Clipping Diário - 11/10/2014
Publicado em 11/10/2014
Clipping Diário - 11/10/2014
Outubro Rosa terá ações de conscientização sobre a saúde dos olhos
A exemplo do Núcleo da Mulher Empreendedora, o Núcleo de Óticas da CDL de Florianópolis também estará presente no Outubro Rosa, movimento popular mundial que simboliza a luta contra o câncer de mama.
As diretrizes sobre como será a participação foram estabelecidas durante um encontro entre os dirigentes da entidade. “A reunião foi muito produtiva e já conseguimos fechar as parcerias e patrocínios para o evento”, comemora Elídio Yocikazu Sinzato, coordenador geral do Núcleo de Óticas. Durante os dias 10 e 11 de outubro, uma equipe de especialistas estará no Centro Histórico de Florianópolis para realizar testes gratuitos de acuidade visual na população.
A expectativa é atender até 300 pessoas por dia. Também serão realizadas ações de conscientização sobre a saúde ocular. “Precisamos fazer um trabalho contínuo de sensibilização quanto à importância de adquirir óculos e lentes originais, de boa procedência, com fornecedores idôneos. Essa prevenção é fundamental para evitar malefícios à saúde dos olhos”, finaliza.
Fonte: Portal a Ilha – 11-10
Último dia da Semana Rosa
Serão oferecidos serviços de maquiagem, corte de cabelo, limpeza de pele e bambuterapia. Neste sábado (11) acontecerá o encerramento da Semana Rosa, que teve uma intensa programação dedicada à saúde e ao bem-estar da mulher. Para fechar em grande estilo, será realizado o Dia da Beleza, das 10h às 12h, na rua João Pinto, com serviços de maquiagem, corte de cabelo, limpeza de pele e bambuterapia. Também poderão ser feitas doações de cabelos para confecção de perucas que serão entregues ao Cepon.
O evento também terá a presença do Núcleo de Óticas da CDL de Florianópolis, que realizará testes de acuidade visual de graça na população. A expectativa é atender até 300 pessoas. Especialistas também farão ações de conscientização sobre a importância de adquirir óculos e lentes originais, de boa procedência, para evitar malefícios à saúde dos olhos. Após o encerramento, acontecerá a famosa ´Caminhada Outubro Rosa´, na Beira Mar de São José. A concentração será às 14h, em frente a Estátua de São José, com largada às 16h.
Ao longo de seis dias temáticos – Dia da Prevenção, do Estilo, do Bem-Estar, da Nutrição e da Beleza -, milhares de pessoas já passaram pelas principais ruas do centro de Florianópolis para aproveitar a programação da Semana Rosa, uma realização da CDL de Florianópolis, por meio do Núcleo da Mulher Empreendedora, em parceria com a Amucc.
“O movimento foi além das expectativas. Todos estão trabalhando de forma incansável e está sendo uma experiência maravilhosa em nossas vidas. É sensacional ver o retorno do público e o quanto as pessoas querem contribuir com a causa. Até o momento já vendemos quase mil camisetas. Estamos aprendendo mais a cada dia e, com certeza, são lições que levaremos para o próximo ano”, comemorou Sandra Leonardi, coordenadora do núcleo.
Fonte: Jornal Norte da Ilha – 11-10
Contagem regressiva
Patrimônio histórico, o Mercado Público de Florianópolis é referência no Estado e cabe ao poder público municipal o cumprimento do prazo para sua restauração.
Com funcionamento precário desde que foram deflagradas as imprescindíveis obras de reforma, o Mercado Público de Florianópolis entra em cronograma decisivo para o esperado retorno das atividades no início do ano que vem. A contar da assinatura do último aditivo, em julho, a reforma completa da ala sul da construção deve ser entregue à população em 18 de janeiro de 2015. Cabe ao poder público municipal, portanto, o cumprimento do prazo de cem dias previsto pelo contrato para a execução completa dos trabalhos - com a devolução do local aos moradores de Florianópolis e visitantes.
Construído entre o final do século 19 e início do século 20, na esteira de um movimento surgido para tornar a cidade mais moderna e civilizada e que envolveu uma discussão sobre os rumos da organização econômica e coletiva da comunidade, o Mercado se consolidou desde a sua inauguração como um dos patrimônios do município e do Estado de Santa Catarina. Marco que ajuda a contar como a antiga província se desenvolveu e tradicional ponto de encontro até os dias atuais, o espaço na área da Baía Sul deve ser referência não só em termos de políticas públicas para preservação de nossos legados históricos e arquitetônicos, mas também de excelência administrativa.
