Clipping Diário - 06/06/2016
Publicado em 06/06/2016
Clipping Diário - 06/06/2016
Segunda-feira - 06/06
Geral
Fonte: Diário Catarinense
Pescadores capturam 20 toneladas de tainha em São Francisco do Sul
A safra da tainha deste ano continua surpreendendo os pescadores artesanais de São Francisco do Sul. Na manhã deste domingo, foram capturados cerca de 20 toneladas do peixe na praia de Itaguaçu.
Hilário Bertram, 61 anos, foi o primeiro a cercar o cardume com uma rede antes das 7 horas. Ele conta que a pesca rendeu 9.358 peixes, o que representa aproximadamente 15 toneladas.
— Um cardume tão grande assim nunca acontece. Na temporada inteira do ano passado não chegamos a mil peixes. Hoje, tiramos o pé da lama — conta.
Outro grupo de pescadores também lançou a rede de pesca ao mar e capturou mais 3,9 mil tainhas, cerca de cinco toneladas. De acordo com Bertram, o cardume era maior, mas faltaram outras redes para cercá-lo ainda mais.
A esperança agora é de que a safra continue a melhorar. Somente em maio, o número superou os três meses de 2015, de acordo com a Federação dos Pescadores de Santa Catarina. A entidade revisou a previsão feita em abril e já espera quebrar o recorde de 2007, quando foram capturados 2,380 mil toneladas do peixe.
Fonte: Diário Catarinense
Evento sobre empreendedorismo jovem é lançado nesta segunda-feira em Florianópolis
Florianópolis recebe em julho o maior evento mundial de jovens empreendedores, a Conferência Mundial de Empresas Juniores - Junior Enterprise World Conference (JEWC). Realizado a cada dois anos, programação tem como objetivo desenvolver o Movimento Empresa Júnior (MEJ) em escala global. O JEWC 2016, que acontece entre os dias 20 e 24 de julho, será lançado oficialmente nesta segunda-feira.
O JEWC 2016 deve trazer a Florianópolis cerca de 4 mil congressistas - 500 deles vindos de 20 países. O evento teve sua origem no ano de 2004, com a primeira edição realizada no Ceará. As edições seguintes, aconteceram nas cidades de Eindhoven (Holanda), Porto (Portugal) e Milão (Itália). A sétima edição acontecerá no Sapiens Parque, sob a execução da Federação das Empresas Juniores de Santa Catarina (Fejesc), após eleição entre diversas cidades no Brasil e no mundo. Florianópolis, um polo de tecnologia e inovação, é hoje apontada como a segunda melhor cidade no país para se empreender, segundo pesquisa da Endeavor.
Com a temática ¿Lead the co-era¿ (liderança na era da co-criação e colaboração), a Conferência apresentará palestras de personalidades como Richard Barrett, criador da Cultural Transformation Tools (CTT) que já ajudou mais de 5 mil empresas em 60 países na jornada de transformação; Ketan Makwana, empreendedor e conselheiro no MIT Global Start Up, Entreprenurial Africa, Entreprise Connect e Rockstar Mentoring Group; Monja Coen, ex-jornalista que deu uma guinada em sua vida e se tornou um referência em equilíbrio emocional e Marcelo Sales, criador da Movile, líder no mercado latino americano de software para celulares, e da aceleradora 21212.
No lançamento desta segunda-feira, no Hotel Majestic, o governador Raimundo Colombo, o prefeito Cesar Souza Junior e o presidente da Alesc, Gelson Merísio, farão a assinatura simbólica do apoio.
Movimento Empresa Júnior
O MEJ é constituído por empresas juniores, empresas formadas e geridas por estudantes universitários, com o objetivo de proporcionar complemento prático à formação teórica por meio de projetos de alta qualidade. Ela atua no desenvolvimento pessoal e profissional do estudante e também no aumento da eficiência de empresas clientes, que em sua maioria são micro e pequenas empresas. Em Santa Catarina, a FEJESC é a Federação responsável por coordenar o trabalho das empresas juniores no estado, sendo que atualmente existem 23 empresas consolidadas e mais uma série de iniciativas espalhadas pelo estado, contabilizando um total de 500 empresários juniores. Por ano, 11 mil empresários juniores são formados no país.
