Clipping Diário 21/08/2013
Publicado em 21/08/2013
Clipping Diário 21/08/2013
BOMBEIROS
Entidades empresariais vão se mobilizar na Assembleia para mudar o projeto que concede poder de polícia aos bombeiros militares. Em reunião dos presidentes da FCDL, Fiesc, Fetrancesc, Fecomércio e Acats ficou decidido que o projeto será analisado para apresentação de emendas. Temem interdições antes mesmo da constatação de infrações administrativas.
Fonte: Diário Catarinense e Jornal de Santa Catarina – Moacir Pereira – 21-08
Discurso e leilão para conter a alta do dólar
Após dois pregões de tentativas frustradas, os leilões do Banco Central (BC) finalmente surtiram efeito sobre o dólar ontem. A moeda caiu quase 1%, a R$ 2,394. A estratégia foi reforçada por discursos do presidente do BC, Alexandre Tombini, e de diretores da instituição, que desde segunda-feira se revezam para garantir a oferta de dólares no Brasil. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, entrou em cena, ao reiterar que a situação cambial está sob controle.
Anunciados na segunda-feira na tentativa de frustrar expectativas de alta na largada dos negócios, os leilões do BC movimentaram US$ 6 bilhões ontem. A instituição voltou a negociar por swap cambial tradicional, que equivale a uma venda de dólar no mercado futuro, e fez leilões de linha, em que assume compromisso de recompra. Parte dos analistas aponta a segunda tática como a mais eficaz diante da atual pressão sobre o dólar, por ser considerada mais segura.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a jornada de ontem com queda de 2,07%. Conforme analistas, muitos investidores aproveitaram os ganhos acumulados em nove dias de alta para vender ações e embolsar lucros. Os papéis das blue chips pagaram a conta: a Petrobras foi um dos principais destaques de baixa na terça-feira, com perda de 3,6% na ação ordinária e 3,92% na preferencial. Vale e siderúrgicas também caíram.
Fonte: Diário Catarinense - Economia
MÍNIS
Fiesc
A Fiesc realiza hoje à tarde seminário sobre perspectivas ao comércio exterior. Welber Barral, ex-secretário do Mdic, fala sobre defesa comercial.
Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 21-08
Em 60 dias
O prefeito de Florianópolis, Cesar Junior (PSD), pretende lançar em 60 dias os editais para restauração das fortalezas e prédios históricos no Centro. A Capital terá direito a R$ 20 milhões da Caixa. Para Laguna, serão R$ 18 milhões.
Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira – 21-08
PREJUÍZO MILIONÁRIO
Fraude no ICMS acaba descoberta
A análise prévia da Operação Nota Branca, deflagrada ontem pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Itajaí, Florianópolis e Joinville, aponta pelo menos R$ 30 milhões em sonegação de impostos de um frigorífico de Itajaí. A empresa vinha sendo investigada havia oito meses por um suposto esquema de redução de tributos no comércio de carnes em Santa Catarina.
A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária (dois empresários e um contador). As ordens judiciais foram expedidas pela 1a Vara Criminal da Comarca de Itajaí, atendendo pedido da Promotoria de Justiça Regional da Ordem Tributária.
A ação do Gaeco também apreendeu equipamentos de informática, CDs e DVDs no frigorífico, que serão encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP). Os documentos fiscais vão passar por auditoria e a quantificação dos prejuízos na Secretaria de Estado da Fazenda e na Receita Federal. Vinte e sete veículos, a maioria caminhões para transporte de cargas, foram confiscados. Além disso, 16 testemunhas serão ouvidas até sexta-feira. Os nomes da empresa e dos envolvidos não foram divulgados, já que a investigação ainda não terminou e as detenções são temporárias.
A auditoria tem prazo de 180 dias para ser encerrada, sendo prorrogável pelo mesmo período. Mas a expectativa é de que o processo ocorra com agilidade.
Fonte: Diário Catarinense – GERAL – 21-08
Negócios
Amanhã a Aemflo e a CDL de São José realizam encontro Empresarial que tem como objetivo estimular o associativismo e os negócios para ampliar a rede de relacionamentos. O tema do encontro deste mês é A Taxa Selic e Seus Impactos. Os palestrantes são Ricardo Muller Warken e Vitor Hugo Ikeda. Inscrições gratuitas no site www.aemflo-cdlsj.org.br.
