Clipping Diário - 24/06/2016
Publicado em 24/06/2016
Clipping Diário - 24/06/2016
Sexta-feira - 24/06
Geral
Fonte: Diário Catarinense
Após referendo no Reino Unido, bolsas europeias despencam
O resultado do referendo no Reino Unido, que votou pela saída da União Europeia (UE), abalou os mercados da Europa nesta sexta-feira, especialmente as ações dos bancos. O cenário provocou a fuga dos investidores para os chamados valores refúgio.
Às 4h10min (horário de Brasília), o índice Footsie 100, de Londres, caía 7,5%, o Dax 30, de Frankfurt, 9,94%, e o CAC 40, de Paris, 7%. O Ibex 35, de Madri, recuava 11,07%, e o FTSE-Mib, de Milão, 11,66%.
Já em Atenas, na Grécia, cuja economia conta com a ajuda de um resgate internacional, a bolsa chegou a perder 15%.
— Dá medo. Nunca vi algo assim — afirmou James Butterfill, diretor de análises e investimentos da ETF Securities, em Londres.
Os bancos eram os mais afetados pela queda generalizada. Em Londres, o Royal Bank of Scotland (RBS) perdia 26,05%, o Barclays, 25,46%, e o Lloyds Banking Group, 24,05%. Já em Madri, o Banco Santander, o maior da Eurozona em capitalização e que tem o Reino Unido como o seu principal mercado, registrava baixa de 22,59% em suas ações, enquanto o BBVA apresentava recuo de 20,63%.
A libra esterlina registrou o menor nível em relação ao dólar em 31 anos. Nas primeiras negociações europeias, a cotação era de US$ 1,3229, uma desvalorização de 10% na comparação com o valor de fechamento da quinta-feira, quando a moeda britânica chegou a superar US$ 1,50, com a aposta do mercado na permanência do Reino Unido na UE.
— A vitória do Brexit é um dos maiores choques de todos os tempos — afirmou Joe Rundle, diretor de operações na Bolsa da ETX Capital.
— É difícil medir o alcance dos danos aos ativos, mas, no mínimo, podem ser os piores desde o Lehman Brothers — completou, em referência ao colapso do banco de Wall Street, que precipitou a crise financeira global em 2008.
Reação na Ásia
A Ásia também repercutiu o resultado do referendo britânico. A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão em queda de 7,92%, e o índice Nikkei perdeu 1.286,33 pontos, a 14.952,02 unidades. Essa foi a maior baixa do pregão em apenas um dia desde o desastre de 2011, provocado pelo terremoto e tsunami no país.
Além disso, o dólar chegou a ser negociado abaixo dos 100 ienes (99,02 ienes) pela primeira vez desde novembro de 2013, antes de recuperar terreno e atingir 102 ienes.
A moeda japonesa é considerada um valor refúgio em momentos de incerteza, mas sua valorização prejudica o setor exportador, vital para a economia nipônica. O ouro, valor refúgio por excelência, alcançou o maior valor desde 2014 e chegou a ser negociado a US$ 1.359,08 a onça.
As perdas também afetavam o setor de petróleo: o barril de West Texas Intermediate para entrega em agosto cedia US$ 3,11 dólares, com cotação a US$ 47,00. O barril de Brent do Mar do Norte caía US$ 3,14 dólares, a US$ 47,77.
"Todas as medidas necessárias"
O Banco da Inglaterra tomará "todas as medidas necessárias" para garantir a estabilidade monetária e financeira do Reino Unido, anunciou a instituição na manhã desta sexta-feira.
Fonte: Diário Catarinense
Por que os alimentos estão caros em Santa Catarina
Apesar de estarem cansados de tanta inflação nos últimos anos, os catarinenses se deparam com mais uma onda de preços altos dos grãos e sua disseminação para os alimentos nos supermercados. O assunto do momento, fora e dentro das redes sociais, é o preço do feijão, que está custando de R$ 9 a R$ 15 por quilo ou mais, dependendo do tipo. A soja, o milho, o arroz e o trigo também subiram, destaca o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de SC (Faesc) Enori Barbieri. Como a soja e o milho são usados na alimentação de aves, suínos e bovinos, as carnes e o leite subiram e devem seguir caros por alguns meses.
