CDL

menu

Clipping Diário - 25/01/2016

Publicado em 25/01/2016
Clipping Diário - 25/01/2016

CDL de Florianópolis Segunda-feira - 25/01 Notícias do Dia - Carlos Damião Núcleo do Centro Histórico da CDL de Florianópolis recebeu o tenente-coronel da PMSC Araújo Gomes em reunião com mais de 40 empresários para tratar sobre a segurança da região central. No encontro, ações como criação de um grupo de conversação, consultoria de segurança individual e mais policiamento nas ruas, serão trabalhadas entre os comerciantes, com apoio da PMSC, para coibir a marginalidade que ronda o degradado lado Leste da Praça 15 de Novembro. Na imagem, a lateral do prédio dos Correios, na Rua Victor Meirelles.
Geral Domingo - 24/01 Fonte: Notícias do Dia Em reforma no Centro de Florianópolis, Casa de Câmara e Cadeia ganha novas cores A restauração da Casa de Câmara e Cadeia avança a cada dia. Finalizado o trabalho de reforma estrutural, a obra chegou à metade final, que consiste na recuperação dos ornamentos, incluindo esquadrias, forros e assoalhos da escada que leva ao piso superior. Em todas as etapas, a restauração segue padrões estabelecidos pelo Sephan (Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Natural do Município), que inclui a utilização de materiais iguais ou semelhantes aos usados em 1771, ano da construção do prédio histórico.  Da rua, em frente à praça 15, é possível notar que a antiga pintura do edifício (rosa) foi substituída por um leve tom de amarelo. “A cor foi escolhida em função do momento em que o prédio foi construído”, afirmou o secretário de Obras da Capital, Rafael Hahne. “Não se tem o registro, mas foram feitas prospecções (investigações da alvenaria e da esquadria por meio da remoção das diversas camadas de tintas até chegar à mais antiga). Possivelmente, essas são as cores originais”, completou a arquiteta gestora da obra, Mariana Nunes Elias. A restauração também avança na parte interior da Casa de Câmara e Cadeia. O piso superior está todo pintado, faltando apenas detalhes como a recuperação da escada. “Estamos fazendo enxertos nas esquadrias, como corrimãos e colunas da escada, para restaurar as peças”, disse Mariana.
Enquanto o corredor central também foi pintado de amarelo, o salão nobre ganhou um leve tom de rosa. “O salão nobre, onde funcionava a Câmara, tinha uma cor diferente [rosa], creio eu para dar um destaque ao local” comentou a arquiteta. Na parte externa, além da pintura, há o trabalho de restauração dos ornatos deteriorados pelo tempo. Segundo Mariana, técnicos aplicaram silicone nos ornamentos mais bem conservados para que fosse possível reproduzi-los naqueles que precisavam de maiores cuidados. “Já finalizamos a fachada dos fundos e a dos Correios [uma das laterais]. A parte frontal está quase pronta e a outra lateral [de frente à rua Victor Meirelles] está nesta fase de restauração dos ornatos”, explicou. Passarela de vidro sobre abóboda do século 18 A “menina dos olhos” de todo esse processo de restauração será uma abóboda de tijolo, datada do século 18. Para valorizar a construção, prefeitura e arquitetos optaram por deixá-la exposta ao público. “O anexo que será construído terá um elevador para garantir acessibilidade. Na saída do elevador, teremos uma plataforma de vidro para dar acesso ao edifício, de onde será possível ver a antiga estrutura”, disse o secretário Rafael Hahne. No piso inferior, a construção arqueada em forma de cunha garante maior amplitude ao espaço. No andar de cima, permitirá o resgate histórico. “O forro de tijolos da abóboda ficará parcialmente exposto para que seja possível enxergá-lo. A ideia é compartilhar o conhecimento desta técnica construtiva bem antiga. Não é uma coisa comum de se ver hoje em dia”, afirmou a arquiteta Mariana Nunes Elias. Apesar do longo período de chuva no final de 2015, a prefeitura mantém o cronograma de entrega da obra para o primeiro semestre deste ano. Em seguida, o edifício será assumido pelo Sesc, que venceu a licitação para implementar o Museu da Cidade, com previsão de entrega ainda em 2016. Sítio Arqueológico Tão logo começaram as obras de restauração da Casa de Câmara e Cadeia foi possível perceber que o edifício guardava histórias de séculos passados. Então, em agosto do ano passado, o arqueólogo Osvaldo Paulino da Silva foi chamado para realizar escavações e descobrir os segredos escondidos no sítio arqueológico. Entre os itens encontrados estão fragmentos de garrafas, louça de barro cozido, cerâmica, moedas, pisos antigos e até restos de peixes. “Não procuramos apenas objetos. Procuramos informações que possam contar a história do lugar. Essas informações ficam seladas na terra, registrado no subsolo, que é como um livro pronto para ser interpretado. Assim, é possível fazer uma releitura do sítio arqueológico”, disse. Os objetos estão sendo recolhidos pela equipe de arqueologia e, posteriormente, serão confrontados com documentos históricos. “Ainda não datamos, mas os objetos vão desde a construção da casa, na segunda metade do século 18, até os últimos anos de ocupação. São fragmentos das vidas das pessoas que ocuparam esse espaço, por isso queremos tentar remontar essa história”, finalizou o arqueólogo.

