Clipping Diário - 07/05/2014
Publicado em 07/05/2014
Clipping Diário - 07/05/2014
Falta acordo para mudar o Simples Empresários de micro e pequenas empresas ficaram frustrados mais uma vez, ontem, com nova postergação na votação das mudanças do Simples nacional. A Fecomércio-SC apresentou aos deputados catarinenses, ontem, o pleito de rejeição ao novo acordo do projeto, intermediado pelo Confaz. A entidade pediu aos deputados a manutenção do acordo estabelecido ainda no ano passado, consolidado no relatório final da Comissão Especial do tema. Temem mais arrocho ao segmento. Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 07-05 Impostômetro igual a 2013 O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo atingiu R$ 600 bilhões de arrecadação ontem, por volta das 16h. Como a marca é igual a do ano passado no mesmo dia, significa que a arrecadação de impostos parou de crescer no país. É a primeira vez que isso ocorre desde 2009 e mostra que o governo terá dificuldades para pagar contas. Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti – 07-05 Unimed terá de manter convênios Os quatro laboratórios que teriam a prestação de serviços suspensa conseguiram na Justiça direito de continuar atendendo Suspensos ontem, os atendimentos nos laboratórios Santa Luzia e Sonitec Diagnósticos Médicos por Imagem via Unimed Grande Florianópolis terão de ser restabelecidos. Também está cancelado o descredenciamento dos estabelecimentos Exame e Biomédico, previsto para o dia 20. Uma liminar concedida ontem à noite pelo juiz da 2ª Vara Cível da Capital, Humberto Goulart da Silveira, obriga a cooperativa a restabelecer o vínculo com as clínicas a partir do momento em que for notificada. A rescisão dos contratos havia ocorrido em 30 de abril e a suspensão da prestação de serviços foi iniciada ontem para duas das quatro empresas afetadas. A alegação da Unimed é de que as partes não teriam entrado em consenso durante o processo de discussão do novo convênio. O impasse entre a cooperativa e os quatro laboratórios será o principal assunto de uma reunião hoje pela manhã no Procon da Capital. A intenção do órgão de defesa do consumidor é cobrar explicações de como será feito o atendimento caso as empresas não façam mais parte do grupo de prestadores de serviço da Unimed. A orientação do assessor técnico do Procon, Marcos Antonio Rosa, é para que as pessoas que se sentirem lesadas pela Unimed procurem o órgão para fazer a reclamação. – A preocupação é no geral. Queremos saber que tipo de serviço será prestado e como a Unimed vai atender a demanda – explicou Rosa. A afirmação das empresas é que a Unimed rompeu os contratos sem motivos. O Grupo Santa Luzia – que contempla os laboratórios Santa Luzia, Exame e Biomédico – informou que a cooperativa teria enviado uma notificação em 4 de março deste ano afirmando não ter mais interesse na continuidade da prestação dos serviços prestados. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 07-05 A versão da cooperativa A superintendente da Unimed Grande Florianópolis, Márcia Regina Ghellar, reafirmou ontem ao DC que a falta de acordo entre a cooperativa e as empresas foi responsável por gerar a rescisão dos contratos. – Não houve acordo nas negociações e realmente notificamos o fim do contrato. Porém, depois disso, por intermédio de um cooperado, reabrimos as negociações – garantiu. As discussões continuaram até 30 de abril quando, conforme a Unimed, as empresas informaram através de ofício que haviam desistido do acordo. Via assessoria de imprensa, ontem à noite, a cooperativa informou que só se manifestará sobre a liminar judicial que a obriga a manter o convênio com os laboratórios quando for notificada oficialmente. Por isso, indica que os clientes dos laboratórios entrem em contato com a Unimed antes de procurar as empresas envolvidas no impasse. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 07-05 Briga de titãs O real motivo da disputa entre a Unimed e os laboratórios Santa Luzia e Sonitec é um só: comercial. Os números dos valores pagos pela cooperativa às empresas são guardados a sete chaves, mas sabe-se, por exemplo, que 70% dos cerca de 30 mil exames laboratoriais autorizados a cada mês são realizados no Santa Luzia. A Unimed tem 240 mil associados na região. * * * A Unimed alega que o custo com o Santa Luzia e Sonitec é maior do que o de outros laboratórios que oferecem a mesma estrutura e certificação. De maneira unilateral, tentou romper o contrato. Só não contava com a reação dos usuários da estrutura oferecida pelos laboratórios. O primeiro round se deu na Justiça, com liminar determinando a retomada do convênio com os laboratórios. A briga só começou. Fonte: Diário Catarinense – Visor – 07-05 Celesc recebe novo socorro para cobrir custo de energia Parcela de R$ 160 milhões é parte de empréstimo feito pela Câmara de Energia Elétrica para cobrir custo de termelétricas Como medida para conter o repasse do preço da energia aos consumidores, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) confirmou ontem o repasse de uma segunda parcela do empréstimo R$ 11,2 bilhões às distribuidoras