Segundo Barbieri, o Brasil produz e consome cerca de 3,5 milhões de toneladas de feijão por ano e o grão teve alta por dois motivos: as chuvas afetaram 300 mil das 600 mil toneladas da primeira safra do Paraná, um dos Estados maiores produtores; mas boa parte da região do Cerrado não consegue mais produzir devido a uma praga chamada mancha branca. Esse problema vai continuar porque a Embrapa não investiu o suficiente em pesquisa para combater a doença. A alternativa melhor, conforme o vice da Faesc, é importar feijão preto da China e do México, o que empresas já fazem pelos portos de SC. Já no caso do feijão carioquinha, mais consumido em SP e RJ, algum país terá que produzir, o que demora uns três meses.
Sempre atento aos preços de grãos no mundo, Barbieri explica que a soja teve alta de R$ 60 para R$ 85 por saca porque a Argentina teve quebra na produção e isso reduziu o estoque internacional. O milho e o trigo subiram porque caiu a oferta no Brasil em função do uso para alimentação animal e chuvas. E o arroz também teve alta porque as chuvas afetaram a colheita. Contudo, os estoques de milho, arroz e trigo estão bons no mundo, o que facilita a importação. Com tanto grão caro, o consumidor vai sofrer mais com a recessão e será difícil ao Banco Central levar a inflação para o centro da meta, 4,5%.
Fonte: G1
Governo assina ordem para prédio da Udesc em São Bento do Sul, no Norte
Foi assinada nesta quinta (23) a ordem de serviço para início das obras da sede própria da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em São Bento do Sul, no Norte catarinense. Conforme o governo do estado, o prédio deve ficar pronto no início de 2018. A universidade atende atualmente 700 acadêmicos.
Segundo o governo do estado, a sede terá atividades de dois cursos, Engenharia de Produção com Habilitação Mecânica e Sistemas de Informação. Atualmente, o Centro de Educação do Planalto Norte (Ceplan/Udesc) fica em um prédio alugado no bairro Centenário, onde também será erguida a nova unidade.
A estrutura deve ter 4,8 mil metros e o custo será de R$ 8,4 milhões. O prédio terá 32 salas de aula e laboratórios, 32 salas de professores, oito salas para secretarias, reuniões, diretório acadêmico e videoconferência, além de dois anfiteatros.
O projeto ainda prevê luminação e aquecimento de água por luz solar, com captação e reutilização de água da chuva.
Fonte: G1
Auditoria aponta necessidade de redução de 90 terceirizados na Alesc
Uma auditoria realizada pela secretaria da Fazenda para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) concluiu na quarta (22) que a Casa deve reduzir em 90 vagas o número de terceirizados para diminuir gastos, informou a diretoria-geral da Assembleia. Atualmente, há 290 funcionários terceirizados.
Conforme a diretoria-geral da Assembleia, será feito um estudo para realizar até o final do ano uma nova licitação para contratação de uma empresa que deve gerir a contratação dos terceirizados. Atualmente, estas vagas são preenchidas por contratados via empresa Ondrepsb.
O documento também foi encaminhado para o Ministério Público estadual, que confirmou recebimento na quarta. Entre a Alesc e o MP foi assinado um termo de ajustamento de conduta (TAC) em abril de 2015, para tentar diminuir o número de terceirizados mediante auditoria.
De acordo com a Alesc, a auditoria foi feita por dois funcionários da Fazenda e começou em março deste ano. O tempo médio para a redação e aprovação de uma nova licitação é de 90 dias, informou a diretoria-geral da Assembleia.
As funções terceirizadas estão em áreas administrativas. Conforme a diretoria-geral, a tendência é que os atuais funcionários sejam recontratados para as 200 vagas que estarão disponíveis. As demissões só devem ocorrer após o resultado da licitação.
Fonte: Notícias do Dia
Moradores lotam audiência do Plano Diretor na Lagoa da Conceição, em Florianópolis
A 10ª audiência pública do Plano Diretor de Florianópolis, nesta quinta-feira (23), aconteceu na Lagoa da Conceição. A comunidade lotou o Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Mais de 120 moradores da região participaram do encontro, que começou às 19h. Foram apresentadas 14 propostas, todas aprovadas pelos moradores, que serão analisadas pela equipe técnica do Ipuf (Instituto de Planejamento da Grande Florianópolis). Todos os pedidos foram documentados e, em até 15 dias, devem ser publicadas as respostas no site do Plano Diretor.
