Clipping Diário - 22/01/2015
Publicado em 22/01/2015
Clipping Diário - 22/01/2015
Decisão de aumentar juro deixa PIB de lado
Decisão do Banco Central de elevar a taxa básica era esperada pelo mercado financeiro. Segundo analistas, movimento segue a prioridade de controle da inflação. Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) relegado a algo secundário neste ano, o Banco Central (BC) fez ontem mais um movimento em linha com o ajuste da economia pretendido para o início do segundo mandado da presidente Dilma Rousseff (PT).
Na tentativa de debelar a inflação, que ameaça estourar o teto da meta em 2015, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu a terceira alta consecutiva da Selic após as eleições. A decisão foi unânime e, segundo a nota divulgada pelo BC, foram avaliados o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação. Com o aumento de 0,5 ponto percentual, o juro básico da economia chegou a 12,25% ao ano, o mais alto patamar desde agosto de 2011.
Amargo por significar freio nos investimentos, produção industrial e no consumo, o remédio do juro alto busca frear a disseminação dos efeitos da pressão principalmente de preços administrados, como a gasolina, que deve subir R$ 0,22 por litro com a volta da cobrança da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), e da energia, mais cara pela queda do nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Projeto de IPCA acima da meta
Assim, avaliam economistas, a escalada da Selic é coerente com o ajuste fiscal empreendido pelo governo federal. Com essas medidas, a intenção do governo seria recuperar a credibilidade e começar a injetar confiança no mercado para os investimentos voltarem a crescer e a economia, lentamente, reagir.
– Se o BC quer garantir a convergência da inflação para o centro da meta (4,5% ao ano) até o final de 2016 tem de fazer uma política monetária mais apertada agora – diz Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, que prevê um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,8% neste ano, acima do limite de 6,5%, puxada principalmente pelos preços administrados, que caminham para alta de 9,5% em 2015.
O professor de finanças Gilberto Braga, do Ibmec do Rio de Janeiro, lembra que não há surpresa na iniciativa do governo de fazer de 2015 um ano de ajustes na economia, com a busca por cortar gastos e aumentar receitas. Além de retomar a Cide, já foram anunciadas iniciativas como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito, de alíquotas de importação, de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) relativo a cosméticos e regras mais rígidas para benefícios como o seguro-desemprego.
– O governo está fazendo uma espécie de poupança para o futuro para soltar as amarras da economia só no final do mandato – avalia Braga, que também espera neste ano uma inflação medida pelo IPCA acima do teto de 6,5%.
Para Antonio Madeira, economista da LCA Consultores, o quadro da inflação em 2015 será ainda mais grave, com um IPCA acima de 7%, contaminado principalmente pelos preços administrados, que podem subir até 10%. Dessa forma, o mais urgente para 2015 é o ajuste fiscal.
Fonte: Diário Catarinense – 22-01
Taxa só deve baixar de novo no próximo ano
O ciclo de alta da Selic não chegou ao fim com a alta de 0,5 ponto percentual anunciada ontem. Entre especialistas, é unânime a expectativa de pelo menos mais uma elevação do juro no início de março e talvez outra no final de abril, na terceira reunião prevista do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2015. Com isso, a taxa encerraria o ano entre 12,75% e 13%.
Na Tendências Consultoria, a projeção é de uma nova alta de 0,5 ponto percentual na próxima reunião dos diretores do Banco Central (BC) e mais 0,25% em abril, com a maior possibilidade de a taxa ficar estável até o final do ano em 13%.
– Mas pode acontecer de o juro ser reduzido ao final do ano – pondera Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências.
Como prosseguirá ao longo do ano a pressão dos preços administrados, principalmente energia, o professor de finanças do Ibmec do Rio Gilberto Braga vê poucas chances de redução do juro ainda em 2015.
– Acredito somente em 2016. Este ano é de ajuste – diz.
Para o economista Antonio Madeira, da LCA Consultores, o Copom deve encerrar o ciclo de alta do juro em março, com uma taxa de 12,75% que tenderia a se manter até o final do ano. Com projeções um pouco mais pessimistas para a inflação em 2015, não considera qualquer chance de o BC começar a baixar a Selic ainda neste ano.
