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Clipping Diário 10/11/2013

Publicado em 10/11/2013
Clipping Diário 10/11/2013

Comprar para não usar Metade dos brasileiros admite que já pagou por algo que deixou guardado no armário Algo inofensivo como uma vitrine pode ser mais perigoso do que parece. Em vez de uma peça, o guarda-roupa fica cheio de produtos ainda com etiquetas. Aquele utensílio que não era necessário ganha status de essencial, mas depois vai para o armário. Se você acha que se encaixa neste perfil, saiba que não está sozinho. Metade dos brasileiros já comprou algo pelo impulso, mas não chegou a usar. Os dados são da pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De cada dez entrevistados, seis (62%) assumiram que antes mesmo de receber o salário já pensam nas compras supérfluas que farão no mês seguinte. O vício da estagiária de jornalismo Gerusa Florêncio começou há três anos. Depois de comprar um esmalte, não parou mais. Hoje tem cerca de 300 unidades, o que dá para abrir uns dois ou três estabelecimentos de estética. – Geralmente eu recebo e já vou correndo na loja. Eu sei que é um vício. Alguns itens eu já comprei há um ano e nunca usei. Teve uma época em que cheguei a comprar 20 ou 30 esmaltes por mês – conta. Apesar de reconhecer que gasta demais, Gerusa sempre renova o estoque. Mas agora ela procura liquidação. Para ter um salão de beleza completo, batons não podem faltar. A estudante tem aproximadamente 60. – Tem uma vez que fui comprar uma camisa e adquiri uma jaqueta e uma calça. Acho que acontece com toda mulher.   Sem extrapolar o orçamento   O consumo é influenciado por variáveis além da pura necessidade de uso. Com isso, muitas pessoas compram bens porque foram influenciadas por comerciais, marketing, grupos de amigos ou pessoas influentes e famosas. O economista Guilherme de Moura, professor na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que esse tipo de consumo é normal e não deve gerar preocupação se não extrapolar o orçamento. – Compras por impulso ou apenas para ostentar e seguir tendências podem ser criticadas, mas não há nada intrinsecamente errado. O principal perigo de comprar por impulso é justamente o efeito sobre o orçamento destas despesas supérfluas – explica. Na opinião do economista, antes de realizar a compra é sempre interessante pensar no uso real do bem, onde ele será utilizado, em quais ocasiões e se realmente precisamos dele. Além disso, o controle orçamentário é fundamental para evitar endividamento. Fonte: Diário Catarinense – Economia – 10-11   Controle de gastos começa na infância A psicóloga Dulce Helena Penna Soares, orientadora profissional e financeira, destaca que o consumo começa na infância e por isso é preciso educar os gastos nessa fase. – Falar sobre finanças está mais sigiloso do que falar sobre sexo – observa. A especialista defende que o consumo ocupa um lugar de afeto e que o dinheiro preenche o espaço do convívio com outras pessoas. – Ninguém mais tem tempo para nada. Trabalha-se muito e conversa-se pouco. Segundo Dulce, se a pessoa tem prazer em comprar e não fica endividada não há nada de errado. O problema é o prejuízo. Para evitar que isso ocorra, ela indica os cursos de orientação e educação financeira. – A orientação vai trabalhar os aspectos mais psicológicos. Fonte: Diário Catarinense – Economia – 10-11  

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