Fonte: Folha de São Paulo
Economistas projetam queda menor do PIB, mas inflação maior neste ano
Economistas e instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central projetam queda menor do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, mas preveem inflação maior para 2016, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (6).
O Boletim Focus, pesquisa semanal do BC, indica que a atividade econômica vai recuar 3,71% em 2016. A estimativa anterior era de queda de 3,81% e, há quatro semanas, de contração de 3,86%.
Para 2017, a estimativa de crescimento passou de 0,55% na semana passada para 0,85% nesta.
Na quarta-feira passada (1º) o anúncio de queda de 0,3% do PIB no primeiro trimestre, que foi recebido com surpresa por economistas. O mercado esperava uma retração em torno de 0,8% no período.
Na quinta (2), o setor industrial também surpreendeu com alta de 0,1% em abril, depois de ter avançado 1,4% em março. A previsão era de queda de 0,9% da produção no mês.
Há mudanças no cenário presente capazes de atenuar os prognósticos sombrios para o restante do ano.
O afastamento da presidente Dilma Rousseff e as mudanças na equipe econômica foram celebrados por empresários e investidores, mas permanece incerta a viabilidade do programa de controle dos gastos públicos apresentado pelo governo Michel Temer, que nem sequer foi detalhado e formalizado. A sustentação política do governo interino também é ameaçada pela Operação Lava Jato.
PREÇOS
O boletim voltou a mostrar inflação pressionada neste ano. O IPCA, índice oficial de preços, deve encerrar 2016 a 7,12%, contra estimativa de 7,06% na semana passada. Há quatro semanas, a previsão era de 7%.
A perspectiva para a inflação em 2017 foi mantida em 5,50%. O percentual fica abaixo da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2017, que é de 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
DÓLAR
A pesquisa elevou a projeção para o dólar no final deste ano, de R$ 3,65 para R$ 3,68. Para 2017, a estimativa se manteve em R$ 3,85.
Na semana, passado o governo americano divulgou alta de apenas 38 mil empregos em maio, a menor em cinco anos.
A avaliação de que isso levará o Fed (banco central dos EUA) a postergar um aumento de juros animou o mercado financeiro no Brasil.
JUROS
A previsão da taxa básica de juros (Selic) permaneceu estável para 2016 e 2017. Espera-se que a Selic esteja em 12,88% no final deste ano e em 11,25% no próximo.
Nesta quarta-feira (8) a diretoria do Banco Central se reúne para definir a taxa básica de juros. A reunião do Copom não será presidida pelo indicado à chefia do BC Ilan Goldfajn, que ainda precisa passar por sabatina no Senado, prevista para esta terça-feira (7).
Fonte: Folha de São Paulo
Maioria dos pacotes de serviços de bancos sobe mais do que a inflação
Com lucro em baixa, os bancos estão cobrando mais dos correntistas pelos seus serviços. Levantamento da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostra que, entre 119 pacotes de serviços, 75 tiveram aumento desde janeiro deste ano –a maior parte (67) subiu acima da inflação desde o reajuste anterior.
A Proteste analisou cestas de Bradesco, Caixa, BB, Itaú, Santander, Banrisul, HSBC e Citibank (os dois últimos não fizeram nenhum reajuste nas 19 cestas analisadas).
Procurados, os bancos dizem que a alta de tarifas é consequência da inflação e do aumento de custos operacionais. Também disseram que as tarifas são competitivas com o que é oferecido no mercado.
O maior aumento foi de 50,87%, no pacote Bom pra Todos Pleno, do Banco do Brasil e hoje fechado para novas adesões. A cesta de serviços custa R$ 60,95 ao mês.
A cesta mais cara é a Select Unique (para clientes de alta renda), do Santander, que tem custo mensal de R$ 99.
Cada um desses pacotes oferece uma quantidade diferente de serviços que podem ser utilizados sem custo adicional, entre eles saques em caixas eletrônicos e emissão de cheques.
