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Clipping Diário - 26/04/2016

Publicado em 26/04/2016
Clipping Diário - 26/04/2016

Terça-feira - 26/04
Geral Fonte: Diário Catarinense Pesquisa mostra que 8,3% do comércio de Santa Catarina atua no e-commerce Acostumada a uma histórica diversificação econômica, Santa Catarina tem no e-commerce um novo desafio para subir mais um degrau no desenvolvimento estadual. Pesquisa representativa da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-SC) mostra que apenas 52,3% das empresas catarinenses tem presença virtual e somente 8,3% tem efetivamente vendas online. O levantamento faz parte do Caderno do Comércio de SC 2016, que será lançado nesta segunda-feira pela entidade como uma espécie de guia para o empresariado do setor. Foram ouvidos 419 empresários em Florianópolis, Joinville, Blumenau, Chapecó, Criciúma e Lages. Entre os empresários que não estão inseridos no mundo online, 78,2% afirmaram que não têm interesse em investir no segmento, alegando dificuldades logísticas que envolvem essa forma de negócio e as incertezas quanto à legislação. Na avaliação do economista da Fecomércio Luciano Córdova, as respostas reforçam o desconhecimento sobre o assunto de boa parte do empresariado e revelam uma grande oportunidade. E quando se olha a concorrência, crescer se mostra ainda mais necessário: um levantamento nacional de 2014, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), apontou que 62% das empresas contam com um website com comercialização de produtos. — O e-commerce ainda não atingiu o potencial máximo em SC. Muitas empresas não têm conhecimento e acreditam que não seja um bom investimento, mas a gente sabe que é uma tendência irreversível. O que ocorre bastante é que o empresário, às vezes, vê o e-commerce como concorrência da loja física, mas ele é um complemento — diz Córdova. Maioria dos catarinenses sabe que pirataria é crime, mas considera legal o download de arquivos na internet Na análise do economista, o que também contribui com os números mais tímidos é uma nova burocracia instituída pelo governo em todo o Brasil, que definiu que a arrecadação do ICMS do comércio eletrônico deve ir parte para o Estado de origem da mercadoria e parte para o destino da entrega, sendo o ônus desse processo ficou todo com o empresário. — O ideal seria que a União criasse um fundo e depois redistribuísse o ICMS de acordo com a venda de cada Estado — diz. O que pode e deve ajudar na evolução desse cenário nos próximos anos é também a consolidação ano a ano de SC como polo tecnológico. Em um panorama em que criatividade e publicidade são fundamentais, a inovação ganha espaço. — É um segmento que deve crescer muito. O modelo de comércio de rua, shopping, está esgotado por ter custo alto e fixo, e acho que o preconceito com vendas pela internet tem melhorado bastante. Nosso Estado, por ser referência como polo de tecnologia, deve ter bastante soluções para essa área — considera o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard. A Fecomércio-SC também ouviu 419 consumidores de todas as faixas etárias nas mesmas seis cidades em que foram entrevistados empresários. A pesquisa mostrou que 76,4% das pessoas questionadas usam a internet e confirmou que há espaço para avançar sobre esse público: 55,3% nunca compraram pela web, motivados pela falta de segurança em realizar transações financeiras online e pela impossibilidade de experimentar o produto adquirido. Entre os 44,7% que compram na internet, a principal razão está relacionada aos valores mais baixos dos produtos vendidos pelos sites, já que os descontos representam 54,5% das motivações para se comprar pela internet, conforme o levantamento. A praticidade e comodidade que a compra online oferecem formam a segunda justificativa na lista, com 32,9% das opiniões. A Fecomércio avalia que muitos empresários têm buscado estratégias para manter os clientes frequentando as lojas físicas, evidenciando os benefícios do atendimento pessoal e a possibilidade de ter os produtos nas mãos. Porém, na falta de uma experiência de compra marcante e que valorize o cliente, o consumidor acaba focando na economia de preço, especialmente em momentos de insegurança como a atual crise econômica brasileira. Outro destaque da pesquisa foi o critério para a escolha do produto na hora da compra online: 42,7% dos entrevistados apontaram a marca como principal regra, ou seja, o fato de a empresa ser conhecida no mercado, reforçando a ligação de confiança do cliente com a empresa, mesmo que de forma virtual.