brasileiras. A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) irá receber R$ 160 milhões dos R$ 3,3 bilhões anunciados ontem. De acordo com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, os recursos irão cobrir principalmente a compra de energia termelétrica. – Ainda temos outros recursos a receber – disse Cleverson Siewert, presidente da Celesc. De acordo com ele, cerca de R$ 560 milhõs foram repassados à estatal catarinense este ano. Em fevereiro, uma ajuda de R$ 66 milhões em recursos do Tesouro Federal foi liberada para cobrir o custo de compra de energia de janeiro. A primeira parcela do empréstimo contratado pela CCEE e repassada à Celesc foi de R$ 333 milhões. O “buraco” no orçamento da Celesc é da ordem de R$ 1,1 bilhão, diz Siewert. A primeira parcela do empréstimo de R$ 11,2 bilhões contratado pela CCEE já foi utilizada na liquidação da compra de energia de curto prazo pelas distribuidoras. A CCEE é uma empresa sem fins lucrativos que faz a contabilidade e a liquidação financeira das compras e vendas de energia no setor elétrico. O custo adicional a ser equacionado pelas distribuidoras de energia até o fim do ano deve ficar em torno de R$ 2,4 bilhões após o leilão A-0 e o empréstimo de R$ 11,2 bilhões intermediado pela CCEE junto a um sindicato de bancos. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite. O leilão de energia realizado no último dia 30 contratou 85% das necessidades totais de 2,4 mil megawatts (MW) médios das distribuidoras. Com isso, Leite avalia que o custo que seria de R$ 10 bilhões cai a R$ 1,5 bilhão até dezembro. Antes do leilão as empresas vinham recorrendo ao mercado à vista para comprar a diferença da energia descoberta ao preço de R$ 822 o MW/h, o que provocou um rombo no nas empresas. O cálculo da Abradee leva em conta a diferença entre o preço médio de R$ 268 contratado no leilão e a tarifa de energia. ___________ R$ 160 milhões é o valor da segunda parcela do empréstimo repassado à Celesc R$ 3,3 bilhões é o valor total anunciado ontem pela CCEE às distribuidoras R$ 11,2 bilhões é o valor total do empréstimo feito pela CCEE para as distribuidoras Fonte: Diário Catarinense – Economia – 07-05 Governo admite risco de racionar Pela primeira vez, integrantes do governo federal admitiram ontem que o Brasil poderá ser obrigado a racionar energia. Mesmo destacando que este não é o cenário de agora, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, e o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chip, admitiram que, caso haja necessidade, os responsáveis pelo setor não deixarão de recomendar cortes obrigatórios no consumo. – Estamos acompanhando diariamente (o nível dos reservatórios) para que, se necessário, tomar as medidas. Tem de ficar claro que ninguém vai se furtar a tomar alguma medida, seja de indicação de campanha de racionalização, seja de racionamento, se necessário for – afirmou Tolmasquim. O que preocupa quem planeja o abastecimento no dia a dia e no futuro imediato é a redução contínua no nível dos reservatórios, sem sinal de recuperação. No sistema Sudeste/Centro-Oeste, onde se concentram 61,44% da capacidade de geração de energia do país, está a situação mais grave. O presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, engrossou o coro das autoridades do setor de que não é mais possível fazer discursos tranquilizadores: – Tem de encarar. Não tem o que fazer. Não vamos conseguir fazer chover, né? – disse Rufino. Fonte: Diário Catarinense – Economia – 07-05 Ebay começa a vender no Brasil O site de compras online eBay lançou oficialmente operações no Brasil. Agora o site e aplicativos estão disponíveis totalmente em português. Para concorrer com e-commerces brasileiros, o eBay incluiu o Brasil no programa de entregas global, o que evitará a taxa de 60% de impostos. O prazo de entrega também deve diminuir de 30 dias, para uma semana. Fonte: Diário Catarinense – Economia – 07-05 “Meta é atingir 1 milhão de empreendedores” O Facebook é uma importante ferramenta de marketing digital e isso não é novidade para ninguém. Prova disso é que no Brasil são mais de 2 milhões de páginas de pequenas e médias empresas na plataforma. Para auxiliar os empreendedores a alavancar a presença na rede, o Facebook criou uma parceria com o Sebrae. Uma das iniciativas em conjunto é o “1º Summit Florianópolis – Facebook para pequenos negócios”, que ocorreu ontem na Capital. O evento teve como meta mostrar as ferramentas da plataforma para geração de negócios. Em entrevista ao Diário Catarinense, Fernanda Tosta, gerente de negócios para PMEs do Facebook Brasil, falou sobre parceria, que tem como meta atender 1 milhão de empreendedores brasileiros. Diário Catarinense – Como funciona a parceria do Facebook com o Sebrae? Fernanda Tosta – Há cinco meses a gente conversa com o Sebrae e a parceria comporta quatro pilares. A Feira do Empreendedor é um deles, onde temos um estande e participamos com algumas palestras. Também estamos trabalhando em parceria com o Sebrae no Summit que vai circular por 12 cidades brasileiras. Então a gente ensina qual a melhor forma de utilizar a