A retração na oferta de crédito fez com que os bancos buscassem fontes alternativas de receita para diminuir o impacto da crise econômica do país em seus lucros.
E para Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ, eles levam vantagem no reajuste durante a crise.
Nesse período, muitos consumidores optam por manter o pacote mesmo que ele esteja mais caro. É uma espécie de estratégia para manter o bom relacionamento com o gerente de conta. Assim, o cliente tenta barganhar condições mais favoráveis para empréstimos, como taxas de juros menores e prazos mais longos para pagamento.
"O consumidor que precisa do banco faz a conta e pensa que o aumento é tolerável, se for revertido em outros produtos com condições melhores."
DESCONHECIMENTO
Mas, na prática, grande parte dos clientes não sabe quanto paga para ter conta-corrente em banco. Levantamento da empresa de pesquisas MeSeems feito neste mês pela internet com 800 consumidores das classes A, B e C indicou que 49% deles dizem estar nessa situação.
Dentre os que disseram conhecer o valor pago mensalmente, 25% afirmam ser isentos de qualquer tarifa.
Entre os que responderam à pesquisa, 29% disseram não saber os serviços que estão inclusos em seu pacote.
Renata Pedro, técnica da Proteste, afirma que a cobrança pelos pacotes de serviço deve vir discriminada no extrato da conta. Mas, caso o consumidor tenha dúvidas, deve pedir esclarecimentos ao seu gerente.
Ela lembra que o consumidor não é obrigado a pagar por um pacote para sua conta-corrente.
O Banco Central obriga que os bancos ofereçam o pacote de serviços essenciais de forma gratuita. Ele inclui um cartão de débito, quatro saques mensais, duas transferências por mês para contas no mesmo banco e consultas de saldo pela internet.
OUTRO LADO
Os bancos afirmam que o aumento de tarifas é consequência da inflação e da alta de custos operacionais. As instituições financeiras também dizem que as tarifas praticadas são competitivas com o que é oferecido no mercado.
O Banco do Brasil informou pautar sua política de tarifas de acordo com as normas do Banco Central. A instituição afirma monitorar constantemente os movimentos do mercado, para que suas tarifas estejam sempre entre as mais competitivas.
A Caixa Econômica Federal disse oferecer cestas de serviços que se enquadram entre as de melhor relação custo-benefício do mercado e que seus valores permanecem competitivos na comparação com os praticados pelos demais bancos.
Também disse que aumentos são necessários ao longo do tempo para suportar os custos na melhoria de produtos e serviços e na expansão dos canais de atendimento.
A instituição também informou que a cesta Simples foi a mais impactada pelo último reajuste por estar sendo descontinuada pelo banco, o que leva a um maior custo de manutenção.
Segundo o Bradesco, o ajuste de alguns itens da tabela teve como objetivo alinhar os valores aos seus custos operacionais.
CUSTO-BENEFÍCIO
O Itaú Unibanco disse que busca manter a melhor relação custo-benefício para o cliente, mantendo preços competitivos e serviços de boa qualidade.
De acordo com o Santander, os reajustes nas tarifas dos pacotes de serviços mencionados no levantamento da Proteste visaram acompanhar a inflação dos últimos 12 meses.
O Banrisul informou que o pacote Padronizado 3, que teve o maior ajuste do banco neste ano, não havia sido reajustado desde a sua implementação, em julho de 2013.
TIRE SUAS DÚVIDAS
1. O banco pode subir a tarifa?
Sim, mas o cliente precisa ser avisado com pelo menos um mês de antecedência
2. Não quero pagar mais, o que posso fazer?
O cliente pode pesquisar os outros pacotes do banco. Ele também pode escolher por migrar de banco em busca de serviços mais baratos