Não se pode admitir mais que o tempo da iniciativa privada seja tão discrepante em relação ao modus operandi do serviço público. É certo que governantes e servidores estão subordinados a uma legislação muitas vezes anacrônica e que a burocracia tem o poder de emperrar bem-intencionados calendários – certamente o caso da prefeitura de Florianópolis –, mas o desafio é justamente vencer essa letargia e afastar os obstáculos, um a um. Nesse contexto, cabe um parênteses para a defesa sobre as discussões que avançam no país, embora ainda timidamente, sobre a meritocracia e o estabelecimento de metas também nas repartições públicas.
Com a reportagem especial deste sábado, o Diário Catarinense deflagra uma contagem regressiva para ajudar população e poder público no acompanhamento e monitoramento da execução do trabalho de revitalização completa do Mercado. Sem novos atrasos e aditivos.
Fonte: Diário Catarinense – Editorial – 11-10
À espera do novo mercado
Prevista para julho, restauração do prédio histórico de Florianópolis deve ficar pronta após o fim da temporada de verão. Prefeitura já fala em novo aditivo de R$ 3 milhões
Dia 18 de janeiro de 2015, ou daqui a exatos 100 dias. Essa é a data prevista no contrato para a conclusão da reforma do Mercado Público de Florianópolis, em obras desde novembro do ano passado. Mas o prazo não será cumprido e a Capital deve receber os turistas na próxima temporada de verão com um dos seus principais monumentos históricos pela metade.
O prognóstico pouco animador é da própria prefeitura, que, além da extensão do prazo, calcula um novo aditivo no orçamento da obra – desta vez de cerca de R$ 3 milhões. Em abril deste ano, um aditivo de pouco mais de R$ 1,5 milhão já tinha feito a reforma passar de R$ 7,2 para R$ 8,8 milhões.
Firmado em outubro de 2013, o contrato original previa a conclusão das obras até 19 de julho deste ano, mas um aditivo esticou o prazo por mais seis meses. Com a nova modificação no contrato, a atual reforma vai contabilizar três aditivos.
Duas obras anteriores – uma reforma do telhado da ala sul e uma instalação preventiva contra incêndio – no Mercado, também feitas pela JK Engenharia de Obras, tiveram seis e oito aditivos cada. Para o mestre em ciência jurídica e professor de direito administrativo da Univali Natan Ben-Hur Braga, os acréscimos indicam falhas na elaboração dos editais.
– Todas as ações da obra devem estar previstas no edital. Mas não é isso que vemos no Brasil, onde obras chegam a custar o dobro do previsto. Nenhuma obra privada tem tantos acréscimos. Isso é resultado de um edital mal elaborado – diz o professor.
As modificações feitas pelos comerciantes em 86 anos de funcionamento do Mercado Público também se tornaram obstáculo para a agilidade da obra, segundo Dalton da Silva, engenheiro da Secretaria Municipal de Obras e responsável pela fiscalização da reforma. Cerca de 100 caçambas de entulho gerado por obras irregulares já foram retiradas.
Responsável pela elaboração do edital da obra, Dalton afirma que os aditivos são normais em obras complexas como o restauro de um bem tombado.
– Algumas patologias da obra nós só fomos descobrir quando pudemos tirar os mobiliários. Então agora, após analisar a estrutura da ala sul, estamos produzindo mais um aditivo, que deve ser em torno de R$ 3 milhões e estender o prazo de conclusão –disse Dalton, sem precisar a nova data.
Fonte: Diário Catarinense – Sua Vida – 11-10
Patrimônio
Comércio e turismo sentem os impactos. Na última temporada de verão, os mais de 1,5 milhão de turistas que visitaram Florianópolis puderam conhecer apenas parte de um dos símbolos da cidade. A ala norte fechou em novembro para o começo da readequação. Este ano, a ala vizinha estará de portas fechadas. Com a previsão de uma nova prorrogação do prazo de conclusão da obra, o prédio e as torres não devem ficar prontos até março de 2015. No entanto, o presidente da Santur, Valdir Rubens Walendowsky, afirma que isso não deve influenciar no balanço turístico da Capital.
– Sou engenheiro e entendo que uma obra de restauro exige cuidados. É melhor esperar um pouco mais e ter um Mercado Público bem-feito – afirma.
