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Clipping Diário - 24/08/2014

Publicado em 24/08/2014
Clipping Diário - 24/08/2014

O freio psicológico da economia brasileira

A avalanche de indicadores que mostram a economia vacilante este ano, seguindo a trilha do fraco crescimento do país desde 2011, eleva o grau de atenção para a divulgação do PIB do segundo trimestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será feita na próxima sexta-feira.
Para especialistas, é grande a possibilidade de um resultado negativo entre abril e junho, com o agravante do risco de os números dos três primeiros meses do ano serem revistos para baixo. Assim, o crescimento quase nulo de 0,2% poderia ser recalculado para uma retração.
E a soma de dois trimestres seguidos de PIB negativo, caso se confirmem, atestaria que o país passou por uma recessão técnica na primeira metade de 2014.
Mesmo que as previsões mais pessimistas não se materializem, a atividade em marcha lenta, avaliam economistas de consultorias, institutos e entidades, é o resultado da perda paulatina da confiança de empresários e consumidores, alimentada por uma série de fatores encadeados.
Entre os fatores que influenciam estão a perda da competitividade e a queda da produção da indústria, juros altos, inflação, endividamento, esgotamento do modelo de crescimento via consumo, dúvidas quanto a energia e crise na Argentina, investimentos em infraestrutura que não deslancham e pacotes do governo federal que não surtem mais efeito – travados pela própria falta de confiança.

QUADRO ELEITORAL GERA INCERTEZAS

Para completar, o próprio quadro eleitoral joga mais gasolina na fogueira das incertezas e às intenções do futuro presidente da República, seja quem for, de sinalizar que medidas pretende adotar.
Embora o passado recente possa assustar, também é quase consenso que o fundo do poço foi o segundo trimestre e a tendência para o restante do ano e 2015 é de recuperação, mesmo que em patamares tímidos.
Fonte: Diário Catarinense – Economia – 24-08 

CONFIANÇA ABALADA

A combinação de indicadores e de atitudes de quem produz e consome forma um cenário pouco promissor para a economia brasileira. Os dados estatísticos, mesmo que informem o que já passou, iluminam também as condutas de quem pretende investir, comprar ou planejar ações de médio e longo prazo. E os indicadores do ano até agora não são bons para a performance econômica em geral e para questões específicas como inflação, contas públicas, juros, contas externas e consumo interno. Pretendentes à Presidência da República se defrontam com uma realidade que os números explicitam mensalmente e passam a ser desafiados por uma constatação incômoda: há, claramente, uma perda gradual de confiança por parte dos empresários e também da população em geral.
Os números são incontestáveis. A indústria reduziu o ritmo, o consumo pode ter chegado ao limite e, o que mais preocupa, a criação de emprego começa a perder fôlego. Por muito tempo, o maior trunfo da economia, exaltado pelo governo, foi a geração de vagas, em todos os setores. Áreas consideradas decisivas para a manutenção dessa tendência, como a automobilística, refreiam a produção, com menos encomendas, e começam a demitir. É abalado um pilar da política econômica, sustentado basicamente pelo fortalecimento do mercado interno, via crédito abundante e outros estímulos, como redução de preços de bens duráveis, com a desoneração tributária. Perdem efeito as ações muito mais táticas do que estratégicas, que representam esforços pontuais, na tentativa de estimular o consumo e transmitir a sensação de estabilidade.
Os resultados não são os almejados. A percepção média de que é preciso cautela faz com que as amostragens de investimentos revelem apreensão, com o adiamento de projetos, por parte do setor produtivo. Na outra ponta, do consumo, indicadores do comércio sugerem um refluxo na capacidade de endividamento da população. A inflação, igualmente no limite da meta estabelecida pelo próprio governo, mantém uma preocupante estabilização em níveis que, sob quaisquer pontos de vista, afastam-se do que seria razoável. É assim que os preços ascendentes, especialmente de produtos de primeira necessidade, corroem o poder de compra das famílias de mais baixa renda e, também nesse caso, comprometem projetos pessoais e abalam confianças.
Observadores de conjuntura chegam a traçar um cenário menos preocupante para 2015 para o ritmo da economia, mas o próximo ano reserva o impacto de correções de preços, bem acima da média histórica, para combustíveis e energia. Há exagero nos que, a partir desses dados, põem o Brasil no pior dos mundos. Mas é preciso atentar para os sinais que são emitidos pelo conjunto de indicadores, pelos impactos mais imediatos e pelas reações que provocam no ânimo de todos. O país contabiliza avanços importantes que não podem ser desperdiçados, e uma das missões dos presidenciáveis é a de transmitir com clareza o que pretendem fazer para que a economia volte a crescer com estabilidade e em níveis compatíveis com suas potencialidades.
Editorial publicado antecipadamente no site do Diário Catarinense, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Editorial diz que é preciso recuperar confiança na economia. Você concorda?

O LEITOR CONCORDA

É um trabalho que requer cortes de gastos e implantação de projetos com eficácia a curto prazo. A confiança econômica irá exigir garra, coragem e força para enfrentar milhares de pessoas que se preocupam com aquilo que somente as afeta.

Victória tavares - Florianópolis

Concordo. Temos que reconhecer e partir daquilo que é positivo para melhorarmos. O principal motivo da falta de confiança na economia brasileira é uma máquina pública cara, ineficiente e corrupta. Para sustentar esta máquina inchada, trabalhadores e empreendedores do Brasil todo têm em comum um sócio chamado governo e sua máquina arrecadatória (esta sim, funciona e muito bem). Este sócio é ao mesmo tempo oculto, inativo (porque nada faz) e majoritário (porque é quem mais leva na arrecadação). Digam os presidenciáveis quem serão seus ministros nas pastas da Fazenda, Saúde e Educação que definirei meu voto.

Ivo Ricardo Lozekam - Porto Alegre (RS)

Sim. Tem que recuperar urgentemente, pois estamos entrando numa fase de estagnação da economia. Medidas paliativas tomadas pelo governo não resolverão a médio e longo prazo. Imediatismo não resolve. Rever taxas tributárias é imperioso.

José Geraldo da Silva - Florianópolis

O LEITOR DISCORDA - Só se pode transmitir confiança e ter saúde econômica quando se moderniza o Estado, o deixando mais leve, com mais eficiência. Com tantos comunistas e socialistas querendo mais e mais regalias do Estado, a saída encontrada por esse monstro burocrático tem sido sempre de querer mais e mais impostos, não haverá interesse do capital moderno em investir e gerar riquezas já que o lucro é visto como pecado. Infelizmente o Brasil vive a doença do esquerdismo míope que só alimentou parasitas que não produzem nada e ao contrário são os principais responsáveis pela corrupção. Com tal ambiente negativo, não será possível mudar esse cenário a curto prazo. É preciso uma mudança de lideranças políticas e empresariais e se copiar modelos vencedores como Estados Unidos, Alemanha, Canadá etc. Enquanto olharmos para Cuba, Venezuela e Argentina o resultado será esse para pior.
Fonte: Diário Catarinense – Editorial – 24-08

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