3. Existe uma conta sem tarifa?
Sim. O BC obriga os bancos a oferecer o pacote de serviços essenciais, sem custo. É possível, ainda, contratar as contas eletrônicas dos bancos. Os serviços digitais são gratuitos, mas, se o cliente precisar de atendimento presencial, pagará tarifa avulsa
Fonte: Notícias do Dia
Falta de integração entre órgãos de fiscalizaçã abre caminho para crimes ambientais na capital
Isoladas em estruturas ultrapassadas, Floram, Fatma, Polícia Ambiental, Ibama e ICMbio não atuam de forma articulada para combater ações recorrentes de degradação a ecossistemas frágeis da ilha
Conhecido pela boa cachaça que produz quase escondido em um dos vales do Barreiro do Ribeirão, no Sertão do Peri, o agricultor José dos Santos, 56, aprendeu ainda menino a respeitar a natureza e sobreviver com o que a terra dá. Sabe onde está cada nascente que abastece a lagoa lá embaixo, identifica árvores e arbustos pelo poder de cura e evita, mas não mata, as jararacas que encontra a caminho das roças de cana “cada vez mais minguadas”, cortadas pela estrada Francisco Thomaz dos Santos, o Chico do Alambique.
Aprendeu também a conviver com outros perigos da mata. “Hoje em dia, antes de me aventurar por estes morros peço proteção a Deus, rezo para não encontrar ninguém pelo caminho. ” O medo de Zeca faz sentido. Estão cada vez mais próximas das trilhas usadas pelos moradores do Sertão as marcas deixadas pelos palmiteiros, que devastam com rapidez impressionante as últimas reservas da palmeira juçara, espécie nativa em risco de extinção na floresta nativa da Ilha. Mesmo em áreas legalmente protegidas, como o Parque Municipal da Lagoa do Peri, em fase de implantação desde 1982, no Sul da Ilha.
“Eles andam armados de espingardas e facões, e trabalham rápido. Agem principalmente nos dias de chuva e no inverno. É tudo gente de fora, homens mal-encarados”, diz Zeca, um dos representantes dos moradores no conselho consultivo e de gestão do parque, que vê cair a cada ano a qualidade da cana que planta, por causa do esgotamento do solo da mesma área utilizada pelos pais e avós há pelo menos 150 anos. Mas respeita a determinação de não abrir novas roças, pastagens e “comprar lenha fora” para tocar o alambique.
Homem prático que compensa o pouco estudo com a sabedoria da natureza, Exemplo de sobrevivência sustentável naquele pedaço da Ilha, Zeca pouco sabe do que acontece no resto da cidade. Mas começa a entender a burocracia e a falta de integração da fiscalização ambiental, seja municipal, do Estado ou federal. Cada um tem uma missão própria, eu acho. Mas na prática, pouca coisa funciona de verdade. É como na educação e na saúde, o que é público é de ninguém”, diz.
Palmito é exemplo nas matas da Ilha
A presença recorrente de cortadores de palmitos no Sul da Ilha, inclusive na área do Parque do Peri, é confirmada pelo fiscal e chefe da divisão de unidades de conservação da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis), Mauro Manoel da Costa, 49, que a cada incursão à mata descobre vestígios recentes de desmatamento da palmeira juçara. Os palmiteiros, segundo denúncia ao Ministério Público Estadual e à Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, são mateiros recrutados por empresas clandestinas de envasamento de palmito em conserva localizadas no Vale do Itajaí e Norte do Estado.
“O problema é a falta de ações integradas”, pondera Costa. Segundo ele, é necessário o planejamento de ações articuladas com Polícia Ambiental e Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente), com serviço de inteligência e investigação do esquema clandestino antes da operação com efetivo armado para prisão em flagrante dos cortadores.
“Sozinha e desarmada, a fiscalização da Floram continuará apenas recolhendo o lixo deixado por eles em cada acampamento abandonado no meio do mato depois do estrago”, admite Costa.
O caso dos palmiteiros em unidades de conservação e APPs (Áreas de Preservação Permanente) da Ilha, segundo Costa, é exemplo mais clássico da desintegração da fiscalização ambiental na cidade. No parque do Peri, a atribuição específica da Floram não é realizada por falta de estrutura adequada.
“Os caras andam armados, e somos meia dúzia de fiscais. Já pedimos colaboração da Polícia Ambiental, mas são se consegue articulação também nem com Fatma ou Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. A prática é ineficiente”, admite. A receita, segundo ele, seria a fiscalização articulada com os Ministérios Públicos Federal e Estadual, “sem interesses e ingerências políticas ou vaidades funcionais”.