Para a economia do entorno do prédio histórico, a situação é bem diferente. Gerson Appel, diretor da Regional Centro da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), afirma que com o Mercado aberto aumenta o fluxo de compras na região central:
– Com os botecos e as mercearias, os turistas acabam passando mais tempo e gastando mais. Por isso é importante que a obra seja concluída logo – diz Gerson.
A expectativa de Aldonei Brito, presidente da Associação do Novo Mercado, é que pelo menos a ala norte esteja com todos os boxes funcionando até o começo de dezembro.
– Menos da metade dos 76 boxes da ala norte ainda está sendo preparada, mas deve ficar pronta para o verão. Esse processo demora, porque o comerciante tem de ter o projeto aprovado pela prefeitura – explica.
"A prefeitura ainda não informou se vai estender o prazo. Vamos ter uma reunião na próxima quarta-feira e, pelo que vemos do andamento da obra, eles devem avisar que vão entregar a ala sul em março"
Fonte: Diário Catarinense – Sua Vida – 11-10
Aldonei Brito, Presidente da Associação do Novo Mercado
Peixarias instaladas em terminal sofrem queda nas vendas enquanto aguardam fim das obras. São cerca de 300 metros da ala sul do Mercado Público até o Terminal Cidade de Florianópolis, que abriga a estrutura provisória montada em junho para as 10 peixarias que aguardam a conclusão do restauro. Para alguns comerciantes, a distância é o principal motivo para a queda nas vendas.
– No Mercado estávamos mais perto do Terminal de Integração Centro, onde circulam mais pessoas. Infelizmente, elas não vêm até aqui para comprar peixe. Acredito que estamos vendendo menos de 50% da mercadoria hoje – lamenta Vlademir da Luz, proprietário da Peixaria Silveira, que aguarda para ocupar o boxe número 13 da ala em obras.
Outros comerciantes revelam que o prejuízo resultou na demissão de alguns funcionários. Eles esperam que, após a volta ao prédio histórico, possam recontratar os antigos colaboradores. A expectativa não é animadora, informa Aldonei Brito, presidente da Associação do Novo Mercado:
– A Prefeitura ainda não informou se vai estender o prazo. Vamos ter uma reunião na próxima quarta-feira e, pelo que vemos do andamento da obra, eles devem avisar que vão entregar a ala sul em março – diz Aldonei.
Fonte: Diário Catarinense – Sua Vida – 11-10
Livre Mercado
“O maior erro é querer vender tudo a todos”
Oconsultor Eugênio Foganholo, especializado em varejo e bens de consumo, esteve em Joinville na última quarta-feira, a convite da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Em palestra a empresários, destacou que, apesar do atual momento econômico, ainda há capacidade de o consumidor se endividar mais – e o risco de inadimplência, segundo ele, continua preocupante.
Foganholo lembrou que a atividade varejista, ao contrário de outras, é refém de questões macroeconômicas. Quando fatores como nível de emprego, juros e inflação não estão sob controle, influenciam nos negócios em baixa.
O consultor, fazendo coro ao que já vêm pregando outros especialistas, alerta que 2015 será um ano fraco para as vendas e “quem não tiver prejuízo terá lucro”. Ainda assim, defendeu que os empresários podem compensar as baixas tendo características próprias que cativem e prestando mais atenção ao que o cliente quer, ajudando-o a encontrar rapidamente a solução que precisa ao entrar em uma loja. Livre Mercado conversou com Faganholo antes da palestra. Confira os principais pontos.
Pilares
– O comércio sempre é muito dependente dos fatores macroeconômicos. Quando os pilares da macroeconomia (nível de emprego, inflação, câmbio, juros) são sólidos, o varejo consegue melhores resultados. Quando não, issos e reflete, também, nos negócios em baixa.
Consumo
– A fase do consumo como alavanca do Produto Interno Bruto acabou. Estamos num momento em que o consumidor ainda tem, sim, capacidade de se endividar mais. Mas ele não quer. O trabalhador está mais inseguro com o futuro e já não utiliza tão fortemente o crediário. Não há espaço para as lojas aumentarem os prazos de pagamento. O risco de inadimplência é muito alto.
Emprego
– O Brasil vive um período de absoluto pleno emprego. A taxa de desemprego não tem como cair, simplesmente porque quem está fora do mercado de trabalho não pode melhorar. Os cargos vagos, via de regra, estão vagos porque não estão em condições de serem preenchidos. Faltam condições de empregabilidade aos desempregados. É vital o País melhorar a qualidade da educação, mais ainda no nível técnico.
