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Clipping Diário - 24/05/2014

Publicado em 24/05/2014
Clipping Diário - 24/05/2014

População quer o Mercado Público aberto aos domingos Enquete promovida pela prefeitura de Florianópolis mostrou que 85,65% das pessoas que votaram querem novo horário Uma enquente feita no site da prefeitura de Florianópolis entre os dias 29 de abril e 23 de maio mostrou que a maioria dos participantes quer mudanças no horário de funcionamento do Mercado Público. Cerca de 10 mil pessoas responderam as perguntas sobre a abertura nos finais de semana. Do total, 85,65% pediu que o mercado abra aos domingos e 70,74% que o atendimento seja estendido até as 18h no sábado. A população também deixou 995 sugestões que serão avaliadas pela prefeitura. De acordo como secretário de Administração, Gustavo Miroski, o resultado vem ao encontro com as mudanças que já estão sendo promovidas. – Este resultado demostra o interesse da população em conviver ainda mais com o espaço. Com o novo mix, serão novas atrações para atender público – disse. Alterações passam a valer em 2015 As alterações só devem passar a valer em 2015, quando o mercado já estiver totalmente reformado. Miroski ressalta que nada será impositivo aos comerciantes, iniciando com um domingo por mês. A prefeitura também vai apoiar, levando atrações artísticas e culturais para o espaço. Além da votação expressiva, a enquete recebeu 995 sugestões que serão analisadas e usadas para auxiliar na elaboração final do regulamento oficial do Mercado Público de Florianópolis. Atualmente, o estabelecimento fica aberto das 7h às 19h em dias úteis e das 7h às 13h aos sábados. Hoje, apenas uma peixaria abre aos domingos, assim como ocorreu com outros estabelecimentos anos atrás. A obras da reforma vão até dezembro. A primeira etapa, com os serviços na ala norte, já foi concluída. Os proprietários dos boxes desta parte do Mercado têm até 2 de junho para instalarem os equipamentos. Neste dia, deve ocorrer a inauguração da ala norte. Enquanto isso, iniciam as obras na ala sul. A intenção da prefeitura é que o prédio esteja pronto em 15 de dezembro. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 24-05   Novo mercado Deu a lógica na pesquisa realizada pela prefeitura sobre o funcionamento do Mercado Público em sua nova configuração: a imensa maioria apoiou a abertura das lojas aos sábados, das 8 às 18h, e aos domingos, das 9 às 14h. Tem mais: o povo quer espetáculos culturais no espaço. Faz sentido. Fonte: Notícias do Dia – Damião – 24-05   Florianópolis com e sem nostalgia As cidades mudam, Florianópolis não foge à regra. Mas isso não sufoca a memória, pelo contrário, se há algo que nos conforta, diante dos absurdos do presente, é a memória Vista geral, sem data, provavelmente década de 1960 Rua Felipe Schmidt, antes do calçadão: Senadinho "Florianópolis não é mais a mesma", observa um amigo de meia-idade, numa roda de bate-papo, de certa forma repetindo o que o “Senador” (Alcides Ferreira) disse a Salim Miguel, inspirando uma crônica do escritor em 1975: “Não se conhece mais ninguém”. Sim, é fato, a cidade não é a mesma, porque as cidades são dinâmicas, se adaptam ou são adaptadas ao correr do tempo. Isso não sufoca a memória, pelo contrário, se há algo que nos conforta, diante dos absurdos do presente, é a memória. *** Lembranças: cidade das ruas estreitas, praças, moradas simples, sobradinhos, sobrados, Miramar, praia de Fora, praia do Müller, figueira da Praça 15, Mercado Público, chácara do Espanha, o vento Sul, a ilha do Carvão e os navios da Hoepcke, o Circular, o Café Nacional, o Ponto Chic (Senadinho), os Hotéis La Porta, Lux, Querência e Royal, A Modelar, Koerich e LPO, Balneário do Estreito, praias de Coqueiros, Lagoa e Canasvieiras... O footing, as saias beges plissadas das meninas do Coração de Jesus, o Lira e o Doze, o Seis, o Penhasco, o Avaí, Paula Ramos e Figueirense, as peladas nos terrenos baldios, o Aldo Luz, Martinelli e Riachuelo, o Colegial. *** Os cines Ritz, Coral, São José, Roxy, Glória e Jalisco (no Estreito). As boates Capelinha, Dizzy, Chandon, Metrô, o Roma Bar, o Beirute, o Tritão e o Chopão, o Poema Bar, o Alvorada, o Roda Bar, as festas no DCE da UFSC na Álvaro de Carvalho, e tantos personagens gravados nas histórias, nas mesas dos bares e dos cafés... O Estado