Jeffrey Hoff, representante distrital da Lagoa, foi quem conduziu a apresentação das 14 propostas. "Uma audiência de duas horas não é o suficiente para discutir temas tão complexos", pontuou. Por causa disso, a comunidade sugeriu que novas reuniões acontecessem entre a primeira e a segunda votação, na Câmara de Vereadores. Vanessa Pereira, do Ipuf, esclareceu que novas audiências acontecerão nos dias 18 de julho e 1º de agosto.
Algumas das demandas da comunidade da Lagoa são: manter o limite de gabarito no bairro em dois pavimentos; definir a região conhecida como “Saquinho”, no ponto norte da Costa da Lagoa, como APP, considerando sua tradicional importância para a comunidade; garantir o livre acesso à orla da Lagoa e ao longo desta, criando uma faixa marginal de uso público de 5 metros, para recreação, em toda a sua extensão.
Moradores defendem áreas culturais
Além da preservação do meio ambiente, moradores que participaram da audiência também destacaram a necessidade de manter áreas culturais no distrito. Pediram atenção aos sítios arqueológicos da região e também a criação de espaços específicos para valorizar a cultura. Tanto que, uma das propostas se refere diretamente a essas questões, com a solicitação da preservação cultural da avenida das Rendeiras, da Ponta das Almas e da Casa das Máquinas.
Conheça as propostas da Lagoa da Conceição
1) criação de áreas de lazer
2) criação do Parque da Lagoa
3) definir a região do Saquinho, na Costa da Lagoa, como APP
4) preservação cultural da avenida das Rendeiras, da ponta das Almas e da Casa das Máquinas
5) manter baixa a densidade populacional em todo o distrito da Lagoa
6) garantir maior arborização, ventilação e áreas verdes e permeáveis no bairro
7) manter gabarito de dois andares
8) estabelecer maior definição entre casas, comércios e geradores de tráfego e barulho
9) proibir empreendimentos em ruas sem rede coletora
10) ter um corredor de ônibus ligando Porto da Lagoa ao Novo Campeche
11) criar bolsões de estacionamento próximos ao Tilag para facilitar uso de transporte público e bicicletas
12) garantir acesso livre à orla da Lagoa
13) implementar o "Cidade Limpa" na Lagoa, proibindo anúncios publicitários em alguns locais
14) garantir representação da Lagoa no Núcleo Gestor do Plano Diretor
Fonte: Notícias do Dia
Readequações reduzem o número ônibus nas ruas de Florianópolis; usuários reclamam
A redução na oferta de ônibus urbanos na Capital, em alguns casos com supressão de linhas e horários, para usuários e Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano da Grande Florianópolis) é consequência do reajuste salarial de 10% depois de três dias de greve no setor, de 31 de maio a 2 de junho. Para prefeitura e Consórcio Fênix, no entanto, apenas foram feitas adaptações à atual demanda de passageiros no SIM (Sistema Integrado de Mobilidade), com readequações também de rotas coincidentes ou muito próximas umas das outras.
“Em algumas situações, foram agrupados os horários de linhas que faziam as mesmas rotas, ou itinerários próximos. Foi reduzido o número de linhas, mas aumentamos os horários”, garante o diretor do Consórcio Fênix, Rodolfo Guidi. Para o Sintraturb, esta é uma estratégia que se repete nos dois últimos anos, inclusive, com maior oferta de linhas executivas (amarelinhos) para “compensar” a redução dos ônibus convencionais.
“Além de as passagens dos executivos serem mais caras [R$ 6 as linhas curtas e R$7,75 as longas], eles operam só com o motorista, e têm menos despesas”, diz o diretor do Sintraturb Alexander Luciano. Segundo ele, a inclusão de cobradores nos executivos era uma das reivindicações da pauta do dissídio coletivo deste ano, e voltará à discussão em 2017.
Entre os usuários, quem espera nos pontos da SC-401, por exemplo, percebe claramente a maior frequência das linhas executivas, em relação ao ônibus semidireto (221) com saída do Tican (Terminal de Canasvieiras). “Passam três ou quatro amarelinhos vindos de diferentes bairros, e apenas um convencional”, confirma Devair Souza, moradora da Vargem Pequena.