Fonte: Diário Catarinense Câmaras das principais cidades de SC têm 30% de mudança partidária Os ideais republicanos viram luta trabalhista, que também pode se transformar em causa social-democrata ou defesa dos valores cristãos. É assim, mudando de ideologia como se muda uma peça de roupa, que políticos de Santa Catarina fizeram um grande troca-troca de legendas desde a última eleição municipal, em 2012. De lá para cá, um terço dos 135 vereadores das câmaras das sete cidades-polo do Estado – Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Joinville e Lages – mudou de sigla e deve disputar o pleito de outubro em um partido diferente do que estava há quatro anos. Mudanças recentes nas regras da fidelização partidária, com a promulgação da Emenda Constitucional 91 pelo Congresso Nacional, ajudam a explicar a dança das cadeiras. Mas o professor em ciência política da Univali Fernando Fernandez alerta para a falta de identidade dos partidos e dos candidatos: — Os políticos aproveitam as brechas que a lei dá para buscar acomodação onde há mais condições eletivas. Isso mostra que as siglas não têm uma ideologia. Hoje você defende um partido de esquerda e amanhã muda para um que defende o agronegócio. Apesar de recentes escândalos de corrupção que resultaram na prisão de parlamentares, Fernandez descarta relação com as trocas: — Casos de corrupção dificilmente são usados para troca partidária. O que houve foi uma acomodação natural de interesses.O PSD foi o partido que mais perdeu políticos na soma das Câmaras: foram 10 cadeiras a menos. O próprio PSD e o PR ganharam sete novos vereadores, cada um. A pesquisa As trocas partidárias para disputa nas eleições municipais de outubro foram permitidas até 2 de abril. No último dia 20, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou o banco de dados de filiações partidárias. O DC utilizou esses dados do TSE e informações de portais de câmaras e prefeituras para fazer o levantamento de mudanças no mapa partidário do Estado. Casos de vereadores substituídos por suplentes não foram considerados como trocas partidárias.
Fonte: Diário Catarinense - Moacir Pereira Aposta do PSD é na reeleição de Cesar Souza Junior e Florianópolis O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior (PSD), começa hoje a gravar comerciais para serem inseridos de forma maciça nas emissoras de rádio e televisão. Passará a realizar três reuniões por noite em todas as comunidades de Florianópolis mostrando suas obras e serviços e explicando porque alguns projetos não saíram do papel. Vai contar com reforço financeiro do governo estadual para desapropriação de áreas no sistema viário do Sul da Ilha, visando a construção do viaduto do Rio Tavares. Serão intensificada ações do governo estadual visando agilizar ou concluir obras na capital catarinense. Estas ações foram definidas durante reunião que teve a presença do governador Raimundo Colombo, do presidente do PSD, Gelson Merisio, do ex-deputado Pedro Bittencourt Neto e do publicitário Fábio Veiga, no apartamento do prefeito. Ali ficou decidido que haverá uma mobilização nos próximos 60 dias. O marqueteiro Fábio Veiga fez a leitura de dados das pesquisas qualitativas. Elas indicam que Cesar Souza Júnior tem boa imagem pessoal, mas que está sendo prejudicado por alguns erros de gestão. É arranhado também pela situação geral dos políticos brasileiros, o que atingiria todos os prefeitos, em face dos escândalos de corrupção no governo federal. Assessores do prefeito fazem, também, comparativo com a gestão Dário Berger que, em 2006, quando concorreu à reeleição, estava ferido pela operação Moeda Verde. Cesar Júnior diz que a candidatura é irreversível. Nas internas, o PSD está dando um prazo. Se até a convenção o cenário não melhorar poderá ter outra alternativa.