Segunda-feira - 25/01 Fonte: Exame Focus prevê inflação a 7,23% em 2016 Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam por mais inflação neste ano e em 2017. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano foi ajustada pela quarta vez seguida, ao passar de 7% para 7,23%. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta. A projeção para 2017 passou de 5,40% para 5,65%, no segundo ajuste consecutivo. Publicidade A meta de inflação tem como centro 4,5% e o limite superior é 6,5%, em 2016, e 6%, no próximo ano. As estimativas são do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. Depois da polêmica envolvendo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na semana passada, a projeção mediana (que desconsidera extremos das estimativas) para a taxa básica de juros, a Selic, passou de 15,25% para 14,64% ao ano. Ao final de 2017, a estimativa também caiu de 12,88% para 12,75% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. A polêmica surgiu às vésperas do anúncio da decisão do Copom, quando o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou comentário sobre a revisão de projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia brasileira. Na terça-feira (19), primeiro dia de reunião do Copom, Tombini disse, em nota, que as revisões foram significativas e seriam consideradas na decisão do comitê. O FMI aumentou a projeção de queda da economia brasileira neste ano de 1% para 3,5%. Para 2017, a expectativa é de estabilidade, com a estimativa de crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), contra a expectativa de crescimento de 2,3%, divulgada em outubro do ano passado. O comunicado de Tombini em dia de reunião do Copom foi incomum e indicou uma mudança de direção com relação à Selic. Analistas criticaram a comunicação do BC, que anteriormente informava que adotaria as medidas necessárias para controlar a inflação, ou seja, que elevaria a Selic. Para alguns analistas, o BC estaria cedendo a pressões ao mudar a comunicação e tomar a decisão de manter a Selic em 14,25% ao ano. Quando há elevação da taxa Selic, a demanda por produtos e serviços é afetada, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam as pessoas a economizar em vez de gastar. Quando há redução da Selic, o efeito é o contrário: incentiva produção e consumo, mas alivia o controle da inflação. Nas suas decisões, o BC tem que decidir se no momento a prioridade é controlar a inflação ou estimular a economia. Além de afetar a demanda, a elevação da taxa influencia também as expectativas com relação à inflação. Na avaliação das instituições financeiras, a economia deve encolher 3% este ano, contra a previsão anterior de 2,99%. Para 2017, a expectativa é de recuperação, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8%. A estimativa anterior era 1% de expansão da economia.