Fonte: Diário Catarinense – 22-01
Pesquisa revela mais insegurança
Uma pesquisa realizada pela Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo) e Câmara de Dirigentes Lojistas de São José revela que aumentou a insatisfação dos empresariados da região com o drama da insegurança pública. Os dados chegam a ser assustadores. Dos comerciantes, industriais e prestadores de serviço consultados, 32% responderam que a segurança é péssima, outros 31% que é ruim, contra apenas 30% que a definem como regular e para 6% é boa. Portanto, 63% estão totalmente insatisfeitos com a segurança. Pior é que há hoje um clima mais pessimista sobre providências governamentais para combater a criminalidade.
Os dirigentes da Aemflo chegam a prever um cenário ainda mais violento se providências imediatas não forem tomadas pela Secretaria de Segurança Pública. O secretário Cesar Grubba anuncia novos concursos e admissões, mas a demanda por mais policiais civis e militares cresceu muito em vários municípios catarinenses.
– As ações anunciadas pelos gestores públicos não são suficientes para atendimento das necessidades da região metropolitana – sentencia o presidente da Aemflo, Marcos Souza, que lamenta o contínuo aumento da carga tributária sobre os contribuintes e todo o setor privado, sem a indispensável contrapartida.
O líder empresarial defende medidas urgentes na repressão da criminalidade e, sobretudo, em ações sociais voltadas para a educação, o trabalho e a renda.
Um dos maiores problemas está no baixo efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira – 22-01
SC liderou geração de emprego em 2014
Confirmando indicadores de quase todo o ano passado, Santa Catarina fechou 2014 com a liderança nacional na geração de empregos com carteira assinada. Os números serão divulgados amanhã à tarde pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, na sede do ministério, em Florianópolis. A escolha do local é em função da liderança do Estado. Com o6º maior PIB do Brasil (em 2012), SC se destaca pela diversificação da sua economia em setores, regiões e atividades, por isso a maior geração de vagas e o pleno emprego (desemprego em torno de 3%) na maioria das regiões. Outro dado que confirma esta fase da economia de SC melhor do que a nacional é o ìndice de Atividade Econômica Regional (IBCR-SC), calculado pelo Banco Central. De janeiro a novembro teve alta de 2,9% enquanto a média do país ficou em -0,2%. De acordo com os dados do Caged, no período de janeiro a novembro, SC abriu 90.175 novos empregos, dos quais 34.231 em serviços, 24.552 na indústria, 12.055 no comércio e 9.687 na construção civil. Na indústria, o setor exportador de alimentos liderou as contratações.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 22-01
Com investidores
Após falar com empresários no fórum de davos, na suíça, o ministro da fazenda Joaquim Levi disse que é preciso ter paciência. Está confiante nos ajustes que vem fazendo e de que os investidores têm grande interesse em estar no mercado brasileiro. Mas além de Levy, a presidente dilma precisa dar provas de que o seu governo está fazendo um ajuste de verdade.
Em Davos
A Fundação Schwab para o Empreendedorismo Social dos criadores do World Economic Forum, levou 25 empreendedores sociais de todo o mundo para o evento em Davos, na Suíça. Vão compartilhar ideias de como trabalhar com abordagens colaborativas em desafios sociais e ambientais.
Exemplo daqui
A área ganha destaque crescente no mundo econômico. Quem comemora em SC é a presidente voluntária do Social Good Brasil, Fernanda Bornhausen. O SGB fomenta essa área através do Social Good Brasil Lab e de Seminário anual sobre o tema.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 22-01
Confiança em queda
O arrocho do governo desanima industriais de SC. A confiança do empresário do setor atingiu em janeiro o menor índice desde 1999, ficou em 43,1 pontos. A média histórica é de 55,9. pontos.