Fonte: Tudo Sobre Floripa Guardas Municipais vencem queda de braço e impedem posse do Coronel Eliésio Cerimônia estava agendada para a manhã desta terça (26), mas foi cancelada Os Guardas Municipais de Florianópolis venceram a queda de braço com o Governo e conseguiram impedir a posse do ex-comandante da PM, coronel Eliésio Rodrigues, no comando da secretaria municipal de Segurança e Gestão do Trânsito da Capital, agendada para a manhã desta terça-feira (26). A cerimônia foi cancelada minutos antes de acontecer, sem aviso prévio à imprensa. O próprio prefeito, que havia prometido se manifestar a respeito às 18h de segunda (25), ainda não falou sobre o assunto. Na manhã de segunda, um grupo de cerca de 100 guardas municipais, foram até a sede da Prefeitura protestar contra a nomeação do coronel, a quem a GM ficaria subordinada. Eles lembraram inclusive um contratempo que tiveram com Eliésio em 2010, e alegaram que as guardas municipais em todo o Brasil devem ser subordinadas unicamente ao Gabinete do Prefeito, para garantirem autonomia, de acordo com uma Lei de 2014. De acordo com membros de uma comissão de guardas municipais formada para representar a categoria nas conversas com o Governo, o grupo foi recebido pela manhã pela chefe de Gabinete da Prefeitura e também pelo Secretário da Casa Civil. A confirmação de que a reivindicação seria atendida foi feita através de e-mail, direcionado pelo serviço de cerimonial do município no começo da tarde. Às 15h, a comissão finalmente foi recebida pelo prefeito César Souza Juniorno Gabinete. Depois da reunião, os servidores participaram de outro encontro, desta vez na sede da GM, para discutir o que foi conversado com o Prefeito. O Coronel Eliésio atuou por 39 anos na PM, 30 deles em atividade operacional. Trabalhou em cidades como Lages, Joinville, Curitibanos e também na Capital por um longo período. Em 2007, assumiu o Comando-Geral da Polícia Militar.
Fonte: Exame Grupo de Temer quer cortes no mínimo, saúde e educação Brasília - Para escapar de uma alta inevitável de impostos neste primeiro momento, o grupo que apoia o vice-presidente Michel Temer vai insistir na proposta de desvincular benefícios - incluindo os da Previdência - dos reajustes concedidos ao salário mínimo. A aprovação dessa medida, impopular, mas necessária, segundo conselheiros do vice, seria possível graças a uma "onda" receptiva do Congresso às propostas de um eventual governo Temer para solucionar a crise brasileira. A ideia é acabar também com as vinculações constitucionais, como gastos obrigatórios com saúde e educação, que engessam o Orçamento federal. A avaliação é de que esse caminho é mais viável do que a elevação de tributos num momento de recessão da economia. Segundo os assessores de Temer, agora é hora de cortar despesas, em vez de aumentar as receitas. A adoção dessas medidas seria uma forma de sinalizar ao mercado que um eventual governo do vice estaria preocupado em resolver a questão fiscal pela via das despesas. Temer também se comprometeria com uma reforma mais estruturante, dos gastos da Previdência Social. Interlocutores de Temer reconhecem, porém, que é quase impossível resolver o rombo das contas públicas sem mexer, mais adiante, na carga tributária. O diagnóstico agora é de que a elevação de tributos aumentaria a inadimplência. Segundo técnicos do governo, o quadro fiscal tende a piorar porque o déficit de R$ 96,6 bilhões previstos para este ano conta com recursos que, já se sabe, não se realizarão, como a CPMF e outras receitas extraordinárias. A arrecadação com o fim da isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para eletrônicos está abaixo do esperado. A aposta para melhorar um pouco a situação fiscal continua sendo a arrecadação com repatriação de divisas. O governo espera R$ 35 bilhões, mas ainda há muita incerteza. O grupo de Temer aposta nos recursos da repatriação para reforçar os cofres públicos e melhorar a situação no segundo semestre. Gesto político O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ressaltou nesta segunda-feira, 25, a importância dessas receitas. Para ele, o volume poderá ser maior caso Temer assuma pela melhora da confiança dos agentes econômicos. No domingo, Skaf se encontrou com Temer para entregar uma proposta de ajuste fiscal sem a elevação de impostos. Mas ele reconhece que o enxugamento da máquina pública não implica uma economia muito grande, mas cria um gesto político favorável. Para José Roberto Afonso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), não há espaço para aumentar a carga tributária. "O Brasil está viciado em tentar resolver o quadro fiscal sempre pelo lado das receitas", afirmou. Segundo ele, não dá para pensar em aumentar tributos num cenário como o atual, de depressão econômica. "Não é uma questão econômica, mas física", disse. Ex-secretário da Receita no governo de Fernando Henrique Cardoso, Everardo Maciel afirmou que a carga tributária chegou no limite para acompanhar o aumento dos gastos. "As despesas são uma caixa-preta e há espaço para reduzi-las", disse. Relator do Orçamento de 2016, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) tem pronta uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que desindexa todas as despesas do Orçamento e desvincula todas as receitas. Ele apresentou a proposta ao grupo de Temer e crê que há viabilidade política para aprová-la. A PEC vai ao encontro do que defende o documento Uma Ponte para o Futuro, do PMDB. O fim da indexação é uma das pilastras do orçamento defendido pelo partido. Para os economistas ligados à legenda, é "indispensável" que se elimine a indexação de qualquer benefício ao valor do salário mínimo.