2015
– As vendas vão dar uma “barrigada” em 2015. Vão ficar quase no zero a zero. Haverá uma estabilidade, mas alguns setores vão sofrer mais – o dos veículos, por exemplo. O ramo é um enxugador de recursos da economia. Ao estagnar, libera dinheiro para ser gasto em outros segmentos, nos quais as despesas não são tão elevadas. Estamos como um avião aterrisando com força na pista do aeroporto, com solavancos.
Sobreviver
– Em 2015, não ter prejuízo já terá sido um ganho. Crescer não é mandatório, mandatório é sobreviver. Tem de ter lucro. E ter lucro significa ser relevante para o mercado.
Smartphones
– Produtos ligados à tecnologia vão vender cada vez mais, embora sejam de curtíssimo prazo de validade porque as inovações e novidades surgem rapidamente. É um ciclo de seis meses. Os itens de tecnologia continuarão em alta. Isso se percebe nas grandes redes de varejo. Até elas já destinam espaços para vender estes itens. O smartphone é um instruumento de total interesse dos jovens. O produto permite a eles se relacionarem em redes sociais. Se o mercado de tecnologia está forte, o de confecção está em ritmo bem mais lento. Perdeu a prioridade dos consumidores.
Preço
– Aquele empresário que é “mais ou menos”, aquele que não vai sobreviver no longo prazo, precisa ter um só elemento para vender: o preço menor.
Icônico
– O empresário tem de ser icônico. Ter característica única, um DNA próprio, para não ser facil-mente copiável pela concorrência. Um bom exemplo é o de posto de combustível de estrada sempre com banheiro limpo. Isso atrai mais fluxo de viajantes. O efeito poderá ser o de mais vendas de coisas que o cliente nem quaria quando entrou.
Erro
– O maior erro é querer vender tudo a todos. O mercado do comerciante, necessariamente, é uma parcela do todo. Tem de ter foco. Vivemos numa transição. É preciso o varejista repensar seu negócio. As razões de sucesso de antes já não estão mais presentes hoje. Muito menos estarão presentes amanhã.
Desafios
– O varejo tem desafios a enfrentar, oferecer mix de produtos e preços mais adequados ao consumidor. A visão estratégica do negócio deve passar por três fatores. A primeira pergunta que o empresário deve fazer é: qual é o meu público-alvo? A segunda é: como gostaria que meu consumidor me percebesse? A terceira é: qual vai ser o perfil de atendimento que quero demonstrar?
Lição
– Atentem para um conceito: o foco é do cliente e não foco no cliente. O comércio deve auxiliar o consumidor a abreviar sua estada na loja. Deve ajudar o cliente a encontrar uma solução rápida e simples na hora de comprar. O cliente tem de entender rapidamente a loja e sentir que está sendo acolhido.
Fonte: A Notícia – Claudio Loetz – 11-12 de outubro
Razões para os juros altos no Brasil
Do saldo total das operações de crédito em agosto, de R$ 2,86 trilhões, equivalente a 56,8% do PIB, R$ 1,52 trilhão corresponde a operações com recursos livres e R$ 1,34 trilhão é de crédito direcionado. Esses são os dados mais recentes do Banco Central sobre crédito, relativos ao mês de agosto. A participação do crédito livre no total é de 53,1% e o obrigatório ou direcionado, de 46,55%.
No primeiro grupo estão os clientes, pessoas físicas e jurídicas que contratam empréstimos com recursos que os bancos captam no mercado. Para eles, os juros médios são de 32,2% ao ano e o spread - a margem dada pela diferença entre o que os bancos pagam para o investidor e cobram do tomador - é de 11,2%.
No segundo grupo estão as empresas e pessoas físicas com acesso ao BNDES, aos financiamentos agrícolas e ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Para eles os juros médios são de 8% ao ano e o spread, 2,8%.
Juros de 8% para o crédito direcionado e de 32% para o livre
Importante ressaltar que 41% do crédito direcionado vem das operações com o BNDES; 35% é imobiliário e a agricultura participa com 15%. Os recursos para o crédito direcionado são fiscais, parafiscais (FGTS, FAT), dos depósitos em poupança (que financiam a habitação) e dos depósitos à vista (para a agricultura).
O BNDES, que antes era alimentado prioritariamente pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), tomou impulso com recursos do endividamento do Tesouro que, sobretudo de 2009 para cá, repassou R$ 451 bilhões ao banco estatal. Mais R$ 5 bilhões está tramitando em medida provisória no Congresso Nacional para o banco de fomento este ano.