Fonte: Diário Catarinense – Coluna Serviço – 21-08
PATRIMÔNIO PRESERVADO
PAC prevê R$ 38,5 milhões a prédios históricos de SC
Governo federal anunciou ontem Florianópolis e Laguna entre as cidades beneficiadas com recursos para restauro de prédios
Dos R$ 1,6 bilhão de investimentos anunciados no PAC Cidades Históricas, R$ 38,5 milhões serão repassados a Santa Catarina. Florianópolis receberá R$ 19,7 milhões e Laguna, R$ 18,8 milhões. O anúncio foi feito ontem pela presidente Dilma Rousseff (PT) em São João Del Rei (MG). Outras 42 cidades em 19 Estados foram contempladas.
A Capital irá investir o dinheiro em quatro projetos. Três deles estão no Centro Histórico: a restauração do Museu Victor Meirelles, da ala sul do Mercado Público e da Casa da Alfândega. O outro trabalho envolve a recuperação das fortalezas.
Outra reforma prevista para o Centro é a da antiga Câmara e Cadeia. Apesar de não estar contemplada no PAC, os R$ 4 milhões foram liberados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Esta seria a obra mais emergencial, já que o prédio está fechado há pelo menos cinco anos. A ideia é transformar o local em um museu sobre a história de Florianópolis.
O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior (PSD), que participou da cerimônia em Minas Gerais, disse que os trabalhos nos prédios devem iniciar entre o final deste ano e o começo de 2014. Todos os projetos executivos estão prontos e precisam ter os editais aprovados para a execução das obras.
Já o setor leste do Centro Histórico, área que aguarda a revitalização, não está entre as obras anunciadas. Em relação às fortalezas, ainda não se sabe se a restauração será assumida pela prefeitura ou pelo Iphan.
Laguna teve nove obras atendidas
Em Laguna, os recursos serão usados em nove obras. A prefeitura pretende licitar algumas até o final do ano. As primeiras devem ser as restaurações da Casa de Anita, do Arquivo Municipal (Casa Candemil), do Clube União Operária e a requalificação urbanística da Rua Raulino Horn. A via terá mudanças no passeio e na fiação elétrica e valorização dos prédios. A ideia é que a rua abrigue eventos e feiras aos fins de semana.
Fonte: Diário Catarinense – GERAL – 21-08
Poluição visual
Não dá para entender:
1. A cidade se prepara para debater e aprovar uma lei que diminua a poluição visual.
2. No governo do prefeito Sérgio Grando, a região central de Florianópolis passou por um processo de substituição dos postes de energia elétrica por fiação subterrânea para realçar o patrimônio histórico.
Pois agora, de repente, resolveram instalar uma imensa placa digital com publicidade em pleno calçadão da Felipe Schmidt, bem em frente ao antigo Ponto Chic. Isso é um retrocesso. Em nome do quê, afinal, vão querer enfiar painéis publicitários em meio à arquitetura da principal via da Capital?
Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes – 21-08
QUESTÃO DE TOPOGRAFIA
Na Capital catarinense, pedalar, nem que seja pra se locomover num mesmo bairro, é coisa só para atleta. Sem falar que tem ciclovia, como a da Rua Bocaiúva (criada na gestão passada – sempre é bom creditar o milagre) que começa em um lado da rua, muda para o outro e volta. Aliás, a maioria das ciclovias de Floripa leva a lugar algum. São pedaços soltos. E aí eu pergunto: nos trechos assim a pessoa carrega a bike nas costas?
Fonte: Diário Catarinense – Juliana Wosgraus
Facilidade
A Fiat está anunciando seus carros em 100 meses sem juros.
Vai ficar mais fácil comprar um carro Fiat do que almoçar fora em Floripa.
Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes – 21-08
13,2%
Foi quanto caíram as vendas de motos novas em Santa Catarina de janeiro a julho de 2013 em relação ao mesmo período de 2012. No Brasil a queda é de 10,6%. Maior dificuldade para obter crédito é uma das causas apontadas para a queda. No Estado, a venda de veículos novos caiu 2%. Números são da Fenabrave/SC.