Fonte: Exame Confiança do consumidor vai ao menor nível histórico São Paulo - A confiança do consumidor brasileiro caiu pelo segundo mês seguido em abril, com destaque para a piora das expectativas, e atingiu o menor nível da série histórica, mostrou a Fundação Getulio Vargas nesta terça-feira. Segundo a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 2,7 pontos em abril e foi a 64,4 pontos. O destaque para o resultado foi o recuo de 3,2 pontos do Índice de Expectativas (IE), pra 65,8 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA) também mostrou piora, de 1,6 ponto, para 64,7 pontos, nova mínima histórica. "O resultado decorre de um cenário econômico e político que parece difícil de ser resolvido rapidamente", disse a coordenadora da sondagem do consumidor da FGV, Viviane Seda Bittencourt, em nota. O cenário de incerteza na economia brasileira, que enfrenta forte recessão, vem sendo agravado pela perspectiva de troca de governo depois que a Câmara dos Deputados aprovou a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Senado agora decide se aceita ou não o processo. Dilma será afastada do cargo se o pedido de impeachment seguir em frente na Casa.
Fonte: Folha de S.Paulo Queda do dólar ameaça uma das poucas notícias boas na economia A recente queda do dólar, provocada pela perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff, pode colocar em risco uma das poucas tendências positivas em curso na economia: o ajuste das contas externas do país. Depois de atingir mais de 4% do PIB no ano passado, o deficit externo vem encolhendo, principalmente devido ao recuo das importações. A recessão derrubou a renda doméstica, o que deprime o consumo interno e as compras no exterior. A alta do dólar até perto de R$ 4 desencorajou despesas com importados. Assim, no mês passado, o deficit já havia recuado à metade (2,39% do PIB). Por outro lado, o dólar mais caro animou exportadores. O maior volume embarcado compensou, ao menos parcialmente, a queda do preço dos produtos que o Brasil mais exporta (commodities). Com isso, estima-se que a balança comercial chegue ao fim do ano com resultado positivo de US$ 48 bilhões. Essa história, porém, está ficando no retrovisor, com a recente descida do dólar. A projeção dos analistas para o fim do ano caiu de R$ 4,40, em fevereiro, para R$ 3,80. A probabilidade de impeachment levou investidores a reverem estimativas e, não fosse a atuação do BC para segurar a queda, a cotação poderia estar ainda mais baixa. Para o exportador, isso significa perda da competitividade que havia sido readquirida em 2015. Em setembro do ano passado, o indicador que mede esse ganho na capacidade de competir –a taxa de câmbio real efetiva– havia alcançado o mais elevado patamar desde outubro de 2004. De lá para cá, porém, esse ganho encolheu quase 9%. Volatilidade "Imagina se eu defino um preço com um comprador no exterior e, na hora de entregar, o câmbio cai 10%. Eu vou ligar para ele e dizer que preciso corrigir o preço em 10%? Não podemos viver com tanta volatilidade", afirma Humberto Barbato, empresário do setor elétrico e presidente da Abinee (associação de empresas de eletro-eletrônicos). Segundo ele, para o exportador industrial, o nível favorável do dólar atualmente estaria entre R$ 3,80 e R$ 4. Segundo o economista Nathan Blanche, da consultoria Tendências, a taxa de câmbio que não afetaria o ajuste das contas externas, estaria entre R$ 3,90 e R$ 3,95. O economista Fábio Silveira, da consultoria GO Associados, afirma que, se o dólar se firmar entre R$ 3,20 e R$ 3,30, as importações voltarão a crescer e as exportações ficarão menos atrativas. "Seria mais um erro de política econômica. O relativo dinamismo do agronegócio, que está impedindo que o PIB caia mais, vai desaparecer." José Augusto de Castro, presidente da AEB (associação que reúne empresas exportadores e importadoras), diz que o BC está tentando moderar este movimento de baixa, mas há dúvidas sobre seu "poder de fogo" caso a tendência de queda do dólar se consolide no mercado. O economista Bruno Lavieri, da consultoria 4E, porém, prevê que a recente queda do dólar vai se reverter até o fim do ano. Sua estimativa é que o dólar suba para R$ 3,75. "Os preços das exportações seguem em baixa e o problema fiscal não se resolve no curto prazo. A percepção de risco caiu, mas cedo ou tarde o mercado vai perceber que a situação é mais delicada do que parece", diz.