Fatma defende novo modelo de auditoria
Longe dos riscos da mata e no conforto dos gabinetes, onde a teoria parece não levar em conta que os estragos ambientais são diários, celeridade é a palavra de ordem. Para o presidente da Fatma, Alexandre Waltrick, “fiscalização é coisa do passado”. Defensor da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 65/2016, que extingue duas das três licenças ambientais exigidas para empreendimentos imobiliários em áreas ambientalmente frágeis, ele acredita que o controle passará a ser feito por auditoria, com ajuda da tecnologia de informática, satélites e pessoal qualificado. “Sem a necessidade de o agente ambiental ir a campo. As saídas serão apenas para checagem dos dados”, diz.
Segundo Waltrick, é preciso dar rapidez aos processos de licenciamento e levar em conta os investimentos da iniciativa privada. “Com a estrutura atual, sem concurso público para contratar pessoal, o Estado não pode burocratizar refazendo estudos já realizados. A crise não vai durar para sempre, e logo ressurgirão os investimentos para o país voltar a crescer”, diz. A Fatma, reforça Waltrick, quer dar mais agilidade com responsabilidade.
A unificação de ações de fiscalização, na opinião do presidente da Fatma, independe de qualquer mudança constitucional. “O ideal é que órgãos ambientais de estados, municípios e União sentem e parem de brigar e enxugar gelo. Falta gestão ambiental no país, e cada um fazer a coisa certa”, emenda.
Conceito único, práticas diversas
Mesmo que historicamente a prática tenha sido outra, os conceitos são os mesmos nas três esferas da administração pública. Esta é a avaliação do analista ambiental Alexandre Rochinski, chefe da fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Santa Catarina, e presidente da Assema (Associação dos Servidores da Carreira Especialista do Meio Ambiente), que reúne quadros também do ICMbio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade) e do Instituto Florestal Brasileiro.
“De acordo com o Sistema Nacional Meio Ambiente, a ideia é não ter diferenciação nas esferas municipais, estaduais ou federais. Em tese, o ambiente é bem de todos, e não importa quem fiscaliza. Cada um dentro de suas atribuições específicas e sem conflitos de atribuições”, defende.
Apesar de pouco visível à opinião pública, a estrutura do Ibama em Florianópolis, segundo Rochinski, poderia atuar em parceria com a Floram em situações específicas de crimes ambientais e, de certa forma, viabilizar na prática a parceria teórica prevista na Constituição Federal. Armada, a fiscalização do Ibama seria importante reforço, por exemplo, na força-tarefa idealizada pela Floram para cercar e prender os palmiteiros que devastam a mata nativa da Ilha.
Municipalização apressa licenciamento ambiental
Na Capital, pelo menos na área de licenciamento acabou o impasse entre órgãos municipal e estadual. A Fatma transferiu à Floram as atribuições de emitir alvarás para empreendimentos com impactos ambientais nos diversos ecossistemas da cidade – manguezais, dunas e restinga, encostas de mata atlântica e entorno de estuários.
Novidade em Florianópolis, segundo o chefe de licenciamento da Floram, Cláudio Silveira, o sistema municipalizado reduz o trâmite burocrático, sem comprometer a qualidade dos estudos e pareceres preliminares quanto aos impactos.
“O que muda é a agilidade, o processo ganha celeridade”, resume. As licenças emitidas pela prefeitura só serão válidas para edificações de pequeno porte em áreas municipais, sem nenhum impacto ambiental que necessite de avaliação de órgãos estadual [a própria Fatma] ou federal [Ibama e ICMbio]. Obras em áreas próximas a mangues, córregos e em área da União continuam sob a responsabilidade do Estado.
A fiscalização, que normalmente entra em cena depois do estrago feito, em tese também deveria funcionar de forma integrada e colaborativa. Para Cláudio Silveira, a falta de integração é clara e antiga, principalmente na área de fiscalização, apesar de a tese de funcionamento dos órgãos ambientais no Brasil ser antiga, dos anos 1980.