Fonte: Jornal de Santa Catarina - MERCADO ABERTO | Francisco Fresard
Dólar fecha em queda a R$ 2,39
O dólar fechou em queda ontem, após ações do Banco Central. A moeda perdeu 0,9%, ficando a R$ 2,3941, depois de ter caído mais de 1%, chegando a R$ 2,3846 na mínima do dia. Para derrubar a cotação, foram feitos dois leilões de swap cambial tradicional e um de venda de dólares com compromisso de compra. Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o câmbio está ótimo. Segundo ele, o governo deve atuar apenas para manter o atual patamar.
Fonte: Jornal de Santa Catarina – Economia
Folga para pagar dívida cai e afeta dólar
Embora permaneçam em patamares historicamente favoráveis, todos os principais indicadores de endividamento externo do Brasil pioraram de um ano para cá, o que representa uma pressão adicional sobre a cotação do dólar.
Esses indicadores, calculados pelo Banco Central, medem a capacidade de pagamento aos credores: comparam o volume da dívida e dos pagamentos de juros e amortizações com a evolução das exportações, das reser-vas em moeda estrangeira e das dimensões da economia do país.
No caso brasileiro, houve perda dessa capacidade de pagamento. Ainda que não haja risco visível de insolvência, trata-se de menos folga entre os compromissos e as receitas em dólares e outras divisas.
A dívida externa somou em junho US$ 321,7 bilhões, equivalentes a 14,1% do Produto Interno Bruto, ante 12,8% em junho do ano passado.
Não é um patamar comparável aos da década de 1980, quando a dívida chegou à metade do PIB e ficou impagável. Foi interrompida, porém, uma trajetória de redução contínua iniciada na administração petista.
Houve um endividamento adicional de US$ 100 bilhões nos últimos cinco anos, período em que o país voltou a ter deficit nas transações com o resto do mundo -ou seja, voltou a recorrer a empréstimos externos para consumir e investir mais.
A expansão foi puxada pelo setor privado, que hoje responde por cerca de dois terços da dívida. São, principalmente, bancos e outras empresas que aproveitaram os anos de dólar barato e juros internacionais baixos.
Fonte: Editoria de Arte/Folhapress
MAIS PAGAMENTOS
O volume de pagamentos aos credores cresce em ritmo ainda mais acelerado: somou US$ 61,2 bilhões no período de 12 meses encerrado em junho, quase 30% acima do montante apurado em junho do ano passado.
Essa conta tende a aumentar com a perspectiva de recuperação das economias dos Estados Unidos e da Europa, que vai significar o fim gradativo das políticas globais de estímulo monetário com juros baixíssimos.
Enquanto as despesas cresciam, o Brasil sofreu um revés do lado das receitas: a partir do ano passado, as exportações, principal fonte de dólares do país, entraram em declínio após um decênio de crescimento acelerado.
O motivo foi a deterioração -a mais aguda desde 1999- dos preços do comércio exterior, com o fim do ciclo de alta de produtos primários minerais e agrícolas, estratégicos na pauta brasileira.
Atualmente, as exportações são suficientes para pagar 87% da dívida externa, dez pontos percentuais a menos que em junho de 2012.
Fonte: Folha de São Paulo – Economia – 21-08
Brasil e Argentina recebem agora sacoleiros paraguaios
A maré da sorte virou para o comércio paraguaio nos últimos meses. Com a desvalorização do real e do peso argentino, o guarani é a moeda que mais preservou valor na Tríplice Fronteira. Com isso, o Paraguai não só deixou de ser financeiramente atrativo como centro de compras para seus vizinhos como passou a ser vítima do contrabando de pequeno porte.
Na fronteira com o Brasil, os "sacoleiros" brasileiros deixaram de frequentar centros de compras em Ciudad del Este, Salto del Guayrá e Pedro Juan Caballero. Em Assunção, a só 20 km da fronteira com a Argentina, a classe média paraguaia se abastece na pequena cidade argentnia de Clorinda, de 70 mil habitantes. Na região metropolitana da capital do Paraguai vivem cerca de 2 milhões de pessoas.
O comércio em Clorinda é limitado pelas restrições às importações que existem na Argentina. Não é um lugar para se comprar uísque, eletrônicos nem perfumes, como acontece na fronteira entre Brasil e Paraguai. A aduana paraguaia coíbe a entrada de itens produzidos no país, como hortifrutigranjeiros, carne bovina, arroz, pães, cerveja, refrigerantes e óleos vegetais. Sobra todo o resto que se vende num supermercado, de produtos de higiene e limpeza a vinho e doces. Clorinda é ainda um bom lugar onde comprar lubrificantes, botijão de gás, diesel e gasolina.