O Tesouro emite papéis à taxa Selic (11% ao ano) e o BNDES empresta às empresas com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 5% ao ano. A diferença representa subsídios do Tesouro, estimados em R$ 30 bilhões por ano. A maior parte desses subsídios não consta do Orçamento da União, correm à parte dos gastos primários e à revelia do Congresso, a quem cabe discutir e aprovar o Orçamento.
Metade das operações de crédito no Brasil não obedece à taxa básica de juros (Selic) e, portanto, não está sujeita aos efeitos da política monetária do Banco Central. Os juros atuam somente sobre o crédito livre.
O que significa dizer que parte importante das carteiras dos bancos estatais está fora do alcance das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). São regidas por taxas fixas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O resultado desse modelo é que para combater a inflação com a taxa de juros, conforme o regime de metas para a inflação, o esforço do Banco Central tem que ser redobrado. E quem paga a conta dos juros elevados são aqueles que não têm acesso ao BNDES, ao crédito agrícola do Banco do Brasil ou ao financiamento imobiliário da Caixa.
Sem compreender essa anomalia e seus efeitos sobre a demanda não há como discutir a sério as razões pelas quais os juros no Brasil são muito mais elevados do que no resto do mundo. Como a Selic afeta só metade do crédito, seu patamar tem que ser mais alto do que o razoável para conter as pressões inflacionárias. Um dos principais canais pelo qual a taxa de juros reduz a demanda e combate a inflação é o do crédito.
Para se ter a dimensão da expansão do crédito público, o saldo das operações de crédito dos bancos estatais correspondia a 21,4% do PIB em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff. Em agosto de 2014 esse percentual havia subido para 30,1% do PIB. Nas instituições privadas ocorreu o inverso: era 27,7% do PIB em 2011 e caiu para 26,7% do PIB este ano.
Durante a campanha eleitoral do primeiro turno muito se falou sobre a exorbitância dos juros e dos lucros dos bancos no Brasil. O que não se disse é que o assunto é muito mais complexo do que as frases de efeito do debate eleitoral; e, também, que o governo tem parte importante da responsabilidade pelo elevadíssimo custo do capital que penaliza as empresas e o consumidor brasileiro.
O tamanho da taxa Selic, portanto, está intimamente ligado ao da TJLP, congelada em 5% ao ano desde janeiro de 2013. O próximo presidente da República não escapará de uma decisão para reduzir o volume dos subsídios ao crédito e já há sinais claros de que isso ocorrerá.
A abundância de financiamento subsidiado do BNDES para algumas empresas não aumentou a taxa de investimento da economia, que decresceu para apenas 16,5% do PIB no segundo trimestre do ano, nem produziu companhias competitivas para concorrer no mercado externo, as tais "campeãs nacionais" que o governo quis estimular.
Do lado de Aécio Neves, candidato pelo PSDB, a posição está clara no seu programa e nas declarações do economista Arminio Fraga, já escolhido para ministro da Fazenda caso o tucano vença as eleições.
A proposta é impor critérios rigorosos para a concessão de créditos subsidiados, desde que sejam justificáveis pelos seus impactos distributivos ou no caso em que o retorno social supere o privado. Na visão de Arminio, a farta distribuição de subsídios para empresas é regressiva do ponto de vista da distribuição da renda.
O economista Nelson Barbosa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, também elaborou uma proposta para o eventual governo do PT, caso Dilma Rousseff ganhe um segundo mandato. Ele defende a elevação gradual da TJLP para a taxa de crescimento esperada do Produto Interno Bruto (PIB) nominal dos próximos quatro anos. No prazo de dois anos a taxa de longo prazo convergiria para o crescimento nominal do PIB estimado para o período de 2015 a 2018, de cerca de 8% conforme expectativas de mercado.
Para construir uma nova política econômica que preserve a estabilidade fiscal e a solvência do setor público, o próximo governo terá que atacar tanto os desequilíbrios entre receitas e despesas primárias quanto os do orçamento financeiro, inflado nos últimos quatro anos por uma gestão do Tesouro Nacional que tentou resolver todas as demandas públicas com emissão de dívida.
Diminuir o custo de carregamento dos empréstimos do Tesouro aos bancos públicos e recuperar a capacidade do governo de produzir superávit primário são duas medidas relevantes para a queda futura da taxa Selic. Com crescimento, essa tarefa será mais fácil.