ferramenta sem ter muito gasto com isso. A gente mostra ainda como ter mais interação com o público dentro da plataforma, que hoje é mais vista como geradora de negócio do que como plataforma de relacionamento. Hoje, oito em cada 10 internautas brasileiros estão no Facebook. O terceiro pilar é o eLearn, que vai ser lançado até o final desse mês, uma ferramenta fácil para treinar como criar página, anúncio e com dicas de melhores práticas. E temos ainda os multiplicadores do Sebrae, que vamos treinar para dar suporte aos empreendedores interessados em ter o negócio no Facebook. DC – Qual a meta do Facebook com esse projeto? Fernanda – As pessoas sabem que o Facebook existe, mas a gente pode ajudá-las a melhorar o negócio dentro da plataforma. A nossa ideia é atingir 1 milhão de empreendedores no Brasil. DC – De que forma o Facebook alavanca os negócios? Fernanda – O consumidor está no Facebook e o empreendedor consegue falar com ele. Esse é o grande valor da plataforma, a segmentação. E quando você entende qual o seu negócio e o seu público, você realmente consegue falar com ele. O mais importante é direcionar a mensagem. DC – Então, mesmo com uma estrutura enxuta é possível uma pequena empresa impulsionar as vendas pelo Facebook? Fernanda – Sim, é possível porque Facebook é uma plataforma self-service. Com capacitação, realmente consegue fazer isso e não precisa de uma equipe gigante para ter seu negócio na plataforma. Você consegue fazer isso com com recurso e investimento menores, mas com qualidade. 2 milhões de pequenos negócios têm páginas no Facebook brasileiro Fonte: Diário Catarinense – Economia – 07-05 Abertura no fim de semana lidera enquete Pelo menos 11 mil pessoas já votaram na enquete feita pela prefeitura de Florianópolis para sugerir quais as melhores opções de horário para funcionamento do Mercado Público no final de semana. A consulta fica online até dia 23 de maio. Na primeira semana de enquete no site da prefeitura, a grande maioria quer que o Mercado Público fique aberto das 8h às 18h no sábado (60,26% dos votantes) e das 9h às 14h no domingo (73,06% dos votantes) até as 18h30min de ontem. A consulta não vai dar uma definição de qual o horário de funcionamento do fim de semana. Os resultados serão usados para uma futura discussão entre prefeitura e comerciantes para que se reformule o regulamento de funcionamento do Mercado Público. Na mesma enquete é possível dar sugestões sobre o funcionamento. No fim da votação a prefeitura divulgará alguns dos temas enviados pelos internautas na consulta online. Hoje o regulamento do Mercado Público impede o funcionamento em domingos e feriados, além de restringir o horário de abertura dos boxes nos sábados entre 8h e 15h. Fonte: Diário Catarinense – Geral – 07-05 Telefonia lidera ranking de reclamações no Procon Empresas de telefonia e financeiras lideraram a lista de reclamações do Procon no segundo semestre do ano passado divulgada ontem. Entre julho e dezembro, 1.243 processos foram finalizados pelo órgão. Do total, apenas 65 ficaram sem solução e outros 874 processos seguem tramitando. No topo dos grupos com mais problemas está a telefonia fixa, com 321 reclamações formais. Questões financeiras ficaram em segundo lugar (614). Seguem entre os campeões de processos a telefonia móvel (296) e compras e serviços feitos por meio da internet (282). Fonte: Jornal de Santa Catarina - Economia – 07-05 Tombini: setor de varejo tem andado à frente do PIB O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que setor de varejo no Brasil tem andado à frente do PIB nos últimos anos e que há algumas razões, como o emprego estável e o aumento da renda, para que consumo continue forte. "Temos que consolidar o processo da inclusão de 35 milhões de pessoas no consumo", disse. "Estamos militando no sentido de preservação", afirmou. Segundo Tombini, o fato de estimular o consumo não significa abrir mão de investimentos. "Não precisa matar o consumo para incentivar o investimento. Precisamos rebalancear investimentos e consumo sem matar a galinha dos ovos de ouro", reforçou. Tombini afirmou que o potencial de crescimento do País pode subir de 1,5 a 2,0 pontos porcentuais se os investimentos no Brasil forem feitos "de forma inteligente", sobretudo para atacar os gargalos em infraestrutura. Ele enfatizou que o governo tem um papel importante em atuar para defender a estabilidade da economia, o que dará um cenário de previsibilidade para a ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo do País (FBCF). "O que o setor público deve e pode oferecer é a estabilidade", destacou Tombini. "Quanto mais estabilidade o governo puder oferecer à economia, melhor para o empresariado", disse. O presidente do BC destacou que o governo está trabalhando para que o aumento dos investimentos do setor privado, que são responsáveis pela maior parte do cerca de R$ 1 trilhão que é aplicado no País para o incremento da FBCF. Crédito O presidente do BC disse ainda que o fato de o crédito não crescer mais a taxas de 25% a 30% ao ano não é ruim. "A previsão é de crescimento de 13% do crédito neste ano, que é um