Fonte: Notícias do Dia Casan anuncia que vai desativar extravasores do Norte da Ilha até o fim da temporada de verão A Companhia recebeu multa de R$1,1 milhão da prefeitura por despejar esgoto in natura no rio Ingleses Depois de receber uma multa de R$ 1,1 milhão da Prefeitura de Florianópolis por despejar esgoto in natura no rio Ingleses, Norte da Ilha, e de ser notificada pelo Município a apresentar ações desenvolvidas e em desenvolvimento para a questão do esgotamento sanitário naquela região, a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) anunciou, devido “ao clima emocional que assumiram os debates no momento”, a decisão de desativar imediatamente os extravasores do Norte da Ilha. A Casan afirma que compartilha das preocupações da Prefeitura com relação ao saneamento das praias e, por isso, entregará ainda na segunda-feira a relação das ações emergenciais no Norte da Ilha. Em nota, a companhia informa que para evitar o comprometimento de todo o sistema de tratamento de esgoto sem a presença dos extravasores, que são dispositivos de segurança, os técnicos farão um monitoramento especial. Passada a temporada de verão, a Casan convidará a Prefeitura e a Fatma (Fundação Estadual de Meio Ambiente) para, em conjunto, decidir onde os extravasores poderão ser instalados. A Casan esclarece que o extravasor lacrado pelo município na praia dos Ingleses é um dispositivo técnico de segurança previsto em lei e licenciado pelos órgãos ambientais para situações emergenciais das estações elevatórias. O mecanismo segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) números NBR 12.207 e 12.208 e deve ser acionado de forma pontual - como, por exemplo, num período de chuvas intensas. Mesmo assim, por mais que a NBR 12.208/1992 permita a instalação de um extravasor, a norma deixa claro que entre as condições a se observar, uma delas “é que o nível máximo de extravasão não permita inundação de esgoto no local da Elevatória”. Isso aconteceu na EEE (Estação Elevatória de Esgoto) rio do Brás, nos dias 29 e 31 de dezembro, quando fortes chuvas e uma queda de energia fizeram com que houvesse extravasamento no local. Por esse motivo a Casan foi notificada pela Fatma e pela Aresc (Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina).

Fonte: Folha Cresce busca por serviços de reformas e reparos de tênis, roupa, carro e casa Não se ajeitou com a roupa nova? O tênis furou? Nada de comprar outros. O modelo de consumo fácil a que os brasileiros se habituaram nos anos de expansão da economia e do crédito mudou. Com o aumento do desemprego e a renda corroída pela inflação, já não é possível manter o ritmo de compras. No lugar, cresce até 60% a procura por serviços que ajudam a reaproveitar aquilo que se tem, do brinquedo ao carro, de sapatos e tênis caros à casa própria. A disposição dos paulistanos para consumir atingiu no final de 2015 os menores valores da série histórica (iniciada em 2010) do indicador da Fecomercio-SP. "As pessoas estão deixando de comprar para remodelar e reutilizar", diz o assessor econômico Guilherme Dietze. Na rede de costura Linha e Bainha, a procura por serviços de conserto e ajustes cresceu 30%, segundo Joseane Gomes, gerente da marca -que possui 21 lojas no país. "Nossos clientes reaproveitam peças com rasgos, furos, aquelas que ficaram muito tempo guardadas. Quando o estrago é grande, aproveitam o tecido ou tingem", afirma. No Hospital do Tênis, uma pequena loja no bairro de Pinheiros, em São Paulo, a espera pelo serviço chega a um mês. "Desde novembro, tivemos aumento de 60% no trabalho", diz o funcionário Vinicius Esteves. A loja se especializou no reparo de calçados esportivos de marcas da moda, como Adidas, Mizuno e Nike. Alguns dos modelos levados pelos clientes custam R$ 1.000. É o caso do par de tênis da Asics do autônomo Marcelo Regis, que procurou o Hospital do Tênis por indicação de outro sapateiro. "Preciso economizar dinheiro, não posso comprar outro agora", diz Regis, que vai ter o calçado consertado por menos de R$ 50. A estratégia de reaproveitamento também atinge os presentes infantis. Com Dia das Crianças e Natal, Leandro Capelo, proprietário do Hospital das Bonecas -que, apesar do nome, restaura todos os tipos de brinquedos-, aponta aumento de 50% no número de clientes.
Fonte: Folha Oito em dez brasileiros pagam mais, mas não trocam de loja A grande maioria dos brasileiros não troca de local de compras mesmo que esteja pagando mais caro pelos produtos. É o que mostra pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) obtida com exclusividade pela Folha. De acordo com o levantamento, realizado em dezembro do ano passado, apenas 24% dos consumidores trocam de supermercado por causa do preço. Além disso, a grande maioria (51,1%) não pesquisa preço antes de comprar. A pesquisa indica ainda que, ao comprar, quatro em dez não tentam barganhar desconto e apenas 20,4% costumam guardar dinheiro para comprar os produtos à vista. "Isso reforça a ideia de comodismo. O consumidor está acostumado com aquele local e não troca, mesmo que isso signifique pagar mais", avalia José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. "Hoje há várias formas de pesquisar preço, a própria internet ajuda. As vendas estão ruins, o que abre espaço para barganhar desconto. E mesmo assim ele não pechincha", complementa. Por não pesquisar o preço, o consumidor fica muito à mercê do que ele chama de "achismo". "Ele acha que está barato, mas se baseia em suas memórias, e não em fatos concretos. Acaba fazendo bobagem por causa disso", diz o educador financeiro.