Os estudos de demanda para inclusão ou retirada de horários de linhas do SIM (Sistema Municipal de Mobilidade), segundo Guidi, são feitos com base no quantitativo de pessoas por viagem. A demanda de passageiros e a necessidade de ajustes e adequações são definidas pela prefeitura, poder concedente do serviço. “Quando este número é muito baixo, fica inviável manter o horário”, admite.
Quem espera sabe o quanto cansa
Para a diarista Ivone Regina Bittencourt, 38 anos, a rotina tem sido a mesma desde o início do ano. Cansada da jornada que começa antes das 6h, todas as tardes ela é testemunha do sofrimento de quem, como ela, depende da linha Costa do Moçambique, com saída do Tican para se deslocar entre os bairros do Norte da Ilha. No caso dela, são apenas cinco quilômetros de casa até a creche municipal da rua Cândido Pereira dos Santos, no Travessão, Rio Vermelho.
“Às vezes, é quase uma hora de espera”, diz Regina, exausta de esperar enquanto segura no colo o pequeno Igor, que, aos três anos e meio não consegue caminhar o trecho. “Se não fosse pelo menino, eu iria a pé mesmo”, diz a mãe indignada, que paga R$ 3,50 pelos cinco quilômetros rodados a bordo de um dos “azulões” do Consórcio Fênix. O mesmo itinerário da rua Cândido Pereira dos Santos é feito pelo ônibus Travessão/circular.
Ainda no Rio Vermelho, mas na rodovia João Gualberto Soares, a principal do bairro, o fluxo de ônibus é mais intenso. Amarelinhos ou azulões. “O problema aqui não é a pontualidade, mas a superlotação”, grita Patrícia Garrido, 35, antes de puxar a fila de embarque em um dos ônibus com destino ao Tican. “Em Canasvieiras são pelo menos mais 30 minutos de espera para fazer a baldeação. E quase sempre os ônibus saem lotados”, completa a usuária.
Para ganhar tempo, não resta outra estratégia à dona de casa Eliane Mariano, 55, que opta sempre pelo executivo quando precisa se deslocar do Rio Vermelho ao Centro ou bairros mais distantes. “É bem mais rápido. Não faz as baldeações nos terminais, nem para tanto nos pontos do trajeto. É mais cômodo, mesmo pagando mais caro [R$7]”, diz Eliane. Em dias de trânsito normal, o amarelinho faz o trajeto do Rio Vermelho ao Centro em 60 ou 70 minutos, enquanto os convencionais em alguns casos chegam a demorar até duas horas.
Falta de passageiros é a justificativa
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana confirma a exclusão de horários em duas linhas - 7220 e a 6220 – do sistema executivo. O argumento é que não havia demanda para justificar a continuidade dos horários - média de apenas três passageiros por viagem na 7220, e quatro na 6220. “Nas outras linhas, houve sincronismo nos horários do serviço executivo, devido aos transtornos relativos ao tempo de viagem no trânsito”, informa nota encaminhada pela assessoria de imprensa do secretário Vinícius Cofferi.
Mensalmente, são transportados 5,4 milhões de passageiros em Florianópolis, com média diária de 250 mil no sistema convencional e 12 mil no executivo. Pelo incremento no turismo, a demanda no verão se equipara ao restante do ano por causa do calendário escolar na cidade, quando oito linhas específicas para áreas de escolas e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) são incluídas na lista de itinerários fixos, que são 157.
O Consórcio Fênix tem 524 veículos (80 amarelinhos e 444 convencionais) em operação diária. O transporte executivo opera 26 linhas, sendo 24 fixas e duas extras no verão. São feitas em torno de 8.000 partidas em dias úteis, com cerca de 100 mil quilômetros percorridos diariamente, de segunda à sexta-feira, números que se referem a viagens de idas e voltas em linhas radiais e circulares, informa a assessoria do Consórcio Fênix.