crescimento sustentável, uma desaceleração necessária", afirmou. Tombini deu as declarações durante palestra promovida pela Câmara Brasil-Israel, em São Paulo. (Ricardo Leopoldo - ricardo.leopoldo@estadao.com e Carla Araújo - carla.araujo@estadao.com) O presidente do Banco Central também fez uma defesa enfática da autonomia da instituição. "O BC que não tem autonomia para trabalhar não vai desempenhar seu papel", destacou. "Sem autonomia, BC não consegue avançar, seja ela ''de jure'' ou ''de facto''", destacou. "Tem que haver uma autonomia. Se é ''de jure'' ou ''de facto'' é outro debate", ponderou. Ele fez os comentários em evento que celebra os 55 anos da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, que ocorre em São Paulo. (Ricardo Leopoldo e Carla Araújo - ricardo.leopoldo@estadao.com e carla.araujo@estadao.com) Fonte: O Estado de São Paulo – 07-05 Vendas a prazo no varejo caíram 4,42% em abril, diz SPC As consultas ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em abril apresentaram queda de 4,42% em relação ao mesmo período no ano passado. O índice, que reflete a atividade do comércio para compras parceladas no varejo, é o pior resultado da série histórica, que teve início em janeiro de 2012. No acumulado do quadrimestre, as vendas a prazo apresentam queda de 1,12%, em relação ao mesmo período de 2013. De acordo com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o SPC, "o resultado é consequência do desaquecimento da economia como um todo, influenciado principalmente pela escalada dos juros, pela inflação no limite da meta e pelo menor crescimento da renda do trabalhador". Em comparação com março, as vendas a prazo no varejo apresentaram alta de 1,54%. O SPC Brasil explica que as vendas tradicionalmente crescem menos em abril, já que em março costumam apresentar alta de mais de 10%. Porém, o crescimento em março foi de 4,18%, e por isso, a alta verificada em abril não representa necessariamente uma retomada do crescimento das vendas, segundo o SPC Brasil. Fonte: O Estado de São Paulo – 07-05 O começo de uma segunda carreira A profissionalização da gestão que levou empresas a adotar boas práticas de governança corporativa, seja para abertura de capital ou para atrair novos investidores, estimulou o crescimento de um mercado que até pouco tempo atrás era pequeno, mal remunerado e gozava de pouco prestígio. Hoje, ser conselheiro de empresas se tornou uma opção atraente para muitos executivos que pensam em uma segunda carreira, especialmente os Chief Executive Officer (CEOs). As diferenças de papéis e de responsabilidades entre essas duas funções, no entanto, fazem com que o caminho para integrar um conselho de administração exija outras qualidades e habilidades de quem almeja o cargo, mesmo se tratando de um alto executivo. Saber influenciar construindo consenso, liderar pessoas que são pares, buscar informação confiável e tolerar ambiguidades, além de ter competências emocionais, humildade no ponto certo e autoconfiança são algumas delas, na opinião de Sergio Averbach, presidente da consultoria em recrutamento de executivos Korn Ferry América do Sul. Os conselhos são órgãos colegiados em que seus membros são indicados e nomeados para representar os diferentes acionistas e defender os interesses da empresa. Normalmente são discretos e costumam ser muito lembrados em casos de decisões polêmicas ou escândalos, como o da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras. Seus integrantes são escolhidos para períodos de um a três anos, tempo suficiente para que as características desejadas em cada um se adaptem aos novos cenários econômicos e às estratégias mercadológicas da companhia. Atualmente, o perfil ideal é de alguém com foco no aumento da receita de vendas, na inovação, com menos preocupação em aumentar a participação de mercado e mais em identificar e desenvolver novos mercados, segundo Averbach. “Um CEO de reputação sólida e resultados inquestionáveis pode estar bem posicionado para isso. Quem não teve esta experiência, precisa desenvolver as competências rapidamente”, alerta. Apesar da sua expansão, do ponto de vista de amadurecimento de mercado, o Brasil ainda está engatinhando nessa seara. Somente os grandes grupos brasileiros ou aqueles com ambição de serem de classe mundial têm conselhos. Estima-se que 25% das empresas brasileiras listadas na bolsa de valores seguem o modelo americano, em que o CEO muitas vezes é o presidente do “board”. As outras 75% separam essas funções, segundo dados do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). A separação é bem vista pelas autoridades brasileiras e segue a corrente de pensamento europeu sob a justificativa de conflito de interesses, visto que uma das atividades dos conselheiros é monitorar seus diretores e fazer que esses planejem e executem as diretrizes traçadas por eles. Também são eles quem nomeiam e demitem os CEOs. Tecnicamente um diretor-executivo está preparado para assumir o cargo de conselheiro, mas, muitas vezes, falta conhecimento de governança. Para sanar essa questão e ensinar como desempenhar bem este papel existem cursos de