e A Gazeta, o tique-taque das linotipos misturando-se aos acordes da Filarmônica Comercial – os sons da Conselheiro Mafra indo e vindo nas rajadas do vento, vultos e sombras do passado, viajantes da memória, a cidade e seus símbolos. *** Presente: há omissões, vazios, ausências. Essa Desterro/Florianópolis teve seu tempo, sua glória. A cidade cresceu, inchou, ganhou ares de metrópole, mas conserva resquícios da aldeia em detalhes da arquitetura, em papos de esquina, no dominó, no Mercado Público, em botequins e cafés que sobrevivem ao tempo. E tem seu belo universo de jovens, meninos e meninas, estudantes e trabalhadores, para cima e para baixo, vivazes, entre risos, gírias, sonhos – e olhos fixos e dedos ágeis nos seus smartphones, o Senadinho da modernidade. *** E resta-nos ainda a Ponte Hercílio Luz, eterno símbolo da cidade e do Estado, com toda a sua imponência metálica, braço da ilha faceira espreguiçando-se em direção ao Continente. A velha ponte é a mesma, ainda que acumule tantas feridas do tempo. Florianópolis, se não é a mesma no presente, é sempre a cidade de todos, de sua gente nostálgica e dos novos personagens, dos que chegam hoje para sentir saudade já amanhã. [Em tempo: o título desta crônica, “Com e sem nostalgia”, é de um livro do escritor uruguaio Mario Benedetti]. Fonte: Notícias do Dia – Damião – 24-05   Maioria da população quer a abertura do Mercado Público nos sábados e domingos Votação foi feita através de enquete online no site da prefeitura Maioria da população quer a abertura do Mercado Público nos sábados e domingos  Em uma enquete feita pela prefeitura de Florianópolis a maioria se manifestou a favor de mudanças no horário de funcionamento do Mercado Público de Florianópolis. O resultado da pesquisa mostrou que 70.74% dos votos optam pelo funcionamento das 8 às 18 horas aos sábados e 85.65% aprovam a abertura aos domingos, das 9 às 14 horas. Além da votação, a pesquisa recebeu sugestões que serão analisadas e usadas para auxiliar na elaboração final do regulamento oficial do Mercado Público de Florianópolis. Entre as sugestões recebidas, o pedido para que a Prefeitura promova eventos culturais e artísticos como peças de teatro, exposições e shows nos finais de semana foi o principal destaque. — A ideia é implementar os novos horários a partir de 2015, quando o Mercado estará com a obra de restauro completa. Não será impositivo aos novos comerciantes, será fruto de consenso e poderemos iniciar, por exemplo, no último domingo de cada mês, com o apoio institucional da Prefeitura através de mídia e atrações artísticas-culturais —, afirmou Gustavo Miroski, Secretario Municipal de Administração. Fonte: Hora de SC – 24-05   De volta à VOCAÇÃO Depois de rever estratégias que não surtiram o efeito esperado, a cinquentenária MARISOL tomou medidas impactantes que mexeram com a sua estrutura e a fizeram retomar o foco para aquilo que sabe fazer de melhor: moda infantil Após anos de estrada, muitos profissionais seniores fazem uma revisão geral da carreira. Analisam erros e acertos e podem até se perguntar: afinal, qual a verdadeira vocação? Foram questionamentos deste tipo que acometeram a Marisol às vésperas de seus 50 anos de vida – completados na última quinta-feira, dia 22. Líder nacional no segmento de confecção e franquias infantis, a empresa têxtil de Jaraguá do Sul foi atrás das respostas e, após um ciclo de mudanças que durou três anos, celebra meio século de vida voltando o foco para aquilo que a fez alcançar a posição de destaque: o público infantil. Mas não foi só isso. De 2011 a 2013, a empresa tomou medidas impactantes e que mexeram com a sua estrutura. A primeira delas foi o fechamento do capital, concretizado em junho de 2012. Em seguida, a Marisol contratou a renomada consultoria Bain & Company, que tem em seu portfólio empresas como a Hering, Arezzo, C&A e Renner, para ajudar a desenhar a estratégia. Foi a primeira vez que a organização contratou uma consultoria desse porte para um trabalho de maior envergadura. A Marisol reduziu o número de marcas em atividade e concentrou a maior parte da produção na unidade de Pacatuba, no Ceará. A missão da companhia mudou e o conselho de administração foi repaginado, com novo perfil e novos membros, permanecendo apenas o presidente, Vicente Donini. No meio disso tudo, a empresa ainda colocou