Fonte: SPC Brasil Seis em cada dez jovens empreendedores não abririam mão do seu negócio por um emprego formal, mostra SPC Brasil 81% dos empreendedores com idade entre 18 e 34 anos não mantêm atividades profissionais paralelas, dedicando-se exclusivamente aos seus negócios. 27% ainda atuam na informalidade O jovem empreendedor brasileiro é autoconfiante, valoriza a independência profissional e não pensa em abrir mão da própria empresa pela estabilidade de um emprego com carteira assinada. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), seis em cada dez (57,7%) empreendedores com idade entre 18 e 34 anos não aceitariam trocar a atividade que desempenham em suas empresas por um emprego formal que pagasse um salário compatível com o mercado, somado aos demais benefícios previstos pela CLT. Outros 23,0% dos entrevistados até aceitariam a proposta, mas tentariam conciliar o novo emprego com a sua empresa e apenas 3,7% concordariam em abandonar a vida de empresário para virar um trabalhador assalariado. O estudo revela que conciliar a função de empresário com outras atividades profissionais é uma prática adotada pela minoria dos jovens empreendedores, o que demonstra um interesse focado no desenvolvimento de suas empresas. Segundo o levantamento, 81,1% dos entrevistados não possuem um trabalho paralelo, ao passo que 8,9% têm um emprego formal e 5,4% trabalham de modo informal para outra empresa. “Conquistar a autonomia profissional e não depender de horários fixos e da rigidez patronal é uma das vantagens que explicam a migração de trabalhadores com carteira assinada para empreender em um negócio. No entanto, abrir a sua própria empresa e virar patrão de si mesmo pode ser mais complicado do que se imagina e requer uma atualização constante sobre a sua área de atuação e muita segurança em suas atitudes”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. Maioria quer se desligar do emprego para se dedicar ao negócio Até mesmo entre os empreendedores que mantém outras atividades profissionais, há um explícito desejo de dedicar-se exclusivamente ao próprio negócio. A pesquisa revela que seis em cada dez (59,9%) jovens
empreendedores que exercem uma profissão paralela querem o desligamento de seus empregos para se dedicar de modo integral aos negócios. A maior parte dessas pessoas (46,9%), no entanto, admite que esse desejo só poderá se concretizar quando houver um faturamento que possibilite ganho igual ou maior ao que possuem atualmente. Outro dado da pesquisa mostra que 10,7% das empresas comandadas por jovens empreendedores não sobrevivem de maneira independente e ainda precisam de aportes financeiros de outras fontes como sócios, amigos, ou investimentos pessoais para se manter em atividade. Para Pablo Guterres, presidente da CDL-Jovem, entidade ligada à CNDL que fomenta o desenvolvimento de jovens empresários, “empreender exige dedicação praticamente exclusiva ao próprio negócio e isso geralmente impede que o empresário mantenha outras atividades profissionais. O que diferencia um empreendedor é a sua capacidade de enxergar oportunidades, ter iniciativa e assumir riscos calculados. Para ser empreendedor não basta ter uma boa ideia e capital de giro, é preciso entender o mercado e se manter sempre atualizado sobre pontos sensíveis do seu ramo de atuação”. Para jovens empreendedores, autonomia e independência são diferencial O estudo indica que ‘ser empreendedor’ tem vários significados para os empresários consultados, mas há a predominância de aspectos como autonomia e superação das dificuldades envolvidas nas tarefas do dia a dia. Para 15,7% dos entrevistados ‘ser empreendedor’ é sinônimo de não ter patrão, para 13,2% é ter o seu próprio negócio, mas ter de pagar impostos, para 6,7% é ter independência financeira, para 4,7% é ser guerreiro e se superar diante das dificuldades e para 4,3% é contribuir para o crescimento do país a partir da geração de empregos. “Não é fácil manter uma empresa funcionando no país, mas o que move o empreendedor é a possibilidade de realizar uma ideia e também ser dono do próprio destino”, explica Pinheiro. A autoconfiança é um dos sentimentos que mais se destacam na personalidade dos jovens empreendedores. Segundo a pesquisa, 88,0% dos entrevistados se sentem confiantes para administrar seus negócios. Questionados sobre uma série de atributos relacionados à gestão do negócio, sendo que para cada quesito era preciso dar nota de um a dez, o levantamento mostra que os jovens