preparação de conselheiros em países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Canadá, México, Chile e também no Brasil. Desde 2009, o IBGC certificou 734 executivos que passaram pelo curso oferecido pela instituição, em diversas cidades. Em 2013, 14% dos alunos eram CEOs e 32% eram diretores de outras áreas. Os demais tinham cargos de gerência ou supervisão. Nesse mesmo ano, a idade média dos alunos foi de 49 anos. Um dos objetivos desses cursos é estimular a figura do conselheiro independente. “Ainda existe uma cultura de indicar alguém que já tinha um relacionamento com a companhia antes de se aposentar por outra”, diz Adriane de Almeida, superintendente de conhecimento do IBGC. “O que defendemos com a certificação é a indicação de conselheiros independentes, feita por empresas especializadas em recrutamento de executivos”, diz. Estatísticas da consultoria em recrutamento de executivos Fesa indicam que este é um mercado que cresce cerca de 50% ao ano. “O potencial será ainda maior quando as mulheres começarem a ganhar mais espaço dentro dos conselhos”, afirma o CEO e sócio Denys Monteiro. No Brasil, os conselhos têm em média cinco integrantes e apenas uma vaga é ocupada pelo sexo feminino. Se, por um lado, essa participação é baixa, por outro, os salários se valorizaram. Para companhias listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa, a remuneração média anual de um conselheiro é de R$ 126 mil mais variáveis e, em alguns casos, pode chegar a R$ 1 milhão por ano. O recomendável é que o executivo ainda na ativa participe de apenas dois conselhos e, para quem se dedica exclusivamente à atividade, de três a cinco. Deixar a vida executiva no médio prazo para atuar em conselhos corporativos é o que planeja Marcos Samaha, ex-presidente do Walmart Brasil. Aos 47 anos, Samaha, que já havia feito curso de formação de conselheiro, em 2009, pela Harvard University, nos Estados Unidos, concluiu neste mês a certificação brasileira pelo IBGC. Sua estreia na cadeira de conselho já está sendo negociada. Sem revelar detalhes, garante apenas que não é do varejo, setor em que atuou por quase 18 anos. “Quero participar de setores diferentes, pois acredito que posso agregar valor a essas empresas”, diz. O interesse pela nova carreira nasceu quando ainda presidia o Walmart Brasil e tinha de se reportar ao conselho em reuniões periódicas. “Percebi que, para ser um conselheiro, é preciso entender com mais detalhes aspectos da legislação e suas regras”, diz. Autoconhecimento e maturidade pessoal também são essenciais para saber lidar com ambientes altamente políticos e cheio de conflitos a serem intermediados. Aos 43 anos de idade, Rami Goldfajn, ex-CEO da LBR – Lácteos Brasil, já aprendeu que para convencer é preciso estar aberto a ser convencido. “Em bons conselhos, as decisões são tomadas em consenso”, diz. Atualmente, ele é consultor para uma gestora de fundo de private equity e conselheiro da Cerâmica Portobello e não pensa em abandonar a carreira executiva, mesmo querendo entrar em mais dois conselhos em breve. “Não vejo problema, desde que não haja conflito de interesse e eu consiga manter a independência.” Depois de se certificar no Brasil, Goldfajn resolveu fazer um programa na escola de negócios Insead, na França, e descobriu que são muitas as similaridades dos conselhos corporativos ao redor do mundo, apesar das diferenças legislativas. Ainda jovem, não se considera um ponto fora da curva. “Sou de uma geração que começou a vida executiva muito cedo e que também está sendo levada aos conselhos para oxigenar e aprender.” Na prática, aprendeu que a vontade de um executivo de botar a mão na massa tem de ser controlada. Mudar a mentalidade de “executor” para “avaliador” é importante na fase inicial da função. Por isso, é sugerido não ser conselheiro na mesma empresa em que se é executivo. É o que diz Adriane Rickli, gerente do programa de formação de conselheiros da Fundação Dom Cabral (FDC), outro curso bastante procurado por quem deseja exercer a função. Por lá, já passaram 691 alunos desde 2008, mais de 50% diretores-executivos e financeiros, mas também profissionais da área de controladoria e executivos de fundos de investimentos. As motivações para se tornar um conselheiro corporativo são diversas, mas uma delas está relacionada ao aumento da perspectiva de vida. “Os executivos têm se aposentado ainda com uma vida útil grande pela frente. Diante disso, ser conselheiro acaba sendo uma opção natural de segunda carreira”, afirma Adriane. É o caso de Gérson Schmitt, que começa a preparar sua transição de carreira aos 52 anos de idade. Ele é conselheiro profissional e presidente dos conselhos da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), da Paradigma Business Solutions e está analisando um convite de uma outra empresa enquanto ainda é CEO da startup Clicbusiness Software. “Se você se prepara para essa fase da vida, com uma independência financeira, consegue fazer a transição para uma função menos pesada que o cargo de executivo, porém não menos prazerosa. Comecei a pensar em ser conselheiro há dez anos”, diz