de pé a atualização tecnológica com a implantação do sistema integrado de gestão SAP, que alterou todas as rotinas e exigiu um período de adaptação. A sacudida parece ter surtido efeito. A Marisol fechou o último ano com faturamento líquido de R$ 488,4 milhões, número 23% superior ao de 2012, acima da média do mercado, como destaca o presidente Giuliano Donini. O ano de 2013 apresentou o melhor resultado dos últimos dez anos. Nesse período, a receita subiu gradativamente da casa dos R$ 300 milhões para pouco mais de R$ 400 milhões. É muito menos do que a ambição que a empresa tinha de alcançar a marca de R$ 1 bilhão em receitas no ano de 2010. Até agora, percorreu a metade do caminho. Fonte: A Notícia – Economia – 24-05   MADE IN Jaraguá/Pacatuba Quase toda a produção da Marisol migrou da unidade da sua cidade natal para Pacatuba – uma decisão estratégica e MAIS BARATA para a empresa Made in Jaraguá do Sul ou Ceará? As duas coisas. Atualmente, 90% da produção nacional da Marisol estão localizados na unidade de Pacatuba, no Estado nordestino, englobando a parte têxtil que exige mão de obra intensiva e a produção de calçados, transferida do Rio Grande do Sul para lá. A distribuição estratégica da companhia pode ser percebida facilmente ao se caminhar pela manufatura. A produção é mais intensa no período da manhã. À tarde, poucos fazem o segundo turno. – A indústria de confecção é nômade. Ela sempre migra para regiões mais pobres porque é mais barato. Está ficando proibitivo produzir calçados e confeções no Sul do Brasil. Em Jaraguá do Sul ficou a parte têxtil responsável pela confecção da malha, que possui investimento intensivo em equipamentos e menos mão de obra. Mas transformar a malha em peça é quase 100% no Nordeste – afirma o diretor de varejo, Gilmar Sérgio Vegini, 53 anos, o funcionário mais antigo da empresa. Três década atrás,Gilmar começou como auxiliar de almoxarifado, cresceu na carreira e já como diretor industrial foi designado para implantar a fábrica da Marisol no Nordeste. Uma de suas primeiras medidas foi determinar que todos trabalhassem na segunda, terça e quarta-feira de Carnaval, como estava acostumado no Sul. Metade do contingente da fábrica simplesmente não apareceu no serviço naqueles dias e Gilmar aprendeu a lição. Todos chegaram a um acordo no qual os trabalhadores antecipam a produção em três sábados anteriores ao feriado. A unidade nordestina ganhou um centro de distribuição em 2013 e vai indo bem, enquanto Gilmar agora participa de um job rotation no varejo, a área que apresenta os principais desafios. Aposta Nos últimos anos, a empresa deixou de ser apenas uma indústria para se voltar para o varejo, com o advento das franquias e redes de lojas, e isso a obrigou a estar mais atenta às necessidades do consumidor. São 195 lojas licenciadas, três próprias e 12 mil lojitas multimarcas cadastrados, três outlets (que oferecem produtos de coleções anteriores com descontos diferenciados), além do canal e-commerce exclusivo e por meio de sites de clientes parceiros. O modelo de crescimento é multicanal. – O consumidor quer comprar em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer jeito. Pode ser comércio eletrônico ou misto, checar pela internet e comprar na loja, e temos que propiciar para o cliente todas as formas de compra. E tem que haver regras claras e políticas de preço bem estáveis. Não se pode lançar uma campanha em um canal e outros canais se sentirem prejudicados. Oferecer conveniência para o consumidor, sem trazer conflito para os diversos canais. Fonte: A Notícia – Economia – 24-05   MARISOL Marca confidente Uma menina meiga, que se diverte, não é boba e também não fica chateada. Até parece uma menina de verdade. E para as inúmeras consumidoras dos produtos assinados com a marca Lilica, ela é bem real, sim. O clube de relacionamento da Lilica & Tigor, com 150 mil associados, recebe mensagens pessoais da criançada, confidências que incluem até queixas dos pais. Diante da delicadeza e responsabilidade, a empresa conta com um psicólogo para a formulação das respostas. A marca é responsável pela maior rede de franquia do Brasil em confecção infantil. São 181 lojas no Brasil e quatro no exterior, e sobre ela não há questionamentos – sempre foi um sucesso. Em 2013, a Lilica foi a primeira marca infantil a desfilar nas passarelas