MÉDIA DIÁRIA
Convencional
250 mil passageiros
178 linhas
100 mil quilômetros percorridos
Executivo
12 mil passageiros
24 linhas
19.000 quilômetros percorridos
8.000 partidas
Média mensal/passageiros
5,4 milhões
FROTA
444 convencionais
80 amarelinhos
524 total
Fontes: Secretaria Municipal da Mobilidade/Consórcio Fênix
Fonte: Diário Catarinense
Hospitais do interior de SC sofrem com falta de repasses do governo
A crise na saúde pública atinge o interior do Estado, além da Grande Florianópolis. Hospitais de pelo menos três regiões enfrentam dificuldades no atendimento a pacientes em razão de atrasos dos repasses por parte do governo estadual. Os problemas alcançam desde consultas até cirurgias de alta complexidade. É o que mostra um levantamento feito pelo Diário Catarinense em unidades catarinenses que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos setores mais afetados é o dos hospitais filantrópicos. De acordo com o presidente da associação que congrega 180 unidades em Santa Catarina, Altamiro Bittencourt, os atrasos do governo atingem R$ 37 milhões em apenas 46 hospitais que repassaram os dados. Os demais não divulgaram os números, mas a estimativa da organização é que as dívidas totais com fornecedores e colaboradores alcancem R$ 300 milhões.
— Temos dito que os hospitais filantrópicos estão na UTI em fase terminal. Se não houver o aporte que atende aos anseios das unidades, não temos como chegar até setembro. Será uma primavera sem flores, com 70% dos hospitais fechados — afirma Bittencourt, que cogita ir à Justiça para garantir os repasses.
Também afetadas pela crise econômica, prefeituras reclamam da falta de repasses por parte do governo estadual. Elas acionaram o Ministério Público estadual para cobrar repasses de R$ 35 milhões devidos pela Secretaria de Saúde. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou um endividamento crescente do Estado com fornecedores na área da saúde na análise da prestação de contas do governo de 2015. Calcula ainda que as dívidas totais da saúde em 2016 já superem R$ 200 milhões. Mesmo assim, o pleno recomendou a aprovação pela Assembleia Legislativa. A matéria está no Legislativo e não tem previsão de apreciação.
Enquanto os débitos não são quitados e o mutirão das cirurgias eletivas, suspenso no início do mês em todo o Estado, não é retomado sobra para quem precisa de atendimento. Em Lages, por exemplo, o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres suspendeu ainda em setembro de 2014 as cirurgias eletivas de alta complexidade. Na quinta-feira, havia 16 pacientes na emergência esperando por um leito comum e outros oito esperando leito de UTI. A falta de vagas também é apontada como resposta para a falta de um mutirão de cirurgias.
No Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, a direção fez empréstimo bancário para pagar os funcionários porque a parcela de repasse (R$ 1,8 milhão) ainda não foi depositada. Médicos ainda seguem sem receber. O recurso do mês passado também foi pago com atraso.
Secretaria da Saúde reconhece débitos
A Secretaria de Estado de Saúde reconhece as pendências, está em busca de alternativas e não tem prazo para a normalização. ¿Neste ano, a Secretaria de Estado da Saúde trabalha com um orçamento para custeio 20% inferior (cerca de R$ 200 milhões) em comparação ao ano passado em razão da queda na arrecadação estadual. Além disso, encargos de responsabilidade do Ministério da Saúde e não cumpridos foram assumidos pelo Estado, e fatores como a
judicialização da saúde, que no ano passado custaram mais de R$ 200 milhões, e a alta do dólar, que impacta na aquisição de insumos e equipamentos, também comprometem os cofres da saúde estadual¿, diz a resposta da assessoria de imprensa.
Recursos da Alesc podem ser destinados à saúde
Embora não fixe um prazo para a normalização dos repasses aos hospitais, a Secretaria de Estado da Saúde acredita que um fator pode ajudar a minimizar os problemas a partir de julho: a retomada dos mutirões de cirurgias,
paralisados neste mês. A expectativa é de que haja um investimento de R$ 25 milhões no programa até o fim do ano.
Outra ação que deve ajudar é a criação de um fundo com sobras da Assembleia Legislativa, que seriam destinados aos hospitais filantrópicos (90%), ao Cepom e Hemosc (10%). O projeto de lei deve ser votado no início do mês. De acordo com presidente da Alesc, Gelson Merisio, assim que houver a sanção do governador, haverá a liberação de R$ 50 milhões. Outra alternativa para o Estado seria usar os recursos economizados no acordo de negociação da dívida (R$ 2,1 bilhões até 2018) para cobrir o rombo na saúde.