Schmitt. Para João Pinheiro Nogueira Batista, diretor-executivo da Associação de Apoiadores do Comitê de Aquisições e Fusões (CAF), a função de conselheiro também veio por acaso quando era CFO na Petrobras, em 2002. Ficou um ano no cargo e só voltou a sentar em uma cadeira de conselho três anos depois. Desde então, já passou por 12 “boards” e, atualmente, é conselheiro da companhia de resseguros Swiss Re, da alimentícia Minerva, da automotiva Canopus e da Cerradinho Bioenergia. Ele lembra que, no início, o mercado não estava preparado, havia pessoas fazendo parte de sete conselhos e as empresas não queriam remunerar adequadamente porque viam o conselho apenas como uma obrigação. “Tudo está diferente. Vamos ter mais empresas com controle indefinido no Brasil que vão precisar de conselheiros, e mesmo as de controle definido já dão mais importância a estes profissionais”, diz. Fonte: Valor Econômico – 07-05 E-commerce é principal foco das redes varejistas A DOM Strategy Partners realizou uma pesquisa com as 500 maiores empresas de varejo do Brasil para entender como elas se adequam para incluir a gestão multicanal (ou omnichannel) dentro das suas estratégias de fidelização com o cliente. Segundo o levantamento, o e-commerce é o principal foco das 14 categorias do segmento ouvidas pela consultoria. O destaque vai para os supermercados, já que 82% dos entrevistados afirma ter como prioridade fortalecer sua presença neste modelo de transações. As demais frentes e os percentuais com pretensão de ampliação de vendas no campo virtual são os magazines (74%), franquias (73%), drogarias (64%), discount stores (62%), pick e buy (58%), moda/têxtil (51%) e cosméticos/beleza (49%). Já as categorias que têm a web como principal canal, como é o caso do varejo online e do personal exchange (C2C), direcionam os seus esforços nas rede sociais com a pretensão de crescerem nesse nicho cerca de 82% e 97%, respectivamente. O sistema door to door também aparece na lista como foco de 41% das lojas entrevistadas de livros e CDs. Entre os canais para relacionamento e comunicação, as redes sociais e o contact center despontam como os meios mais lembrados para aprimorar o dialogo com o cliente. Quando perguntados sobre quais são os desafios mais relevantes nesta tendência, os varejistas apontaram a competitividade superior e percebida em ambiente de excesso de oferta, a implementação efetiva do multivarejo, o desafio do produto certo, a agregação de serviços, as cadeias eficazes como fator crítico de sucesso, o relacionamento e colaboração, a correta equação com diferentes clusters e segmentos de consumidores e, por último, a garantia de feedback continuo positivo marca/oferta. Fonte: Portal Varejista – 07-05 Cadê o 24 horas que estava aqui? Falta de mão de obra e economia desaquecida levam supermercados, farmácias e postos de gasolina a reduzir horário de funcionamento Na porta do supermercado, em Copacabana, cartaz esclarece novo horário de funcionamento: Rio registrou taxa de desemprego de 3,5%, em março, na média das seis principais regiões metropolitanas do país o percentual foi de 5% Na porta do supermercado, em Copacabana, cartaz esclarece novo horário de funcionamento: Rio registrou taxa de desemprego de 3,5%, em março, na média das seis principais regiões metropolitanas do país o percentual foi de 5% Guilherme leporace / O GLOBO Fazer aquela comprinha de última hora durante a madrugada já não é tarefa fácil para o carioca. A falta de mão de obra e o desaquecimento da economia levam parte do comércio da cidade a fechar as portas mais cedo. Somente na última semana, unidades do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, e do Pão de Açúcar, no Leblon e em Copacabana, próximo da Praça Serzedelo Correia, deixaram para trás o rótulo de estabelecimento 24 horas. Em janeiro, o Pão de Açúcar já havia reduzido o horário de outra unidade no bairro. Com isso, já não tem mais lojas que funcionam ininterruptamente. A concorrência já havia tomado a iniciativa. O Zona Sul alterou primeiro o horário das lojas do Leme e do Leblon, que passaram a fechar meia-noite. No início do ano, o fim da jornada foi antecipado para as 22h. Agora, das 33 lojas da rede, apenas a filial da Rua Prudente de Morais, em Ipanema, funciona 24 horas. — Financeiramente não estava compensando e falta gente que aceite trabalhar nesses horários. Não tem nem para durante o dia, então, quando se fala que é para o período noturno, o índice de desistência é muito grande. Há alguns anos, o funcionamento 24 horas era um marketing para a empresa, mas hoje, manter a loja aberta sem gente para operar seria um desserviço ao cliente — explica Pietrangelo Leta, vice-presidente comercial da rede Zona Sul. O problema não aflige apenas os supermercados. A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio, Cida Siuffo Schneider diz que os proprietários dos 900 postos da cidade têm dificuldade para preencher as vagas. — Tem sido uma luta conseguir mão de obra. Com o Rio em pleno emprego, as pessoas podem escolher onde trabalhar e os postos de gasolina não levam vantagem, porque há apenas uma folga semanal