da São Paulo Fashion Week ao lado de várias marcas relevantes no cenário de moda brasileiro. O presidente da Marisol, Giuliano Donini, diz não saber qual a fórmula do sucesso até aqui. O certo é que o mundo mudou e a empresa entende que chegou a hora de a menina estática das estampas também mudar – e ela vai ganhar vida. Donini reconhece que a companhia sempre teve um pouco de temor em dar esse passo. Quando isto acontecer, a personalidade terá que ser mais complexa. Ela terá um jeito de falar, uma voz, mas tudo isso ainda não foi definido. E o diálogo hoje é bem diferente de anos atrás, quando as mensagens chegavam por carta ou e-mail, dando tempo de formular as respostas. No mundo virtual e de comunicação em tempo real, a velocidade de reação é imediata durante a conversação, e este aspecto impõe uma responsabilidade ainda maior para continuar acertando como negócio e morando no coração das crianças. Fonte: A Notícia – Economia – 24-05   ENTREVISTA “Está tão ruim? Então vende o negócio e muda de país!” Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, presidente do conselho de administração da rede Magazine Luiza, é diferente da maioria dos empresários brasileiros. Não só por ser mulher – uma das poucas na posição –, mas pelo viés otimista que enxerga o Brasil. Enquanto boa parte da iniciativa privada adota tom mais ácido ao falar das ações do atual governo, a paulista de Franca não teme ser vista como garota-propaganda do Planalto. De tão identificada com a rede que comanda, Luiza é associada à marca. Mas o nome vem da tia, Luiza Trajano Donato, que comprou uma pequena loja de presentes em 1957 com o marido Pelegrino José Donato. Enquanto outras redes destacam a qualidade do produto ou o preço mais barato, o slogan da Magazine Luiza faz um convite: vem ser feliz!. Luiza Trajano é uma mulher feliz? Eu sou muito feliz (risos). Felicidade é você aceitar as coisas da maneira como vêm. Há quatro anos perdi meu marido subitamente e foi muito triste. Mas acredito que as coisas sempre vêm para que as pessoas possam de desenvolver, melhorar. Lógico, sofremos, temos problemas. Mas a felicidade é muito simples. É preciso querer ser feliz. Agradecer o que acontece de bom. O que a faz rir à toa? Meus netos e boas vendas. Fico muito alegre vendo as pessoas crescendo e conseguindo vencer os obstáculos. Pessoas com garra e determinação, que não reclamam muito das coisas. Gente que faz acontecer, de princípios, que luta por uma causa. Uma de suas marcas é o otimismo sobre o Brasil. É avaliação de cenário ou é nato? Não é que eu seja otimista e ache que tudo está certo. Apenas costumo ressaltar também as coisas positivas. Vivemos uma onda de pessimismo. O Brasil incluiu 5 milhões de pessoas no mercado de trabalho e parece que não foi nada. Uma década atrás, quando tínhamos 50 vagas, ficavam 2 mil pessoas na fila por um emprego. E agora mudou? Agora abrimos uma outra filial e tinha só 100 pessoas. E metade já tinha emprego. Sou daquelas que gosta de ver o copo do lado cheio. O lado vazio tem muita gente para mostrar. O Brasil precisa de líderes que também saibam ver o lado positivo. Há motivos para as queixas dos empresários? Costumo dizer para os que pensam muito negativo: “Está tão ruim? Então vende o negócio e muda de país”. Trabalha aqui, ganha dinheiro e acha que está tudo ruim? O Brasil é nosso. Não adianta reclamar de mim mesma. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 24-05   Entrevista Há um certo ranço do mercado em relação ao governo? A campanha eleitoral começou muito cedo este ano e isso traz bastante coisa à tona. Temos muitos problemas para vencer. A infraestrutura está sendo enfrentada. Mesmo assim, temos conquistas. O país passou por uma crise global (2008) quase ileso. Dia desses recebi um empresário espanhol que me contou que os jovens na Espanha não têm emprego. E os nossos jovens têm. Há coisas para melhorar, mas só nós conseguiremos isso. A renda triplicou em 10 anos. A senhora fez sucesso nas redes sociais quando corrigiu Diogo Mainardi, no programa Manhattan Connection, sobre inadimplência no varejo. Mandou mesmo o e-mail a ele? Nunca mandei um e-mail ou carta de retorno para ele. Tudo que andam dizendo na internet é mentira. A única coisa que fiz foi agradecer as milhares de mensagens de apoio que recebi. Tenho um respeito muito grande por