O presidente da Acif, Sander de Mira foi o primeiro a receber uma muda de presente, entregue pela coordenadora do projeto, Eneida Goss, acompanhada do coordenador da comissão do centenário, Doreni Caramori Junior. Ontem também foram lançados o carimbo e o selo do centenário, mais o hotsite com a programação.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 22-01
Aulas de verão garantem reforço para o currículo
Gastronomia, idiomas, informática e música são alguns dos cursos de curta duração oferecidos por instituições do Estado nesta temporada. Férias são sinônimo de descanso e lazer. Mas para muitos o período é ideal para fazer um curso profissionalizante ou até mesmo aprender algo totalmente novo como cozinhar ou falar francês. Para Ivan Ecco, diretor de Educação Profissional do Senac, como as pessoas têm mais tempo livre nesta época podem aproveitar para se qualificar:
– Se a pessoa consegue fazer um curso agora significa que é um profissional com comprometimento e responsabilidades.
Ele afirma que os treinamentos servem tanto para aprender uma função mais específica dentro da área em que atua ou ainda buscar novas oportunidades.
Para Patrícia Sobierajski Barreto, coordenadora de Pesquisa e Extensão da Estácio, o período é ideal para quem busca uma complementação para a formação curricular:
– É importante para incorporar novos conhecimentos teóricos, técnicos e operacionais. Por exemplo, os que já são formados podem fazer um curso de planos de negócios para uma empresa.
Fonte: Diário Catarinense – 22-01
Preço da gasolina e diesel deve subir nas bombas em fevereiro em Santa Catarina
Entidades do setor acreditam que aumento dos tributos pelo governo federal será repassado ao consumidor final
Preço da gasolina e diesel deve subir nas bombas em fevereiro em Santa Catarina. Após o anúncio do aumento de tributos que elevará o preço do combustível, entidades do setor em Santa Catarina não estipulam qual será o aumento repassado ao consumidor final. Apesar de defenderem a absorção da carga pela Petrobras, acreditam que o preço subirá nas bombas a partir de fevereiro.
Para Luiz Ângelo Sombrio, vice- presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis, o aumento dos custos será repassado aos consumidores:
— No momento que o governo repassar para as distribuidoras e elas, para o revendedor, imediatamente ele vai repassar para o consumidor. É um valor bastante expressivo no custo. A tendência é que logo na entrada de fevereiro os preços devem ser reajustados. Mais uma vez o consumidor vai pagar essa conta.
O aumento nos custos, com a elevação do PIS/ Cofins e da cobrança daContribuição para Intervenção no Domínio Econômico (Cide), vai resultar no aumento de R$ 0,22 por litro de gasolina e de R$ 0,15 por litro de diesel nas refinarias.
Sombrio lembra que além do aumento com a elevação dos impostos do governo federal, o preço também pode sofrer reajuste com a nova base de cálculo do ICMS:
— No momento que você aumenta o preço da bomba, aumenta o Preço Médio Ponderado a Consumidor Final ( PMPF), que é a base de cálculo do ICMS do governo do Estado. Porém, ele pode aplicar ou não a nova base de cálculo do ICMS imediatamente. E isso impacta mais um pouco nos custos — explica Sombrio.
Conforme analistas, esse impacto na base de cálculo do ICMS pode chegar a um aumento de até R$ 0,07 nos custos.
Robson de Souza, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo ( Sindipetro) de Santa Catarina, diz que recebeu comunicados de algumas distribuidoras que vão repassar no dia 1° de fevereiro e outras que afirmaram que será de imediato.
— Nós do setor defendemos que a Petrobras absorva essa carga, mas acho que vai ser difícil. O aumento do combustível influencia toda a cadeia. Não é só o fator gasolina e diesel, é o fator transporte, alimentação, embalagem — explica Souza.
Até agora não houve aumento nas bombas em Florianópolis. Os preços de gasolina não apresentaram alteração expressiva desde o último levantamento feito pelo Diário Catarinense, em novembro. Além disso, representantes de postos de combustível da região afirmam que ainda não houve grande movimentação nos estabelecimentos impulsionada pelo aumento eminente.
::: Fique por dentro
Devido à regra de que o aumento de tributos só pode vigorar 90 dias depois do anúncio, o governo elevará só PIS e Cofins em R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 do diesel. Depois, o reajuste do PIS/ Cofins cai para R$ 0,12 ( gasolina) e R$ 0,10 ( diesel). A Cide subirá R$ 0,10 por litro da gasolina e R$ 0,05 do diesel.