empreendedores se enxergam como empresários que exercem suas atividades de liderança de modo eficiente. À exceção do item marketing e comunicação (7,6), em todas as áreas a média das notas foi superior a 8,0, com destaque para a capacidade e autoconfiança para administrar seu negócio com excelência (8,4), desenvoltura para vendas (8,2) e capacidade de inovação (8,1). Homens atuam mais em serviços; mulheres no comércio A pesquisa indica, contudo, que não há predominância de gênero no perfil dos jovens empreendedores. A proporção de homens (50,1%) e mulheres (49,9%) que decidem aprender é praticamente igual. No entanto, na hora de escolher o ramo de atuação as diferenças entre os gêneros aparecem. Enquanto os homens dão prioridade a atividades como tecnologia, vendas e assistência técnica de eletroeletrônicos, oficina mecânica e distribuição de água e gás, as mulheres investem mais em cuidados com a beleza, vestuário, bomboniere, confeitaria, artesanato e costura. Segundo aponta o levantamento, 53,9% dos negócios estão no comércio (aumentando para 58,3% entre as mulheres), enquanto 46,1% se encaixam na prestação de serviços (aumentando para 50,5% entre os homens).
Por tratar-se de um universo essencialmente jovem, a maior parte dos negócios ainda estão nos primeiros anos de vida: 21,0% atuam no mercado entre seis meses e um ano, enquanto 42,4% estão na ativa por um período que varia entre um e três anos. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a crise impacta a abertura de novas empresas em duas direções. “A proporção de empreendedores jovens com empresas montadas recentemente é expressiva. Essa realidade guarda relação com o que acontece no mercado de trabalho. Se, por um lado, a crise afeta a confiança dos consumidores e investidores, por outro ela fecha portas de empregos e com isso faz as pessoas buscarem alternativas de trabalho”, afirma a economista. Quase um terço dos jovens empreendedores está na informalidade A maioria absoluta (95,3%) dos jovens empreendedores possui microempresas, pois atuam com até nove funcionários e mais de metade (55,7%) fatura até R$ 60 mil por ano. Quanto ao regime de tributação adotado pelos jovens empreendedores, a pesquisa revela que 53,5% são optantes do Simples, mas um número expressivo de 26,8% dos entrevistados admite atuar na informalidade, sobretudo as mulheres (30,8%) e os que possuem no máximo o ensino médio (32,9%). “A informalidade impede que o empresário desenvolva seus negócios. Por isso ele perde em competitividade. Não há como uma empresa se desenvolver se ela não tiver um CNPJ, pois sem ele fica difícil obter linhas de financiamentos para investir na empresa ou pagar seus fornecedores a prazo”, afirma Guterres presidente da CDL-Jovem. Inadimplência atinge 31% dos que não fazem gestão financeira Dois em cada dez (20,4%) jovens empreendedores não adotam qualquer tipo de prática para a gestão financeira de seu negócio. Para aqueles que empregam algum tipo de controle, as mais comuns são registro financeiros em planilha ou caderno (33,5%), livro-caixa (27,3%), planejamento orçamentário (26,7%), demonstração mensal de receitas e despesas (23,1%) e gestão do fluxo de caixa (17,8%). Segundo o levantamento, 11,6% dos jovens empreendedores admitem que estão com o CNPJ de suas empresas registrados em serviços de proteção ao crédito e, portanto, impossibilitados de adquirir crédito no mercado. O percentual de empresas inadimplentes sobe para 31,3% dentre os jovens empreendedores que não adotam nenhuma prática de gestão financeira em suas empresas. Para os especialistas do SPC Brasil, uma boa gestão financeira da empresa não deve ser uma preocupação secundária do empreendedor. “Conquistar clientes e aperfeiçoar os aspectos operacionais do negócio são metas importantes, mas não se deve negligenciar o registro sistemático das entradas e saídas de recursos, sob o risco de tomar decisões mal informadas e prejudicar o próprio negócio. Esses dados mostram que a boa gestão também ajuda a pagar contas”, explica a economista Marcela Kawauti.

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