Fonte: Estadão Superintendência do Cade sugere impugnação de negócio entre Itaú e MasterCard Empresas tentam formar joint venture para criar nova bandeira de cartão; processo será encaminhado ao Tribunal do Cade BRASÍLIA - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a impugnação do ato de concentração entre Itaú Unibanco e MasterCard Brasil Soluções de Pagamento que consiste na formação de uma joint venture para a gestão de uma nova bandeira de cartão. A sugestão da Superintendência consta de despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). Agora, o processo será encaminhado ao Tribunal do Cade, a quem cabe a decisão final sobre o caso, acatando ou não a recomendação apresentada. As empresas se manifestaram em nota sobre a decisão: "O Itaú Unibanco e a MasterCard aproveitam para reforçar que se mantêm convictos de que a operação em análise pelo Cade beneficiará o mercado de meios eletrônicos de pagamentos, proporcionando mais inovação e concorrência e, consequentemente, uma nova opção aos consumidores brasileiros". A associação das duas empresas foi notificada ao Cade em 18 de setembro. Esta foi a segunda vez que as companhias apresentaram ao órgão a intenção de formar essa joint venture. O processo da primeira notificação, feita em março, foi arquivado pelo Cade em agosto a pedido das empresas, que na ocasião informaram haver mudanças nas negociações e que apresentariam um novo ato ao Cade, o que foi feito em setembro. O objetivo da joint venture entre Itaú Unibanco e MasterCard é ofertar ao público em geral uma nova bandeira de cartão de crédito/débito, a ser operada por um novo arranjo de pagamento. No entanto, a Superintendência-Geral do Cade entendeu, segundo detalha em parecer, que "as justificativas apresentadas não parecem ser suficientes para mitigar todos os potenciais riscos à concorrência que a operação é capaz de gerar". 
Para a Superintendência, as justificativas expostas pelas requerentes "não parecem ser específicas da operação e, a princípio, poderiam ser alcançadas de forma menos prejudiciais à concorrência". Também a criação de uma nova bandeira com as marcas Itaú Unibanco e MasterCard poderá criar incentivos à discriminação de concorrentes. Além disso, a estrutura da joint venture permite a ingerência do Itaú Unibanco em decisões relevantes da nova empresa, o que aumenta ainda mais a possibilidade de prejudicar a concorrência. A Superintendência destaca no documento que, segundo o Itaú Unibanco, os ganhos com a operação derivariam, sobretudo, do aumento da base de clientes, proporcionada com a inclusão financeira de novos consumidores no mercado, ou seja, com a ampliação do próprio mercado em si. "Esse argumento é extremamente genérico e sem qualquer comprovação de alguma especificidade com a operação", avalia o Cade. "Não obstante o argumento, vale questionar também se a constituição de uma joint venture é a única ou a melhor opção para a criação de um novo arranjo", completa. No parecer, a Superintendência do Cade esclarece que a política de concorrência e de regulação financeira do País tem, nos últimos anos, trabalhado com o objetivo de tornar o mercado de meios de pagamento mais aberto, interoperável e transparente, e que "a presente operação, no formato tal como apresentado, ao unir em um mesmo arranjo o principal emissor, uma das maiores bandeiras e uma das maiores credenciadoras do País, parece indicar um retrocesso, ao forçar a integração vertical entre os agentes envolvidos e conferir incentivos para a prática de condutas anticoncorrenciais". "Tem-se, de um lado, a MasterCard, que, junto com a Visa, detém cerca de 90% do mercado de cartões de crédito/débito no Brasil, com uma gestão independente de outros agentes que atuam em qualquer lado do mercado de meios de pagamento no Brasil. Do outro, o Itaú Unibanco, maior emissor de cartões e controlador da segunda maior adquirente do país (a Rede)", explica o parecer. A operação proporciona, portanto, segundo a Superintendência do Cade, a entrada do Itaú Unibanco no capital de uma nova bandeira que pode angariar cerca de metade da base de clientes hoje pertencentes e geridos exclusivamente pela MasterCard. Esses clientes passariam a ter a ingerência do Itaú Unibanco, "agente com interesses econômicos que extrapolam o segmento de arranjos de pagamento, criando incentivos não desejáveis para adoção de condutas potencialmente lesivas à concorrência, sem apresentar, em contrapartida, elementos convincentes em termos de eficiência econômica e justificativas que pudessem contrapor tais preocupações".