Onde estão os problemas
Joinville
— Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria
Espera receber R$ 8,4 milhões em repasses atrasados. Este valor corresponde à parcela total de maio e parcial de abril. Como consequência, em função de atrasos, os atendimentos eletivos chegaram a ser interrompidos em abril e em maio, gerando 3,6 mil atendimentos eletivos a menos (consultas ambulatoriais, exames e cirurgias)Todo o custeio da instituição é feito por meio dos repasses de verbas do governo do Estado e o valor previsto no contrato para custeio mensal – de R$5,9 milhões – não tem sido cumprido. Porém, o Infantil garante que a situação de atendimento, neste momento, está sob controle.
— Hospital São José
Tem R$ 5 milhões retidos no caixa estadual da saúde e enfrenta dificuldades no atendimento.
Chapecó
— Hospital Regional do Oeste
A parcela deste mês, no valor de R$ 1,8 milhão, não foi depositada. O mês passado também estava atrasado, mas foi pago há duas semanas. A direção do hospital pegou empréstimo bancário para poder pagar os funcionários. Os médicos estão com um salário atrasado. Houve suspensão apenas do mutirão de cirurgias do Governo do Estado.
Lages
— Hospital Nossa Senhora dos Prazeres
Suspendeu em setembro de 2014 a cirurgias eletivas de alta complexidade por conta do desequilíbrio entre o teto estabelecido e o valor realmente gasto nos procedimentos. Na quarta-feira, a emergência da unidade tinha 16 pacientes aguardando leito e outras oito pessoas esperando leito de UTI. A unidade diz que tem R$ 2,2 milhões a receber do Estado por cirurgia de média e alta complexidade. Hoje, a direção da unidade diz que não consegue fazer um mutirão de cirurgias por falta de vagas para pacientes.
— Hospital Infantil Seara do Bem
O Estado não repassa R$ 206 mil de valores de cirurgias eletivas desde março de 2015 e neste ano não enviou mais
R$ 63,4 mil do incentivo hospitalar. No geral, a direção diz que não há problemas atualmente, como emergência lotada ou falta de leitos.
Criciúma
— Hospital São José
O Hospital São José tem em aberto para receber R$ 16,4 milhões até abril deste ano. A diretora financeira do hospital, Terezinha Buss, não especifica quanto desse montante diz respeito a repasses do município, Estado e governo federal. O hospital tem gestão própria, porém se reporta ao gestor municipal, que realiza os repasses.
Biguaçu
— Hospital Regional Helmuth Nass
A pedido do Estado, em março, a instituição passou a fazer uma retaguarda para atender a demanda excedente do Hospital Regional de São José. Criou um ala extra para atender urgência e emergência. Como o Estado não realizou o repasse de R$ 800 mil mensais conforme o combinado, o convênio foi repactuado pelo município, para que o Hospital de Biguaçu faça 300 cirurgias por mês.
Entenda o caso
— O Estado começou a sentir os efeitos da recessão que vive o país.
— Desde o ano passado, há baixa na arrecadação dos tributos estaduais.
— Salários não foram atrasados, mas fornecedores começaram a deixar de ser pagos. Incluindo prestadores de serviço da área da saúde.
— A situação foi detectada na análise da prestação de contas do governo de 2015 pelo Tribunal de Contas do Estado. As dívidas com os fornecedores da saúde foi um dos apontamentos do TCE. O processo seguiu para análise da Assembleia Legislativa do Estado.
— No dia 14 de junho o DC mostrou que o atraso nos pagamentos dos fornecedores começou a afetar instituições de saúde, como o Hospital São José, em Criciúma.
— Na segunda-feira, quando foi consolidado o acordo para a renegociação da dívida pública com a União, o governador Raimundo Colombo (PSD) disse que uma das finalidades do valor economizado momentaneamente será a saúde.
— Nesta quinta-feira a Secretaria da Fazenda disse que não sabe ainda quando os pagamentos serão quitados.
Fonte: Diário Catarinense
SC tem a segunda menor taxa de fraudes em compras pela internet
Santa Catarina é o segundo Estado do país com o menor índice de fraude em compras pela internet. Enquanto a média nacional de tentativas de golpe ficou em 4,4%, em SC a taxa é de 2,6% — a cada R$ 100 gastos no e-commerce a partir de SC, R$2,6 foram em tentativas de fraude. Apenas o Rio Grande do Sul apresentou número mais positivo (2,2%). Os dados fazem parte do Mapa da Fraude de 2015, pesquisa realizada pela empresa ClearSale, líder nacional de sistemas antifraude no e-commerce.