No centro de Assunção, é comum encontrar nas calçadas produtos trazidos de Clorinda, ainda com a etiqueta do supermercado argentino. Com o dólar sendo cotado a 9 pesos argentinos no mercado paralelo, o botijão de gás argentino, que é subsidiado pelo governo da presidente Cristina Kirchner, sai por 15 mil guaranis (cerca de R$ 8,50). No mercado formal de Assunção, custa cinco vezes isso.
"Entrando de carro [no Paraguai], eles param na fronteira, mandam abrir o porta-malas e apreendem. Mas a gente pode estacionar em frente à ponte e cruzar a pé. Para voltar com as compras, contrata um 'pasero' [carregador]. Não há controle de pedestres. Você chega lá [na Argentina] com dólar ou guarani. Dá para fazer isso todo dia", comentou o taxista Fabricio, que não quis dizer o sobrenome. Ele costuma comprar produtos em Clorinda nos feriados e fins de semana, para revender no Paraguai.
"Clorinda sempre foi uma cidade montada para abastecer Assunção. Quando criança, era comum nossa família ir lá passar umas horas nos sábados. Essa não é a primeira vez que o peso está muito desvalorizado em relação ao guarani, mas raras vezes existiu essa loucura da cotação paralela, como hoje", disse Aníbal Orue, diretor do Centro de Estudos Brasil-Paraguai na Universidade do Leste.
O dólar estava cotado ontem a 4.424 guaranis. Em 3 de janeiro, estava em 4.293 guaranis. A desvalorização nominal foi de só 3,05%, e a inflação anual no Paraguai é da ordem de 5%. O peso argentino teve uma desvalorização oficial de 14%, passando de 4,91 para 5,6 por dólar. Mas, no câmbio paralelo, a variação foi de 38%, indo de 6,5 a 9 pesos por dólar.
Em Ciudad del Este, com 400 mil habitantes, o comércio paraguaio perde divisas para a vizinha argentina Puerto Iguazú, com população dez vezes menor. "O impacto é grande nos supermercados e nos postos de gasolina daqui. Até o comércio de Foz do Iguaçu, no Brasil, está mais atrativo para a compra do dia a dia do paraguaio. Estamos no pior dos mundos", disse o diretor da Federação de Câmaras Empresariais (Fedecamaras) de Ciudad del Este, Juan Santamaría.
Em Foz do Iguaçu, os paraguaios costumam buscar melhores restaurantes e serviços de saúde, como dentistas e clínicas particulares. Neste ano, ampliaram seu "portfolio" de compras para eletrodomésticos de linha branca, móveis e estofados brasileiros. "Comprar no Brasil é bom para quem está montando casa. Para as compras do dia a dia, Puerto Iguazú de longe é mais procurada", disse Nelson Zapata, editor do jornal "Vanguardia", de Ciudad del Este.
Até o presidente paraguaio, Horacio Cartes, mencionou a desconfortável situação cambial em sua primeira entrevista no cargo. Dono de uma empresa de cigarros, ele há anos é acusado de se beneficiar do comércio informal com o Brasil. "Hoje está entrando tudo o que se pode imaginar vindo da Argentina. É um problema cambial e de aduana. Enquanto não tivermos uma moeda única sempre existirá isso. Somos um país com seus maiores centros em fronteiras. Às vezes as coisas saem do Paraguai. Outras vezes entram", disse.
Fonte: Valor Econômico – 21-08
Câmbio começa a impactar projeções para inflação e juros
Por Tainara Machado, Francine De Lorenzo e Arícia Martins | De São Paulo
A desvalorização adicional do câmbio nas últimas semanas - em pouco mais de 20 dias, o dólar saltou de R$ 2,25 para cerca de R$ 2,40 - pode colocar em risco o compromisso do Banco Central de entregar este ano um IPCA menor do que os 5,84% observados no ano passado, principalmente diante da pressão da Petrobras por um novo reajuste da gasolina, avaliam economistas ouvidos pelo Valor. Neste cenário, afirmam, não está descartado que o BC possa prolongar o ciclo de aperto monetário na tentativa de conter o repasse da desvalorização cambial para a inflação doméstica.
