 0,3 ponto percentual para 25,9% ao ano.
Já a taxa dos juros do rotativo do cartão de crédito caiu 8,2 pontos percentuais, mas ainda assim continua sendo a mais alta entre as modalidades pesquisadas pelo BC (406,1% ao ano). Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
Para o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, a queda na taxa do rotativo do cartão foi pontual e os juros dessa modalidade continuam muito altos. Ele orienta os clientes bancários a evitarem usar o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito. Caso seja realmente necessário, o uso dessas modalidades deve ser por “curtíssimo prazo”, diz Rocha.
Os níveis de inadimplência dos empréstimos bancários estão baixos, mas, de acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a expectativa é de crescimento, devido ao aumento do desemprego e a redução da renda, em momento de retração da economia. “É esperado algum crescimento da inadimplência de acordo com o ciclo econômico”, disse.
Ele lembrou, no entanto, que os bancos estão bem capitalizados e provisionados (com dinheiro reservado) para lidar com a situação.
De setembro para outubro, a inadimplência das famílias, considerados os atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,1 ponto percentual para 5,8%. A inadimplência das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 4,3%.
Especificamente no mês passado, a greve dos bancários, entre os dias 6 e 23 de outubro, também influenciou os dados da inadimplência. Segundo Rocha, os clientes podem ter tido dificuldades para renegociar dívidas, no período da greve.
A paralisação dos bancários também gerou impacto na concessão de empréstimos pelos bancos. De setembro para outubro, os bancos concederam menos empréstimos às pessoas físicas (queda de 0,3%) e às empresas (5,5%).
Para Rocha, além da greve, as concessões de empréstimos foram influenciadas pelo aumento do desemprego, a redução na renda das famílias e também nas vendas, que refletem a retração da economia.
Crédito
Em outubro ocorreu a primeira queda do ano no saldo devedor do crédito, incluídas as novas concessões e os juros devidos pelos clientes aos bancos. O saldo total do crédito chegou a R$ 3,157 trilhões, com retração de 0,1% no mês.
Segundo Rocha, além da influência da queda da atividade econômica, a redução no saldo é impactada pela alta do dólar, porque há empréstimos vinculados à variação cambial. Outro fator é que o saldo do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, está em 54,7%. “Bem maior do que era antes. Então as taxas [de crescimento] serão naturalmente menores”, disse.
Fonte: SPC Brasil
Taxas de juros ao consumidor podem levar ao superendividamento, diz SPC Brasil
Com taxas acima de 414% ao ano no rotativo do cartão de crédito, uma dívida de mil reais pode passar para 24 mil em dois anos
Um dos principais pontos que o consumidor deve se atentar na hora de obter crédito é a taxa de juros oferecida pela instituição financeira quando recorrer a empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito. Com a grande variedade de produtos financeiros, é comum não saber a taxa utilizada e até mesmo piorar a própria situação financeira devido a um descontrole no planejamento.
As taxas mais altas do mercado, de acordo com os dados do Banco Central do Brasil, são as do cartão de crédito rotativo e do cheque especial. Porém, os empréstimos pessoais também possuem um alto custo para o consumidor.
Assim, a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti, afirma que fazer um planejamento é uma das melhores saídas para evitar o endividamento. “Contrair dívidas não é aconselhável, já que parte da renda fica comprometida por um longo tempo. Porém, muitas vezes é a única saída para a aquisição de um bem importante, para o pagamento de contas essenciais ou para um momento de urgência. Neste caso, conhecer as diferentes taxas de juros ajuda a minimizar o comprometimento da renda.”
Cartão de crédito rotativo: 414% ao ano
Atualmente, os juros praticados no rotativo do cartão, cobrado quando a fatura é atrasada ou quando pagamos o mínimo, estão em 414,3% ao ano, de acordo com as médias de taxas de juros divulgadas pelo Banco Central. Para 74% dos brasileiros com contas em atraso, é essa modalidade de crédito a culpada por gerar a inadimplência, de acordo com uma pesquisa do SPC Brasil.
“Isso quer dizer que o consumidor que estiver com uma dívida de mil reais pendente agora, em um ano esse valor será de quase cinco mil reais; em dois anos, a dívida subirá para R$ 24 mil, e em três anos será 100 vezes maior do que a dívida inicial: aproximadamente R$ 120 mil”, analisa Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Cheque especial
Tão preocupante quanto o cartão de crédito são as taxas praticadas no uso do cheque especial: 263,7% ao ano. Na pesquisa do SPC Brasil, o cheque especial também é destaque: entre os consumidores inadimplentes que possuem esta dívida, 67% atribuem a ele o fato de terem ficado com o nome sujo.
Para Kawauti, muitas vezes ter o valor à disposição faz o consumidor acreditar que aquele dinheiro é dele. “O cheque especial deve ser usado somente em casos de emergência e com planejamento, mas se não houver cuidado, é comum não conseguir sair da bola de neve que uma dívida inicial vai gerando”, afirma a economista. No mesmo exemplo, uma dívida de mil reais hoje subirá para mais de três mil em um ano, e para cerca de 12 mil em dois anos.
Empréstimo pessoal pode ser uma boa opção
Outra opção de crédito muito utilizada e que merece atenção é o empréstimo pessoal. A taxa é menor que a do cartão de crédito e do cheque especial, de 118,3% ao ano, mas ainda assim é alta.
“No momento de crise econômica que o Brasil está passando, a renda real do brasileiro está caindo, principalmente por conta da alta da inflação e da piora do emprego”, afirma Kawauti. “Não é o momento de contrair um empréstimo bancário sem saber se, de fato, conseguirá pagar.” A pesquisa do SPC Brasil mostra que sete em cada dez (76%) consumidores inadimplentes que tomaram empréstimos em bancos e financeiras disseram estar com o nome sujo por causa de atrasos no pagamento dessas dívidas.
Ainda assim, a economista diz que o empréstimo pode sim ser uma boa saída para fazer uma transferência de dívidas: “Caso o consumidor esteja com um alto valor pendente no rotativo do cartão ou do cheque especial e não tenha como pagar, vale orçar um empréstimo com o banco para cobrir essa dívida e pagar juros bem menores, com parcelas que cabem no bolso. Nessa hora, o planejamento é essencial”.
Há também a possibilidade do empréstimo consignado. Nesse caso, a taxa diminui para 27,6% ao ano. “Essa grande diferença de taxa entre os vários tipos de empréstimo acontece devido à segurança que o banco tem na hora do consumidor pagar a dívida. Como no consignado uma parte sai direto do salário, o retorno é mais seguro para o banco do que uma parcela de um empréstimo pessoal não consignado que o devedor pode deixar de pagar” explica.