e só um domingo livre no mês. O jeito tem sido operar com menos gente do que seria ideal. Pela lei, os postos só são obrigados a funcionar das 6h às 20h, incluindo domingos. Mas muitos têm contrato com lojas de conveniência ou com distribuidoras e precisam abrir 24 horas — diz Cida. Em março, o Rio registrou taxa de desemprego de 3,5%, a segunda menor do país, atrás apenas da de Porto Alegre. A média das seis maiores regiões metropolitanas ficou em 5%. — No Rio, as pessoas estão recusando esses horários. Elas não querem nem trabalhar sábado à tarde e domingo, então, é preciso dar salários cada vez mais altos, benefícios e folgas para compensar. Taxa de desemprego baixa é ótimo, mas, para o comércio, cria muitas dificuldades — pondera Aldo Carlos de Moura Gonçalves, presidente do Sindicato dos Lojistas do Rio. Para Fernando de Holanda Barbosa, especialista em mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas, não importa se a taxa de desemprego é de 5%, 3% ou 2%, porque pleno emprego ocorre quando os salários aumentam mais do que a produtividade. Ou seja, o custo do trabalhador fica maior, como vem ocorrendo no Brasil, e em especial, no Rio. Para piorar a equação, a atividade do comércio perde força. Segundo a última pesquisa do IBGE, as vendas no país ficaram praticamente estáveis (0,6%) na passagem de janeiro para fevereiro. No Rio, houve queda de 1,6%. — Antes a pessoa trabalhava de madrugada porque não tinha outra opção. Para convencer aquele funcionário a trabalhar à noite, o patrão vai ter que dar mais dinheiro. O empresário vai fazer a conta e ver ser vale a pena — disse Barbosa. Foi exatamente o que fez o GPA, dono do Extra e do Pão de Açúcar. “A decisão (de acabar com o funcionamento 24 horas) está baseada nos estudos de comportamento dos consumidores que apontaram baixa adesão às compras no período da madrugada”, explicou a empresa, em nota. O Grupo informou não ter dificuldade para contratar pessoal. Farmácias são vulneráveis a assaltos O empresário Júlio Siciliano, dono da “Banca do Meridien”, da Avenida Princesa Isabel, em frente ao Windsor Atlântica Hotel foi outro que reduziu a jornada. O local que abriga uma tabacaria e já foi point tradicional de notívagos cariocas, agora fecha à meia-noite. Siciliano está cogitando voltar a funcionar 24 horas, mas apenas durante a Copa e as Olimpíadas. — O fluxo de pessoas na rua caiu muito, não estava mais valendo a pena. E só fico até meia-noite porque tenho um funcionário antigo que faz este horário. Não tem nada a ver com segurança, nunca tivemos esse problema. As duas vezes que fomos assaltados foi antes das 22 horas — conta. O mesmo não acontece no ramo farmacêutico, no qual o medo da violência é fator adicional para desestimular o funcionamento dia e noite. O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, diz que as farmácias são vulneráveis a assaltos pois operam na madrugada com poucos funcionários. O horário das farmácias é decidido pelos proprietários porque as leis municipais que regulavam o funcionamento das lojas foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). — Encerramos 2013 com 435 farmácias de associados funcionando 24 horas em todo o país, 25 a mais do que no ano anterior. Mas é muito pouco num universo de 5.500 lojas — disse Barreto. Daniel de Plá, professor da Varejo da FGV, lembra outros fatores que levam o comércio a fechar mais cedo: — O fluxo de trabalhadores que vinham de outros estados diminuiu muito porque há obras gerando empregos em todas as regiões e, por causa do alto custo dos aluguéis. Fonte: O Globo – 07-05 Empresas não-financeiras precisam se registrar no BC para se regularizar Cerca de 60 instituições que atuam no setor de pagamentos eletrônicos devem entrar com pedido de autorização nos próximos 6 meses para continuar em funcionamento Nos próximos 180 dias, cerca de 60 empresas não-financeiras que atuam no setor de pagamentos eletrônicos, sozinhas ou em associação com outras, devem pedir autorização ao Banco Central (BC) para continuar funcionando. Dessas, meia dúzia são emissoras de vale-alimentação. Além das que já atuam no negócio, outras interessadas em entrar, entre elas algumas estrangeiras, também terão que ir para a fila de pedidos. A estimativa é de quem está acompanhando de perto as movimentações desde que as novas regras do BC para o setor foram publicadas, em novembro - e republicadas em 24 de abril. “O número era para ser maior. Antes da republicação, que tornou algumas regras mais flexíveis - ampliando o volume de faturamento das instituições obrigadas a pedir a autorização, que passou de R$ 20 milhões para R$ 500 milhões, por exemplo — o mercado estimava que entre 200 e 300 empresas precisariam pedir a autorização”, afirma Bruno Balduccini, advogado do escritório Pinheiro Neto. A SunUp é uma dessas instituições. Igor Marchesini, diretor da filial brasileira da startup, lembra que a matriz, na Alemanha, já passou por isso e hoje é certificada como instituição de pagamento pelo Financial Council Authority do Reino Unido, válida para operação em toda União Europeia. Ela também é certificada na Europa