Fonte: Valor Econômico – 11-10
Para 77% dos brasileiros, cortar imposto reduz desigualdade
Para 68% dos brasileiros, a desigualdade é um grande problema, mas parte ainda mais expressiva da população (77%) acredita que reduzir impostos é o melhor meio para assegurar menor distância entre ricos e pobres, segundo pesquisa do Pew Research Center divulgada hoje. O levantamento ainda mostrou que os brasileiros estão entre os mais otimistas com o futuro da próxima geração, embora a confiança tenha recuado nos últimos 12 meses.
O percentual dos que consideram a diferença entre as faixas de renda um problema relevante no Brasil é maior do que a média dos países emergentes (60%) e avançados (56%). O principal "culpado" pela desigualdade, segundo 29% dos entrevistados, na média global, são as políticas governamentais, seguida pela diferença de salários (23%).
No Brasil, essa relação se inverte. Com as políticas sociais adotadas nas últimas décadas, apenas 21% dos brasileiros atribuem a desigualdade ao governo. Já 44% consideram que a principal razão para a distância entre ricos e pobres está na diferença de remuneração dos trabalhadores. Para 19% dos brasileiros, o sistema educacional é relevante para explicar a diferença de renda na sociedade, percentual mais alto do que na média global (10%).
Por outro lado, parte expressiva dos brasileiros (77% dos entrevistados) considera que reduzir impostos para empresas e os mais ricos poderia induzir o investimento e o crescimento e, assim, diminuir a desigualdade. Apenas 18% consideram que aumentar impostos para esses dois grupos, para financiar programas sociais, poderia reduzir essas diferenças.
Os percentuais são bem diferentes do observado na média dos países emergentes, entre os quais 40% apoiam redução de imposto, contra 31% que avaliam que a redução de tributos poderia ser mais efetiva para lidar com a questão.
Além da distribuição de renda, o Pew também pesquisou as perspectivas da população para os próximos anos, e observou forte diferença entre desenvolvidos e emergentes. Segundo o levantamento, nos 25 países emergentes pesquisados, 50% da população espera que as crianças tenham condições financeiras melhores do que as experimentadas pela geração atual, enquanto 25% avaliam que o quadro tende a piorar nos próximos anos. O Brasil está entre os mais otimistas neste conjunto, já que 72% estão mais otimistas com o futuro, embora nos últimos 12 meses a confiança tenha caído sete pontos percentuais.
Já nos países desenvolvidos, o cenário é mais adverso. Apenas 28% dos entrevistados esperam que os jovens cresçam em um ambiente financeiro mais favorável, contra 65% que esperam piora das condições, na média. Segundo o relatório, de maneira geral o maior ou menor grau de otimismo está ligado ao desempenho recente da economia, na avaliação dos pesquisadores.
O levantamento foi realizado em 44 países, com 48.643 entrevistados entre os dias 17 de março e 5 de junho deste ano. No Brasil, foram 1.003 entrevistas.
Fonte: Valor Econômico – 11-10
Mesmo com economia fraca, cresce venda de moda na web
O comércio eletrônico de roupas, calçados e acessórios, responsável por cerca de 3% da receita do varejo de moda no país (R$ 3,8 bilhões), é um dos únicos segmentos do comércio eletrônico que ainda crescerá a taxas superiores a 30% ao ano, de acordo com estudo da consultoria McKinsey. "A tendência para o segmento é continuar ganhando espaço, sobretudo com a entrada de varejistas tradicionais de moda", disse Manuela Artigas, sócia da McKinsey.
O varejo on-line como um todo cresceu 26% no primeiro semestre, para R$ 16 bilhões, segundo a e-bit. O varejo on-line de moda e acessórios respondeu por 18% dos pedidos na web e cresce 40% ao ano, enquanto o varejo de moda como um todo registrou queda de 1,3% entre janeiro e julho, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
A consultora observou que 40% dos 95 milhões de internautas no país já compraram itens de moda pela internet. "As vendas on-line representam 3% do varejo de moda no Brasil, mas nos Estados Unidos, respondem por 10% do mercado. Ainda há um grande potencial de expansão", disse Manuela. Em sua visão, a competição tende a crescer à medida que varejistas tradicionais veem benefícios em ter loja própria na internet e redobram investimentos na área.
Vendas on-line crescem 40% ao ano, enquanto o varejo tradicional acumula queda de 1,3% neste ano, até julho.