Entre as regiões brasileiras, o Sul ficou com o menor percentual de tentativas de fraude (2,5%), seguido do Sudeste (3,9%) e do Centro-Oeste (5,7%). Nas últimas posições, estão Nordeste (7,2%) e Norte (7,7%). Segundo Omar Jarouche, gerente de inteligência estatística da ClearSale, umas das razões que podem explicar essa diferença é o amadurecimento do mercado consumidor nas regiões mais ricas do país.
— Os consumidores de alguns Estados podem ter mais mais conhecimento e habilidade no uso do cartão de crédito, fazendo compras pela internet há mais tempo. É com essa hipótese que a gente trabalha — analisa.
Cuidados para não cair em golpes
Embora muitos consumidores ainda evitam fazer compras online, especialistas garantem que trata-se de um meio seguro tanto para consumidores quanto para lojistas. Um exemplo fica na comparação com os cheques. Enquanto no tradicional meio de pagamento a média nacional de devoluções ficou em 2,38% em abril (2.02% em SC), segundo a Serasa Experian, as fraudes no comércio digital não chegam a 1%.
Para o diretor da Associação Brasileira de E-commerce, Cristiano Chaussard, cuidados básicos ajudam a reduzir os riscos de ser vítima de um golpe. Ele lembra que quase todas as fraudes têm origem no roubo de dados do cartão de crédito, que não exige senha para compras online.
— Por mais que as pessoas desconfiem de colocar seu cartão na internet, 80% da captura de dados ocorrem em locais físicos, como postos de gasolina, por exemplo — diz Chaussard.
Jarouche orienta os consumidores a não deixar seu cartão à mostra na hora de fazer compras em lojas nem emprestar para conhecidos. Ele explica ainda que uma outra forma de obter os dados é por meio do fishing, quando os fraudadores mandam e-mail ao se passarem por bancos ou lojas, normalmente solicitando um recadastramento.
— Sempre que ficar em dúvida, é preferível não responder e entrar em contato com a entidade bancária.
Um terceiro modo de fraude, mais raro, é quando os criminosos conseguem roubar os dados de cartão de crédito por meio do acesso ao banco de dados das operadoras de cartão.
Empresa de SC investe em sistema própria
Uma das empresas que utilizam sistemas antifraude no e-commerce é a catarinense NC8. Pioneira no mercado nacional de venda de calçados online, a companhia completou 15 anos em março com motivos para comemorar: a crise econômica não afetou as vendas e as fraudes online continuam abaixo da média do país. De cada cem compras realizadas no site da marca, menos de uma é tentativa de fraude (0,98%). Menor ainda é o percentual daqueles que efetivamente compram o produto ilicitamente: 0,64%.
Diretor de operações da NC8, Jackson Paim explica que esse tipo de sistema é fundamental para a segurança do lojista na internet. Além dele, a empresa mantém uma equipe própria para análise das compras, o que ajuda a reduzir ainda mais os percentuais de fraudes.
— É preciso ter esse controle. Se a loja não tiver isso, vira um alvo muito fácil — afirma Paim.
Outro ponto que ajuda a diminuir os golpes na NC8 é o tipo de produto vendido. Segundo o Mapa da Fraude, os golpistas buscam especialmente games e celulares, além de artigos esportivos e acessórios em geral. O interesse é sempre por liquidez.
— A lógica é simples. Os fraudadores procuram preferencialmente algo que possa ser vendido na porta de uma faculdade, por exemplo — diz Jarouche.
Verificações
Embora o percentual de tentativas de fraude chegou a 4,4% no país, os criminosos só conseguem completar o golpe em menos de 1% desse percentual:
— As fraudes são suspensas por conta dos bloqueios de compras suspeitas.
— Cada vez que o cartão de crédito é utilizado, há uma análise automática do perfil da compra. Quando há suspeita de fraude, a análise passa para um operador. Tudo isso ocorre enquanto o consumidor espera a aprovação do pagamento.
— Quando a suspeita é grande, é informado ao lojista, que pode aprovar ou reprovar.
— Também há casos em que é ligado para o consumidor para confirmar se é ele mesmo quem está realizando aquela operação.