pela Europay, MasterCard e Visa (EMV). “Já trabalhamos em conformidade com regras antilavagem de dinheiro, seguindo políticas de governança. Nossos custos são mais altos do que os da concorrência. Agora, como todos terão que cumprir as mesmas regras, ficará mais simétrico”, diz. A SunUp é especializada em ponto de venda móvel - fabrica e distribui dispositivos para acoplar em smartphones e tablets. A empresa começou a operar aqui em novembro e hoje, com 22 mil clientes (entre pessoas físicas e pequenas empresas)— e tem um “arranjo de pagamento” com a Cielo, que é a responsável pela captura das transações com seu dispositivo. Aqui,a SumUp por enquanto aceita apenas cartões de crédito. Mas Marchesini adiantou que no segundo semestre entrar com a função débito — e anunciar parcerias para distribuição com grandes empresas e bancos. As regras começaram a valer nesta semana - o prazo de 180 dias começou a ser contado na segunda-feira. Para obter a autorização, a empresa precisa seguir determinadas regras de governança e segurança introduzidas pela nova legislação (resoluções 4.282 e 4.283, e circulares 3.680, 3.681, 3.682 e 3.683, de novembro; e resoluções 3.074 e 3.075, de abril). Tatiana Mello Guazzelli, colega de Balduccini no Pinheiro Neto, lembra que apesar da flexibilização, as empresas precisam entender que mesmo que seu faturamento individual seja menor do que o novo limite, se elas fazem parte de algum arranjo de pagamento com uma grande empresa com faturamento maior,como uma “bandeira” (Visa ou Mastercard) também terá que se enquadrar nas novas regras. E, progressivamente até 2019, todas as que faturam até R$ 50 milhões precisarão de autorização. Apenas as instituições financeiras estão livres - afinal, já estão debaixo do guarda-chuva da fiscalização do BC. Também cartões de loja, conhecidos como “private label” e “gift cards” — ou seja, os usados apenas no próprio estabelecimento - também estão fora pois, no entendimento do BC, não representam risco sistêmico. “O BC tem sido muito aberto ao diálogo com o mercado. Esse mundo dos emissores não-financeiros de cartões e moedas eletrônicas era desconhecido da autoridade”, diz Plínio Shiguematsu, advogado do escritório Felsberg & Associados. Os três advogados informam que tem recebido muitas consultas por parte dessas empresas mas Shiguematsu admite que o movimento diminuiu depois da flexibilização das regras, em abril. Segundo Balduccini, porém, a maioria que ganhou mais tempo agora vai acabar precisando da autorização até 2019: “O que aconteceu é que a demanda ficará mais bem-distribuída no tempo”, diz. De acordo com a nova legislação do BC, “arranjos de pagamento” são associações criadas por uma ou mais “instituições de pagamento” para oferecer meios eletrônicos, regidas por determinado conjunto de regras. As “instituições de pagamento” podem ser de três tipos. Um deles são os emissores de instrumentos pré-pagos, como vauchers alimentação, bilhete único, e outras moedas eletrônicas carregáveis - podem ser bancos ou empresas não financeiras, como a PagSeguro, do site UOL, e operadoras de telefonia celular. O segundo tipo são emissores de pós-pagos, como cartões de crédito clássicos, emitidos por instituições financeiras ou lojas. Credenciadores, como a Cielo e a Rede - empresas que processam as transações, seja via internet ou maquininhas físicas — também são enquadradas na categoria. Os “instituidores de pagamento”, por sua vez, são os responsáveis pelos arranjos de pagamento. Exemplo clássico são as "bandeiras" Visa e Mastercard. Para Igor Marchesini, o novo marco regulatório veio facilitar e dar mais segurança aos investimentos no setor. “O Brasil sempre foi um mercado interessante, pelo tamanho e quantidade de PMEs - e pelo ‘mundo do parcelado’ e da antecipação de recebíveis, forma de financiamento viável apenas com cartões”, diz. O executivo concorda com os advogados e diz que “o BC do Brasil deu uma aula de como fazer regulamentação nesse setor começou com regulação de alto nível definindo grandes metas, depois foi fazendo camadas de regulação”. Marchesini está bastante otimista com as perspectivas do negócio aqui. “O potencial de mercado é alto, mas não quero crescer de qualquer jeito”, diz, informando que no momento está sem disponibilidade do dispositivo. O executivo, contudo, é cético em relação a operações de “mobile payment” clássico depois dos smartphones e das novas regras do BC que exigem a “interoperabilidade” — ou seja, um moedeiro virtual de uma operadora precisa “conversar” com o de outra. A parceria da Mastercard com a Vivo na Zuum, por exemplo, já está sendo revista e ampliada — em breve, deve oferecer conexão também com a TIM. Por essas razões, Marchesini acha que as operadoras serão só “provedoras do tubo da conexão de dados”. A SumUp tem parcerias de distribuição com operadoras na Europa. “A tendência não é passar por sistema proprietário das operadoras, como aconteceu na África”, diz. Elas vão entrar no jogo por meio da oferta do acesso ao cliente, e ao “embarcar” alguma plataforma de pagamento com algum parceiro, acredita. Fonte: Brasil Econômico – 07-05