A C&A, maior varejista de moda no país em receita, segundo a Euromonitor, prepara-se para lançar seu site de comércio eletrônico. "O plano é lançar o site em breve", afirmou Paulo Correa, vice-presidente comercial da C&A, sem dar mais detalhes sobre o projeto.
A Renner, segunda varejista de moda, tem operação on-line há quatro anos e espera atingir o equilíbrio financeiro da operação no fim deste ano. "O percentual de crescimento na internet é relevante e, pela evolução das vendas, a loja virtual pode se tornar a maior unidade da empresa no curto prazo ou médio prazo", disse Paulo Soares, diretor de operações das Lojas Renner. A Renner tem como meta fazer com que o site gere 5% da receita total até 2020.
A Riachuelo, terceira do setor, ainda não possui loja virtual e preferiu não comentar sobre o tema.
A Lojas Marisa, quarta maior empresa do setor, começou a desenvolver sua loja virtual no fim de 2013. Segundo a companhia, o site responde por cerca de 1% das vendas, mas a expectativa é que esse canal de vendas e as vendas diretas respondam por 10% a 15% da receita da Marisa no longo prazo.
A Cia. Hering, por sua vez, tem a operação mais antiga na internet, com seis anos de experiência. Ronaldo Loos, diretor comercial da Hering, disse que a operação ainda é pequena, tendo movimentado R$ 22 milhões em 2013, com crescimento de 16,8%. "Há um grande potencial de expansão na internet, mas a companhia ainda sofre limitação de recursos tecnológicos", disse. Loos acrescentou que a Hering reforçou investimentos para reformular a operação na internet e a previsão é apresentar as novas versões das lojas virtuais em breve.
Gastão Mattos, conselheiro da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), ponderou que parte do consumo em lojas físicas migrou para a internet, o que favoreceu até agora empresas que já nasceram on-line, como Dafiti e Netshoes. Apesar da entrada tardia, a ida das varejistas à web ainda pode ser vantajosa. "O segmento tem um potencial muito grande de crescimento. O bolo cresce e há espaço para novas competidoras", afirmou Mattos.
Enquanto as varejistas tradicionais aceleram investimentos na internet, as grandes companhias on-line se capitalizam para fazer frente à concorrência nacional e à chegada de chinesas como o Alibaba.
A Dafiti se uniu em setembro a outras quatro varejistas on-line para formar a Global Fashion Group (GFG), criando uma empresa on-line com US$ 520 milhões em vendas, 4,6 milhões de clientes ativos e atuação em 23 países. Philipp Povel, presidente da Dafiti, disse que o comércio eletrônico exige investimentos altos e grande conhecimento de tecnologia. E, devido à forte concorrência, o setor tende a se consolidar para ganhar escala e reduzir custos.
"É muito difícil conseguir uma boa escala de vendas com uma marca. Por isso, o mais comum é varejistas tradicionais levarem suas marcas para shoppings virtuais, ou montar lojas com infraestrutura nossa, ou de uma concorrente", afirmou Povel. Atualmente, a Dafiti possui 30 lojas de marcas no Brasil. A Dafiti não divulga projeções de resultados financeiros, mas informou que cresce de maneira sustentável. Em meses recentes, a Dafiti trocou de sistema operacional, o que impactou "um porcentual dos clientes". Mas, segundo a empresa, a troca de sistema já foi concluída e a Dafiti agora tenta solucionar problemas (como atrasos na entrega de mercadorias) que os consumidores enfrentaram durante a mudança de tecnologia.
A Netshoes recebeu em maio deste ano um aporte de US$ 170 milhões do fundo soberano de Cingapura (GIC) e estuda uma possível abertura de capital. Procurada pelo Valor, a empresa informou que estava sem porta-voz.
Fonte: Valor Econômico – 11-10
FGV: Alimentos mais caros elevam inflação da baixa renda em setembro
O fim da queda nos preços dos alimentos de agosto para setembro levou à alta de 0,46% no Índice de Preços ao Consumidor –Classe 1 (IPC-C1), que apura a percepção de inflação entre famílias de menor poder aquisitivo, com ganhos mensais até 2,5 salários mínimos. O indicador ficou estável em agosto. O grupo alimentos e bebidas passou de queda de 0,03% para alta de 0,49% no período.
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) André Braz comentou que a evolução do indicador até setembro mostra que a inflação entre os mais pobres deve encerrar o ano abaixo da inflação média para todas as faixas de renda.