Os primeiros sinais de que os economistas começam a incorporar o real mais fraco em relação ao dólar nos seus cenários pode ser visto no Boletim Focus. Embora as projeções para o IPCA neste ano e em 2014 praticamente não tenham se alterado recentemente, as estimativas para o índice nos próximos 12 meses estão em alta há sete semanas. Em 28 de junho, os economistas projetavam que a inflação nos 12 meses à frente seria de 5,65%, expectativa que subiu para 5,97% no dia 16 de agosto.
Para Daniel Moreli Rocha, economista do Banco Indusval & Partners, este é um indício de que o mercado está incorporando o real mais fraco às suas contas gradativamente. Rocha afirma que os riscos para a sua projeção de IPCA de 5,85% em 2013 aumentaram nas últimas semanas, com a mudança de patamar do câmbio. Em sua avaliação, é questão de tempo até que o mercado trace novo cenário para a economia neste ano, a partir de uma taxa de câmbio mais desvalorizada. Seria, em termos, uma repetição do quadro observado em junho, quando a mudança no patamar de câmbio resultou em uma onda de revisões de estimativas no mês seguinte. "Talvez as expectativas para inflação neste ano ainda estejam um pouco tímidas, se considerada a forte alta do câmbio desde maio", diz.
Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, afirma que caso o dólar se estabilize no patamar de R$ 2,40 até o fim do terceiro trimestre, o IPCA encerrará 2013 com alta de 6%. Por ora, Velho estima avanço de 5,7% para o indicador oficial de inflação no ano. O economista considera que após a nova disparada da moeda americana, R$ 2,30 virou piso para a taxa de câmbio. O Banco Central, no entanto, deve intensificar o uso da política cambial, bem como de medidas macroprudenciais, para controlar pressões excessivas sobre o dólar, diz o economista.
Parte da resposta também deve vir da política monetária, na avaliação de Velho. O economista acredita que mediana de apostas do Focus para a Selic, atualmente em 9,25% ao ano ao fim de 2013, deve ser revista para cima nas próximas semanas em função do novo patamar do câmbio. "9,5% virou 'o piso do piso'", afirma.
Fabio Romão, economista da LCA Consultores, avalia que o Banco Central vai prolongar o atual ciclo de aperto monetário em resposta à desvalorização recente do câmbio, levando a taxa básica de juros para 10% até novembro, com aumentos de 0,5 ponto percentual por reunião.
Para Romão, a política monetária mais austera será suficiente para que o atual nível de câmbio, que chegou a R$ 2,40 nesta semana, não se mantenha até o fim do ano. Ainda assim, diz, a desvalorização mais acentuada do câmbio nas últimas semanas complica o cenário inflacionário para os próximos meses porque aumenta a defasagem do preço da gasolina em relação ao mercado externo e pressiona a Petrobras. Em função da escalada da moeda americana, o economista passou a contar com aumento do combustível em setembro e elevou sua projeção para o IPCA neste ano de 5,7% para 6%. Romão calcula que a Petrobras irá aumentar, já em setembro, a gasolina em 8% nas bombas.
Para Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados, o dólar mais alto é um dos principais riscos ao cenário inflacionário. No entanto, a economia pondera que para que haja um repasse do dólar a R$ 2,40 aos preços é preciso que a taxa de câmbio fique estacionada neste nível por pelo menos três meses - hipótese que não está em seu cenário. "Se os leilões de concessão em infraestrutura derem certo, o investidor estrangeiro pode voltar a se interessar pelo Brasil, revertendo as expectativas em relação ao país", comenta a economista, que estima avanço de 5,8% no IPCA neste ano.
O atual cenário econômico, na avaliação de Flávio Serrano, economista do BES Investimento, é favorável ao repasse do aumento do dólar aos preços ao consumidor. Para ele, a deterioração das expectativas, o perfil expansionista do governo, os incentivos ao consumo e a intensidade da variação cambial contribuem para um maior impacto do câmbio na inflação.
A desaceleração da economia brasileira, em sua avaliação, não será suficiente para frear o aumento de preços no varejo. "Vamos ver um reflexo direto nos produtos comercializáveis e, daqui um ano, nos preços administrados."
O reflexo do câmbio na inflação depende, entre outras variáveis, da percepção do mercado quanto à perenidade da mudança, afirma o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otavio Leal. "O dólar a R$ 2,40 chegou ao mercado financeiro, mas ainda não bateu na economia real. As empresas continuam trabalhando com um dólar ao redor de R$ 2,30", afirma Leal, que projeta avanço de 5,7% no IPCA neste e no próximo ano.