De olho nos preços
Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) feita de 11 a 17 de janeiro de 2015. Todos os postos pesquisados mantiveram os valores até terça-feira.
Posto Bairro Gasolina (em R$) Diesel (em R$)
Auto Posto Alfa 3 Ltda Capoeiras 2,969 2,569*
A Angeloni & Cia. Ltda Capoeiras 2,979 2,599
Real Auto Posto Ltda Santa Mônica 2,990 Não tem
Auto Posto Balneario Ltda Estreito 2,959 2,599
Posto Galo Lagoa da Conceição 3,099 2,659
Posto de Serviços Ilha Bela Ltda Itacorubi 3,089 2,799*
Posto Mauro Ramos Ltda Centro 2,899 2,799*
Auto Posto de Abastecimento e Servicos 5 Estrelas Ltda Pantanal 2,999 2,499
Auto Posto Nienkotter Ltda Coqueiros 2,979 2,699*
*Não foi feito o levanatamento do item pela ANP.
Fonte: Hora de SC – 22-01
FCDL terá nova eleição à presidência após imbróglio judicial
Ivan Tauffer, presidente eleito, terá que disputar novo pleito após decisão judicial. Ivan Tauffer disputará novamente a eleição para presidência da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas – FCDL, em Santa Catarina. A justiça determinou a realização de uma nova eleição para a entidade. Em entrevista à Rádio 103 FM, Tauffer destacou que o pedido por uma nova eleição partiu da chapa a qual faz parte, uma vez que foi eleito ainda em 2014 à presidência e em função de imbróglio jurídico ficou impossibilitado de tomar posse até o presente momento. Ivan Tauffer enfoca que a chapa contrária moveu ação judicial para impedi-lo de assumir a presidência logo após sua eleição, e o processo se estendeu até esta semana, onde a justiça determinou que novo pleito seja realizado com urgência.
O empresário de São Miguel do Oeste informa que em um primeiro momento a chapa contrária se posicionava favorável à nova eleição, porém, após deferimento judicial passou a ser contrária a realização do pleito, causando surpresa e gerando dúvidas sobre o motivo pelo qual não manifesta interesse de disputar nova eleição. Tauffer ressalta que trata-se de um novo processo, ou seja, mais chapas podem concorrer além das duas que estão envolvidas no imbróglio judicial.
Ainda de acordo com Ivan Tauffer, a composição da chapa a qual pertence será a mesma, justamente para reafirmar a transparência com a qual os membros participaram do pleito no ano passado e seguem com a mesma ética até o presente momento. O empresário informa que é visível a resistência da chapa contrária em relação à posse de um presidente do Extremo Oeste do Estado.
Fonte: Portal 103 FM – 22-01
Índice de Consumo das Famílias registra estabilidade em janeiro, aponta CNC
Após três quedas seguidas, ICF alcançou o menor nível das séries históricas, como Acesso ao crédito e Momento para duráveis. Em janeiro deste ano, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou alta de 0,2% (119,7 pontos) na comparação com dezembro, e queda de 8,6% em relação a janeiro de 2014. O índice permanece acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível favorável.
O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou queda de 0,3% na comparação mensal. Já as famílias com renda acima de dez salários mínimos apresentaram elevação de 1,8%. O índice das famílias mais ricas está em 122 pontos, e o das demais, em 119,3 pontos. Na mesma base comparativa, os dados regionais revelaram que a maior retração ocorreu na região Sul – de 3,5% –, e a melhor avaliação ocorreu na região Sudeste, com aumento de 1,8%.
Destaques
Alguns componentes da pesquisa se destacaram nos resultados de janeiro. O componente Nível de consumo atual apresentou elevação de 1,9% em relação ao mês anterior e queda de 9,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado. O elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento ainda são os motivadores do desaquecimento na intenção de compras a prazo: o componente Acesso ao crédito registrou novamente quedas mensais e anuais de 0,6% e 9,2%, respectivamente, atingindo o menor nível da série, com 123,4 pontos, mesmo patamar visto em novembro de 2014. Já o item Momento para duráveis apresentou queda de 0,9% na comparação mensal.