toda a equipe do Manhattan. O que aconteceu é que eu sou uma pessoa preocupada com a inadimplência. Toda segunda-feira, recebo dados atualizados, tanto da minha empresa quanto dados gerais. Inadimplência é igual a cupim, corrói o negócio por dentro. Nem sou tão ligada em números, mas esse tema é algo que acompanho de perto. Mesmo tendo certeza do contrário, quando o Diogo Mainardi disse que a inadimplência havia aumentado, não retruquei. Apenas disse que ia encaminhar o e-mail. Mas nunca enviei. O que tem é gente aí escrevendo mensagens falsas no meu nome. Por que a resposta da senhora fez sucesso entre os jovens? Eu me assusto com o pessimismo dos jovens. Eles vivem uma fase sem esperança, e de repente alguém mostra o copo cheio, o que o país tem de bom. E também porque o número que eu dei estava certo. E na semana seguinte foram divulgados dados mostrando que o país estava com os índices mais baixos de inadimplência. O estilo da resposta contribuiu para a repercussão? A forma como conduzi, firme, sem ser agressiva, também ajudou. Não sou analista de comunicação, mas acho que foi isso. Era uma coisa que tinha de ser. Não me preparei. Tinha chegado naquele dia mesmo dos Estados Unidos. Nunca mais vou ser tão inocente (pausa). Apesar de que no programa do João Dória fui do mesmo jeito (risos). A inadimplência preocupa? Os índices voltaram a subir no início deste ano... Continua em queda. Prova disso é que os bancos têm aprovado mais crédito. Teve um pouquinho de alta sim, comum para o período. Ainda há espaço para expandir o consumo no Brasil? Falar em opção por consumo ou por infraestrutura é um erro. Infraestrutura é necessária, mas para garantir não é preciso abrir mão do consumo. Sem consumo não tem emprego. No Brasil, só 54% da população tem máquina de lavar, só 10% tem televisão de tela plana e só 1% tem ar-condicionado. E ainda precisamos construir 23 milhões de casas para ter um nível satisfatório de igualdade social para um país em desenvolvimento. Nenhuma indústria vive sem consumo. Nos Estados Unidos, as pessoas já estão na oitava geração de TVs de tela plana. A gente ainda precisa de uns 20 anos de progresso. A senhora foi chamada de garota-propaganda do governo. O rótulo incomoda? Não. Sou garota-propaganda daquilo que dá certo. Qualquer coisa que for. Não tenho partido político. Faço propaganda do Brasil que dá certo. O que não funciona, muita gente mostra e eu não preciso falar. Visito várias comunidades carentes, tenho ligação direta com o povo. Estive com 400 mulheres metalúrgicas há pouco tempo, vejo um Brasil que se esforça para dar certo. E sinto que a maioria gosta disso. Claro que tem gente que mete o pau, critica, diz que sou do governo. Mas a gente nunca consegue agradar a todos. Mas tenho uma missão, que é ajudar a construir o Brasil para meus netos e as gerações futuras. Tens candidato à Presidência? Não gostaria de falar sobre isso. O aumento na taxa de juro para segurar a inflação não é um banho de água fria para o varejo? Aumentar juro não é bom para quem compra em prestação. Mas nada pior que inflação. O que não pode é deixar a inflação disparar. A presidente tentou baixar a taxa de juro no Brasil. Focou muito nisso nos dois primeiros anos de governo e teve de subir de novo. Juro alto não é bom, mas a inflação corrompe. Em janeiro deste ano, Luiza Trajano virou sucesso nas redes sociais. Tudo começou no Manhattan Connection, em canal por assinatura da TV Globo. Convidada a participar, Luiza respondeu de maneira educada, mas muito firme, a uma provocação irônica do escritor e colunista Diogo Mainardi sobre uma suposta crise do varejo. A empresária rebateu as informações de Mainardi, conhecido por levantar polêmicas, e ainda disse que mandaria a ele um e-mail com as informações que sustentariam o ponto de vista dela. Luiza viralizou nas redes, com montagens como as duas acima. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 24-05   Entrevista De 2007 a 2010, a rede cresceu bastante, praticamente dobrou de tamanho. Foi um passo necessário para não ser engolido por outras gigantes do varejo? Volume no varejo é importante. Não quer dizer que as pequenas e médias empresas não sobrevivam. São elas, afinal, que geram a maioria dos empregos no país. Mas chega a um ponto em que ou você vende ou cresce. A Magazine Luiza já comprou 13 redes, como a Arno no Rio Grande do Sul, outras três em Santa Catarina, duas no nordeste e outras no interior paulista. Era necessário, mas foi difícil. Tínhamos 250 lojas com menos de dois anos. As questões contábeis sacrificam muito os dois primeiros anos. Fazer uma integração dar lucro demora. Hoje estamos totalmente integrados. Agora vamos dar uma respirada e crescer organicamente. A rede sofre muito assédio de empresas estrangeiras? Não. Mas respeito. Tanto concorrentes nacionais quanto estrangeiros. Concorrente é para ser respeitado, não importa o tamanho. Em 2011, a Magazine Luiza entrou na bolsa de valores. O valor da ação começou bem, caiu pela metade e agora se recupera devagar. Isso tira o seu sono? Eu sempre tratei o minoritário de igual para igual. Bem antes de abrir o capital. Quando entramos na bolsa, já estávamos acostumados a prestar contas. Claro que oscilações ocorrem, e ninguém gosta. Em relação a transparência, feedback, não mudou nada. Nos últimos anos, a bolsa brasileira não teve exatamente um bom desempenho. Houve muita cobrança? O preço da ação preocupa. Não para minha família, mas para investidores, especuladores, sim. Agora, quem investiu no longo prazo está mais confiante. O último trimestre do ano passado foi bom. E sobre este último eu ainda não posso falar. Mas temos clareza de onde queremos chegar. Apesar da evolução nas discussões de gênero, ainda são poucas as mulheres que ocupam cargos de presidente em grandes empresas. A senhora já enfrentou algum tipo de preconceito? Nunca. Eu me sinto capaz de vencer o preconceito. Não me sinto vítima. Antes de alguém vir com preconceito eu já me posiciono. Não é fácil. Mas as mulheres já tiveram muitas conquistas. O fato de termos uma presidente mulher ajudou bastante. Os pais começaram a ver que as filhas também podem almejar coisas grandes. A senhora atua nessa questão de igualdade de gêneros? Faço parte de um movimento de mulheres do Brasil para apoiar a causa. Lutamos para ter cotas de participação das mulheres em conselhos. Faz muitos anos que estacionamos nos 7% de participação feminina. Essa diversidade ajuda. Cota é um processo transitório para resolver as desigualdades. As mulheres já ocupam cargos de chefia média nas empresas, mas para chegar ao topo demora muito mais se não tiver uma certa ajuda. Não somos contra os homens, mas a favor das mulheres. Como é a Luiza Trajano gestora? Muito durona? É uma questão um pouco complicada. Qualquer coisa que uma mulher fale de forma mais firme já provoca comentários, costuma se atribuir ao fato de que seria muito durona. Se é um homem está no comando e age da mesma forma, é considerado normal. Sou muito agregadora, descentralizadora, mas bastante firme. Peço todos os dias que Deus me dê três coisas: sabedoria, autoridade e justiça. Um líder precisa de autoridade. Agora, se as pessoas me acham mandona, não saberia dizer. Quem são as pessoas que inspiram a senhora? Primeiro foi minha tia, que também se chama Luiza. Meu nome foi uma homenagem a ela, que não tem filhos. Ela sempre foi superfocada no consumidor. Essa coisa de não ter medo do futuro, de ter vontade de trabalhar, foi tudo com ela. Mas estou sempre aprendendo. Com um, com outro. O que a senhora procura em um funcionário? Hoje em dia, nem sou eu que contrato, isso fica a cargo do Marcelo Silva, nosso CEO (presidente-executivo da rede). Mas percebo que tem sido difícil selecionar. É preciso ter valores e espírito empreendedor. O salário é feito por eles, com remuneração por desempenho. Um perfil de alguém que entende de pessoas, da vida, mas que também tenha garra de empreendedor e queira ganhar dinheiro não é fácil de encontrar. A essa altura, o varejo pode ignorar as redes sociais? A empresa valoriza muito. Se o cliente reclama, imediatamente a gente tenta resolver. A gente vive do consumidor, então é preciso ser muito transparente. sem medo de ser feliz, Luiza diz não se incomodar em ser vista como garota-propaganda do governo porque aposta no que dá certo. Gigante do varejo Um total de 13 redes varejistas do país foram adquiridas, como as Lojas Arno, compradas em 2004. Em recuperação Rede começou a vender ações na bolsa em 2011 e enfrentou queda, mas Luiza garante que melhorou. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 24-05

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