Fonte: Valor Econômico – 21-08
Com alta de saúde e educação, prévia da inflação de agosto fica em 0,16%
Até agosto, o IPCA-15 acumula altas de 3,69% no ano e de 6,15% em 12 meses
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) ficou em 0,16% em agosto, ante 0,07% em julho, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma taxa entre 0,07% e 0,23%, e ligeiramente acima da mediana, de 0,15%.
Até agosto, o IPCA-15 acumula altas de 3,69% no ano e de 6,15% em 12 meses.
O IBGE informou que a taxa do IPCA-15 de agosto é explicada em parte pela alta de itens de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,20% para 0,45%) e de Educação (de 0,11% para 0,68%). Também contribuíram menores quedas dos grupos Alimentação e Bebidas (de -0,18% em julho para -0,09% em agosto) e Transporte (de -0,55% para -0,30%).
No grupo dos alimentos, o destaque, segundo o IBGE, ficou com o leite longa vida (5,46%), que liderou o ranking dos principais impactos individuais do mês, com 0,06 ponto porcentual. Outros itens também se destacaram com resultados em alta, como: feijão preto (5,35%), cerveja consumida no domicílio (3,33%), cerveja consumida fora do domicílio (1,17%), lanche (de 0,96%) e refeição (0,36%).
Vários alimentos, porém, continuaram a apresentar resultados em queda. O destaque é o tomate (-22,96%), vilão da inflação há poucos meses. Também caíram cebola (-20,09%), feijão carioca (-6,03%), batata inglesa (-4,81%) e frutas (-1,99%).
Os ônibus urbanos continuaram a refletir as desonerações iniciadas em junho. Saíram de -1,02% em julho para -1,69% em agosto. Ônibus intermunicipais passaram de -0,91% para -0,70%, trens de -1,15% para -1,96% e metrô de -2,02% para -2,24% A gasolina, ao passar de -0,69% para 0,03%, e o etanol, que passou de -3,71% para -0,22%, fizeram com que o grupo Transporte (de -0,55% para -0,30%) apresentasse queda menor de um mês para o outro, de acordo com o IBGE.
"O grupo Educação, que passou de 0,11% para 0,68%, refletiu os resultados apurados na coleta realizada no mês de agosto, a fim de obter a realidade do segundo semestre do ano letivo. Os cursos regulares variaram 0,56%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) apresentaram alta de 1,71%", informou o IBGE.
Quanto à Saúde e Cuidados Pessoais, que acelerou de 0,20% em julho para 0,45% em agosto, a alta foi decorrente dos resultados de serviços médicos e dentários (1,12%) e de produtos de higiene pessoal (0,42%), ainda segundo o instituto. Os preços dos remédios, porém, continuam em queda (-0,21%).
Fonte: Estadão – 21-08
Receita do setor de serviços cresce 9,2% no 2º trimestre
Em junho, o setor cresceu em todos os Estados pesquisados pelo IBGE
O crescimento da receita bruta nominal do setor de serviços acelerou na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, passando de 7,6%, na alta do primeiro trimestre fechado, para 9,2% no segundo trimestre, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), inaugurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, 21. Em junho, houve crescimento de 8,6% ante junho de 2012.
O IBGE divulgou também o crescimento da receita bruta nominal por atividades de serviços. Os serviços prestados às famílias registraram variação de 9,0%; os serviços de informação e comunicação, 7,6%; os serviços profissionais, administrativos e complementares, 7,8%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, 9,8%; e outros serviços, 11,0%.
Estados
O setor de serviços cresceu em todos os Estados em junho. A receita bruta nominal do setor de serviços cresceu 9,8% em São Paulo em junho, ante junho de 2012, pouco acima dos 8,6% de alta verificados no País como um todo.
As maiores taxas de variação no crescimento da receita bruta nominal foram registradas em Mato Grosso (29,7%), Acre (16,3%), Ceará (16,0%), Mato Grosso do Sul (13,4%) e Distrito Federal (13,2%). Segundo o IBGE, as menores foram observadas no Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco, todas com 5,1%, Paraná (4,6%), Piauí (3,2%) e Rio Grande do Sul (1,6%).
A entrevista coletiva para comentar os resultados da primeira divulgação da PMS começará daqui a pouco.
Fonte: Estadão – Economia – 21-08