O IPC-C1 acumula alta 6,53% em 12 meses até setembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que apura a inflação percebida entre famílias com ganhos até 33 salários mínimos mensais, tem taxa acumulada de 6,97% para o mesmo período.
Braz explicou que os preços dos alimentos subiram menos este ano. Isso tem influenciado o IPC-C1 em 12 meses de forma favorável, visto que esses produtos representam 32% dos gastos das famílias mais pobres. “Qualquer movimento no preço dos alimentos tem mais impacto no IPC-C1 do que no IPC-BR. Neste, os alimentos representam 25% dos gastos do consumidor”, afirmou.
Outro aspecto mencionado pelo especialista foi a evolução da inflação de serviços, que permanece estacionada na faixa entre 8% a 9% ao ano há mais de quatro anos. No IPC-BR, esse segmento representa quase um terço das despesas das famílias. “Mas no IPC-C1 o peso dos serviços é bem menor. Portanto, a alta da inflação dos serviços, percebida hoje, não tem impacto tão expressivo no indicador”, afirmou.
Ele comentou porém que, embora o IPC-C1 deva se posicionar abaixo do IPC-BR este ano, o patamar anual do indicador em 2014 ficará acima do observado em 2013, quando o índice fechou o ano com alta de 4,97%.
Fonte: Valor Econômico – 11-10
Seguro-desemprego só poderá ser pedido pela internet a partir de 2015
A partir de 1º de abril de 2015, os pedidos de seguro-desemprego terão de ser feitos apenas pela internet.
A medida consta de resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) publicada no "Diário Oficial da União" desta sexta-feira (10/10).
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a medida visa "modernizar a gestão pública na adoção de procedimentos que se traduzem em agilização, segurança da informação e controle para o seguro-desemprego".
A resolução obriga as empresas a usarem o aplicativo Empregador Web no portal Mais Emprego para preenchimento de requerimento de Seguro-Desemprego (RSD) e de Comunicação de Dispensa (CD) ao Ministério do Trabalho e Emprego.
O uso do Empregador Web no portal Mais Emprego permite o preenchimento do Requerimento de Seguro-Desemprego/Comunicação de Dispensa, de forma individual ou coletiva, mediante arquivo de dados.
Os empregadores terão acesso ao Empregador Web no portal Mais Emprego.
Os formulários Requerimento de Seguro-Desemprego/Comunicação de Dispensa (guias verde e marrom) impressos em gráficas serão aceitos na rede de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego até o dia 31 de março de 2015.
Hoje, para pedir o seguro-desemprego é preciso comparecer a uma delegacia regional do trabalho, nas agências credenciadas da Caixa ou solicitar no sistema nacional de emprego.
A lista de documentos necessários pode ser encontrada neste link.
A nova medida não altera nada para o trabalhador que for demitido sem justa causa. Ele receberá normalmente a guia para dar entrada no seguro-desemprego. A diferença é que, a partir de abril de 2015, essa guia será preenchida através do aplicativo do MTE.
Quem tem direito ao benefício
Têm direito ao seguro os trabalhadores desempregados que tiverem sido demitidos sem justa causa. Aqueles que trabalharam com carteira assinada entre 6 e 11 meses nos últimos três anos têm direito de receber até três parcelas do seguro. Quem trabalhou de 12 a 23 meses no período pode receber até quatro parcelas.
Já quem esteve empregado com registro por mais de 24 meses nos últimos três anos pode receber até cinco parcelas do seguro-desemprego.
Quanto é
O trabalhador cuja média dos últimos salários anteriores à demissão for de até R$ 1.151,06 tem direito a um seguro-desemprego equivalente a 80% da média. Ou seja, quem tiver média salarial de R$ 1.000, receberá R$ 800 de benefício. O seguro não pode ser inferior ao salário-mínimo (R$ 724). Se a média for de R$ 1.151,06, o benefício será de R$ 920,85.
Para aqueles cuja média dos três últimos salários seja de R$ 1.151,07 a R$ 1.918,62, a fórmula muda. O benefício será de R$ 920,85 mais 50% da diferença entre a média salarial do trabalhador e R$ 1.151,06.
Um trabalhador com média salarial de R$ 1.500, por exemplo, irá receber R$ 1.095,32 de seguro-desemprego.
Quem tiver média dos três últimos salários anteriores à demissão superior a R$ 1.918,62 terá direito a um seguro-desemprego fixo de R$ 1.304,63
Fonte: Folha de São Paulo – 11-10