Em relação a 2014, o componente mostrou queda de 12%. Neste mês ele obteve o menor valor da série histórica, com 97,2 pontos – abaixo, portanto, da zona de indiferença. O item Perspectiva de consumo registrou queda de 2,8% em relação a dezembro. Na comparação anual, o índice apresentou queda de 14,2% e atingiu o menor valor da série histórica, com 121,9 pontos. Na base de comparação mensal, as famílias com renda de até dez salários mínimos mostraram queda de 3,4%, e aquelas com renda acima de dez salários, queda de 0,3%.
Fonte: Portal Adjori/SC – 22-01
Quatro em cada dez consumidores não se consideram organizados financeiramente, revela SPC Brasil
Apenas 16% fazem o registro diário das despesas e receitas. Uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira 'Meu Bolso Feliz' revela que a falta de disciplina é o principal empecilho para um planejamento adequado do orçamento pessoal. Segundo o estudo, quatro em cada dez consumidores (37%) não se consideram pessoas organizadas financeiramente e 69% dos entrevistados admitem sentir algum tipo de dificuldade para realizar o controle de suas receitas, despesas e investimentos.
Embora seis em cada dez consumidores (59%) tenham afirmado que realizam algum controle sistemático de seu orçamento pessoal - seja com a ajuda de planilhas (32%), caderno de anotações (23%) ou por meio de aplicativos digitais (4%) - apenas 16% dos entrevistados reconhecem fazer o registro das informações diariamente, prática que garante maior efetividade no planejamento. O percentual é um pouco maior entre os homens (19%), entre as pessoas de 25 a 34 anos (21%), com ensino superior (21%) e pertencentes às classes A e B (23%).
Consumo sem planejamento
Disciplina para registrar os ganhos e gastos com regularidade (32%), lembrar-se dos gastos em dinheiro e que, portanto, não constam no extrato bancário (16%), falta de tempo (8%), preguiça (4%), não saber como fazer ou por onde começar (4%) e considerar a tarefa chata ou desimportante (4%) são as principais dificuldades mencionadas pelos brasileiros ouvidos pela pesquisa. Desse modo, o estudo conclui que para 64% dos entrevistados o controle orçamentário não é considerado uma prioridade em suas vidas. Há ainda aqueles que afirmam gerenciar seus recursos financeiros apenas "de cabeça", representando mais de um quarto (26%) da amostra.
"A pesquisa comprova que a administração eficiente do orçamento pessoal não é muito usual entre os brasileiros. Há uma parcela significativa de entrevistados que não faz um controle sistemático de seus rendimentos e muitos dos que dizem fazer, quando argumentados da forma mais profunda sobre métodos adotados, caem em contradição ou o fazem com uma frequência bastante aquém da adequada. Segundo o levantamento, seis em cada dez consumidores não se sentem totalmente seguros para gerenciar os próprios recursos", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Para o educador financeiro do portal 'Meu Bolso Feliz, José Vignoli, a disciplina é parte fundamental para uma vida financeira saudável. "Somente com um pouco de esforço e vontade de manter uma vida financeira equilibrada é que se adquire este hábito. Não importa a ferramenta utilizada para anotar os gastos, importa que o método seja organizado. Algumas pessoas têm facilidade com planilhas ou aplicativos, mas outras não. O fundamental é sempre registrar tudo o que se ganha e se gasta e jamais confiar na memória porque ela falha", aconselha.
Conhecimento e experiências
O estudo perguntou aos entrevistados quais são os atributos mais importantes para definir uma vida financeira saudável, aplicando notas numa escala que varia de zero a 10. Itens relacionados ao consumo, como a pesquisa de preços (nota média de 8,6 atribuída pelos entrevistados) e o ato de pechinchar (7,8) foram os que tiveram maior reconhecimento de importância. Por outro lado, ações que poderiam trazer resultados mais eficazes, como economizar todos os meses (7,0) e fazer o controle do orçamento (7,0) anotando todos os gastos, tiveram importância menor atribuída pelos pesquisados. "Os entrevistados valorizam atitudes financeiras conscientes, como pesquisar preços, anotar os gastos e pedir descontos. No entanto, o discurso dos consumidores não correspondente fielmente à prática, uma vez que essas atitudes acabam sendo adotadas com menor frequência do que deveriam", afirma a economista.
Exemplo disso é que quase a metade (48%) dos entrevistados afirma não contar com uma reserva financeira para lidar com os gastos extras que surgem no início do ano, como presentes de Natal, impostos, material escolar, entre outros.
A pesquisa traz ainda revelações a respeito das fontes de conhecimento mais comuns por meio das quais os consumidores adquirem informações sobre dinheiro e finanças. O conhecimento informal, em conversas com familiares e amigos (48%) e a influência de noticiários, jornais, revistas e da imprensa, de modo geral (46%) são as fontes mais utilizadas. Outros 33% disseram navegar em sites e blogs especializados em busca de dicas e melhores práticas.
"Na média, o consumidor sabe pouco sobre como conduzir seu orçamento pessoal. Assim, ele tem pouco a contribuir, no sentido de ajudar os outros consumidores a conhecer e aplicar práticas saudáveis para a vida financeira. Pelo alcance que possuem e pela linguagem didática para o grande público, os veículos de comunicação ganham importância nesse processo", observa a economista do SPC Brasil.
Dentre os consumidores organizados, o aprendizado com experiências difíceis em relação ao dinheiro desponta como a principal razão na mudança de comportamento (42%).
Comportamento de risco
Dois em cada dez (17%) consumidores chegam ao fim do mês sem conseguir pagar as contas em dia. Outros 22% até conseguem honrar com seus compromissos financeiros, mas ficam no zero a zero, ou seja, não sobra nenhum centavo para poupança ou investimento. E, finalmente, 61% dos entrevistados conseguem pagar as contas em dia e guardar alguma quantia para gastos futuro.
Quando falta dinheiro no orçamento para fechar as contas do mês, as estratégias mais utilizadas pelos entrevistados são usar o limite do cartão de crédito para completar as despesas (19%), pedir dinheiro emprestado para amigos ou familiares (17%), utilizar o limite do cheque especial (13%), fazer empréstimos junto a bancos e financeiras (13%) e gastar parte das reservas financeiras que possui (10%). O levantamento aponta ainda que dentre aqueles que precisam utilizar o cartão de crédito para pagar as contas e gastos imprevistos por não conseguirem fechar as contas do mês, 39% o fazem todos os meses.
Ao analisar hábitos de consumo, o estudo mostra outro dado que acende o sinal de alerta: 35% dos consumidores têm o costume de adquirir produtos sem avaliar a sua condição financeira. Na avaliação dos especialistas do SPC Brasil, a constatação é reflexo da preferência que o consumidor brasileiro tem por parcelar suas compras sem se preocupar com as consequências que esses compromissos podem ocasionar no futuro. Ao enfrentar alguma dificuldade financeira, 48% das pessoas ouvidas afirma que conseguiria manter o mesmo padrão de vida por no máximo seis meses, sendo que 14% não chegariam nem a um mês.
"O uso do crédito para complementar a renda mensal é uma atitude muito arriscada porque faz o consumidor gastar um dinheiro que ele não possui. A taxa média cobrada em operações com cartão de crédito gira em torno de 300% ao ano no Brasil. É uma das maiores do mundo", afirma o educador financeiro, José Vignoli.
Metodologia
Realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira 'Meu Bolso Feliz', o estudo buscou identificar como o consumidor brasileiro se relaciona com suas finanças nos aspectos ligados ao orçamento pessoal, consumo e conhecimentos financeiros. Além de mapear os fatores que influenciam uma vida financeira saudável e as dificuldades que os consumidores enfrentam no dia a dia quando o assunto é dinheiro.
Foram ouvidos 662 consumidores acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais com margem de confiança de 95%.
Fonte: Portal Adjori/SC – 22-01
Crédito ao consumidor fica mais caro a partir desta quinta-feira
Alta do IOF em empréstimos para pessoas físicas faz parte de pacote que pretende aumentar receitas em mais de R$ 20 bilhões
O governo federal publicou nesta quarta-feira, 21, no Diário Oficial da União, decreto que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos bancários para pessoas físicas.
A medida entra em vigor a partir desta quinta-feira.
Essa é uma das quatro decisões anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na segunda-feira. O pacote busca "atingir o reequilíbrio fiscal" e "atingir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB em 2015".
O decreto dobra o IOF nessas operações, de 1,5% para 3%. O documento aumenta, especificamente, a alíquota de 0,0041% ao dia, limitada a 365 dias, para 0,0082% ao dia, também limitada a 365 dias - mantendo a alíquota adicional de 0,38% em cada operação, independentemente de prazo.
Segundo o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, isoladamente o aumento do IOF não teria grande impacto no consumo. “Mas, levando em conta outras as medidas, como a volta da Cide sobre combustíveis, aumento da tarifa de energia elétrica, reajuste da passagem de ônibus e outras pressões inflacionárias por causa do dólar em alta num ambiente de baixo crescimento e os juros subindo desde abril de 2013, o aumento do IOF vai afetar negativamente o consumo”, prevê o economista.
Ele lembra de outras pressões que vão afetar a disponibilidade de renda dos brasileiros neste início de ano, como o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na cidade de São Paulo.
Nas contas do diretor executivo da Anefac, o valor da prestação de um veículo, cujo preço à vista é R$ 25 mil, financiado em 12 vezes, com juros de 1,84% ao mês e IOF de 3% é de R$ 2.419,94. A alta é de R$ 35,11 em relação à prestação com o imposto menor, de 1,5%. Ao final de 12 meses, o comprador terá desembolsado R$ 421,32 a mais só por causa do aumento do imposto sobre financiamento.
Pacote fiscal. As outras três medidas fiscais, ainda não publicadas, consistem em decreto equiparando o atacadista a industrial para efeito de incidência do IPI; Medida Provisória elevando a alíquota de PIS/Cofins sobre a Importação, de 9,25% para 11,75%; e decreto alterando as alíquotas de PIS/Cofins e CIDE-Combustíveis.
As quatro medidas irão proporcionar, segundo o governo, um aumento de receitas estimado em R$ 20,63 bilhões ao longo de 2015. Somadas a outras decisões, o aperto fiscal deste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff está estimado em quase R$ 46 bilhões.
Fonte: O Estado de São Paulo – 22-01
Fundos rendem mais que poupança com Selic em 12,25% ao ano
Com a decisão do Banco Central de elevar nesta quarta-feira (21) o juro básico (taxa Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano, os fundos de renda fixa ganham da poupança na maioria dos cenários desenhados, considerando prazos de resgate e valores de taxas de administração distintos.
A estimativa é da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Mesmo com a TR (Taxa Referencial), que compõe a remuneração da poupança, em 0,10 ponto percentual em janeiro, a caderneta perde para os fundos de renda fixa que têm taxa de administração até 1,5% ao ano em quaisquer prazos.
A caderneta ganha dos fundos que têm taxa de administração de 2% ao ano se o resgate for feito em até seis meses e perde quando o prazo é superior a esse período.
Já nos fundos com taxa de administração de 2,5%, a caderneta ganha quando o dinheiro é resgatado em até um ano e empata quando o período vai de um a dois anos. Acima disso, os fundos ganham, segundo a Anefac.
Quando a taxa de administração sobe para 3% ao ano, a caderneta ganha em todos os cenários, independentemente de prazo.
Em 2014, os fundos de renda fixa que têm em sua carteira títulos públicos prefixados -cuja taxa de retorno é definida no momento da compra- foram afetados pelo aumento do juro básico.
Muitos deles sofreram no ano passado com a chamada marcação a mercado, que atualiza diariamente o valor do título pela diferença entre a taxa de juro do momento e a de emissão do papel.
Mas, mesmo assim, conseguiram manter um retorno maior que o da poupança. Os fundos de renda fixa fecharam 2014 com rentabilidade acumulada de 11,51%, de acordo com a Anbima (associação das entidades de mercado).
Os fundos DI, que aplicam em títulos pós-fixados, encerraram o ano passado com rentabilidade de 11%. Já a poupança, tanto para depósitos até 3 de maio de 2012 quanto após essa data, teve ganho de 7,08% em 2014.
Fonte: Folha de São Paulo – 22-01