“A Lei 6.938, que cria o Sisnama [Sistema Nacional do Meio Ambiente], é de 1981, referendado pela Constituição Federal de 1988. A ideia é de funcionamento colaborativo sistemático nas três esferas, mas o processo de colaboração não é visível, não existe na prática”, afirma.
Fonte: Estadão
Para fugir do endividamento e organizar contas, evite o crédito para negativado
Taxa de juros mais cara do que o rotativo do cartão de crédito e, em alguns casos, superando os quatro dígitos. É o que espera o consumidor que, atolado em dívidas, decidir recorrer ao crédito para negativado como última chance de reorganizar as contas. Em geral, quem oferece este produto promete ignorar qualquer mancha na vida financeira dos devedores. A contrapartida é que essa conta nunca sai barata.
Na prática, um juro na casa de 1.000% significa que um empréstimo de R$ 1 mil pode se transformar em mais de R$ 11 mil com a incidência de juro em apenas um ano. É como se, em termos aproximados, a taxa de juros de um ano completo no crédito consignado fosse equivalente ao cobrado em apenas um mês no negativado.
Saber de antemão o custo desse dinheiro não é tarefa fácil. O Banco Central não divulga dados específicos sobre o juro do crédito para negativado. A solução é buscar outra linha, a do crédito não consignado, e checar as maiores taxas praticadas no mercado. No topo do ranking, aparecem justamente as financeiras com forte apelo nesse produto, como Facta, Crefisa e Agiplan, com taxas entre 800% e 1.000%.
A metodologia do levantamento é a mesma de pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que também apontou os bancos BMG e Daycoval como instituições financeiras que ofertam abertamente esse crédito.
Procuradas, Crefisa, Agiplan, BMG, Daycoval não se dispuseram a comentar a política adotada. A Facta não foi encontrada.
“Não é uma solução, justamente por conta dessas taxas de juros altíssimas”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A especialista sugere que, antes de recorrer ao crédito para negativado, deve-se buscar qualquer outra saída, como a venda de bens.
A economista do Idec, Ione Amorim, destaca que o risco é cair no superendividamento. “O que percebemos é uma ciranda. O consumidor toma dívidas para pagar juros de outras dívidas”, afirma.
Em pesquisa com 20 bancos e instituições financeiras, Ione notou que, em comum, essas empresas prometem pouca burocracia e apontam o crédito como solução para o endividamento. “Muitas dessas instituições utilizam o crédito como uma ferramenta de fidelização do cliente”, afirma.
De acordo com o SPC Brasil, hoje há quase 60 milhões de inadimplentes no País. E, destes, 13,3% dizem que já recorreram ao negativado. O porcentual cresce entre os mais endinheirados: nas classes A e B, 18,1% dos devedores já optaram pelo negativado.
A pesquisa também mostrou que quase metade dos inadimplentes informou que o crédito para negativado foi a única maneira encontrada para quitar os débitos.
Mas, para os especialistas, existem, sim, maneiras melhores ou menos danosas de reequilibrar a vida financeira.
Opções. Para ajudar na tarefa de reduzir as dívidas e fugir dos juros elevados, a recomendação é escolher o crédito consignado, que possui a menor taxa do mercado. O custo é mais baixo porque o dinheiro é debitado diretamente da folha de pagamento.
Apesar das vantagens, o consignado também possui riscos. Ione, do Idec, destaca que o consumidor deve se acostumar ao fato de que terá, todos os meses, uma redução automática da renda.
“O efeito disso é que a inadimplência no consignado é controlada, mas se espalha por outras linhas de crédito, como o cheque especial e o cartão de crédito”, afirma.
Nos casos extremos, é indicado ajuda de profissionais para sair do vermelho.
“O endividado não precisa de mais crédito. O ideal é que ele faça um diagnóstico da situação financeira”, afirma Diógenes Donizete, coordenador do Núcleo de Apoio ao Superendividado do Procon-SP.
O órgão possui, desde 2012, um núcleo para ajudar os superendividados. Para participar, é preciso fazer um cadastro pelo site do Procon ou agendar um horário de atendimento pelo telefone. Depois, o Procon dá um curso de educação financeira e atua nas renegociações.