Fonte: Estadão Desemprego impulsiona ‘bicos’ pelo País Brasileiro corre atrás de trabalhos esporádicos para tentar pagar as contas ou complementar a renda, que foi corroída pela alta da inflação Amanda de Souza dava aulas de inglês; Bruna Ribeiro trabalhava numa empresa farmacêutica; William Santos era funcionário de um hospital. Nos últimos meses, porém, a rotina deles mudou. Amanda deixou a sala de aula e passou a vender lingerie, Tupperware e suplementos alimentares; Bruna largou o escritório e começou a costurar toalhas e fazer pães de mel; William perdeu o emprego e virou ajudante geral. A mudança de curso na vida desses profissionais é o retrato do atual momento da economia brasileira. Com a piora no mercado de trabalho e a perda do poder de compra por causa do aumento da inflação, milhões de trabalhadores começaram a recorrer aos chamados bicos, empregos esporádicos, para tentar manter o padrão de vida ou apenas para conseguir pagar as despesas básicas. Um termômetro do aumento da procura por esse tipo de trabalho são os dados da plataforma Bicos Online, que faz a intermediação entre o trabalhador e o contratante de serviços, como diarista, pintor, eletricista, pedreiro e motoristas. Dos 20 mil usuários cadastrados no site, 75% estão à procura de trabalho e 25% querem contratar. No início de 2015, esses porcentuais estavam em 60% e 40%, respectivamente. “A crise aumentou a procura por bicos. A partir do segundo semestre, a distância entre a oferta e a demanda passou a crescer mês após mês”, afirma Marcos Botelho, sócio da Bicos Online, hoje disponível nas principais capitais do País e cidades da Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com ele, entre os que estão em busca de um serviço, 70% estão desempregados. Um outro levantamento feito pelo Instituto Data Popular também revela a popularização dos bicos. Segundo levantamento, a quantidade de trabalhadores que fazem bico aumentou de 41% em dezembro de 2013 para 69% em dezembro do ano passado. A pesquisa foi feita com 2 mil pessoas. “O bico cresceu porque a inflação subiu muito, e o brasileiro, para não perder tanto o padrão de consumo, precisou trabalhar mais para comprar as mesmas coisas”, diz Renato Meirelles, presidente do Data Popular No ano passado, o brasileiro passou a lidar com uma combinação perversa: o desemprego subiu e inflação ultrapassou 10%. O Brasil perdeu 1,5 milhão de empregos com carteira de trabalho assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral e Desempregados (Caged) – o resultado foi o pior da série histórica iniciada em 1992. O tempo para se recolocar no mercado de trabalho também aumentou. Um levantamento recente feito pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que o porcentual de desocupados há mais de sete meses subiu de 24,1%, em janeiro do ano passado, para 33,8% em novembro – o maior nível mensal desde 2006. A faixa que mais cresceu foi a que inclui desempregados entre 7 e 11 meses, cujo porcentual dobrou no período, de 7,3% para 14,2%. Enquanto isso, o porcentual de trabalhadores que conseguia emprego no curto prazo, em até 30 dias, caiu de 29,6% para 20,2%. A faixa entre 31 dias e seis meses ficou estável, com 46% dos desocupados. Dificuldade. Gabriela Lelis, de 24 anos, tem enfrentando as dificuldades do mercado de trabalho. Por um ano, ajudou o tio, que é autônomo. “Não era um emprego que tinha todo mês”, lembra a jovem, formada em sistemas de informação. Neste ano, ela conseguiu uma vaga de três meses numa faculdade. Ela mora com os pais e a renda vai para ajudar nas despesas de casa. “Meu objetivo é encontrar um trabalho fixo. Por enquanto, é só temporário. Eles contrataram muita gente e estou fazendo o melhor para tentar ser efetivada.” Já a publicitária Mônica Humphreys, de 39 anos, tem emprego fixo e recorreu aos bicos para complementar a renda. “Trabalho numa galeria de arte digital como diretora de marketing. Por interesse, fiz um curso de personal stylist e depois de organização pessoal, passei a trabalhar com isso para ter uma renda extra.” Além de uma conta no Instagram para divulgação do trabalho e do boca a boca, há quatro meses ela se cadastrou na Bicos Online. “Já fiz quatro trabalhos por lá.”

galeria de imagens

Compartilhar: