Clipping Diário - 04/01/2015
Publicado em 04/01/2015
Clipping Diário - 04/01/2015
Nova vida com as contas
Ano para apertar os cintos. 2015 será difícil, mas bons hábitos financeiros podem ajudar a superar as barreiras da economia e garantir investimentos e lazer.
Ano novo, vida nova? Para educadores financeiros, uma das frases mais populares do Réveillon não faz sentido sem planejamento e, principalmente, mudança de hábitos financeiros. Com a expetativa de um ano de juros altos, aumento de preços e arrocho salarial, o controle de gastos é a única saída para não passar aperto nos próximos 12 meses. De janeiro a dezembro, especialistas orientam sobre como organizar as finanças e aproveitar 2015.
Para Reinaldo Domingo, presidente da DSOP Educação Financeira, é preciso planejar bem o ano para que um hábito do brasileiro não se repita no final deste ano: o uso do 13o para pagar dívidas.
– O endividamento é um problema que tem de ser resolvido com o próprio salário. Ou seja, com a redução nos gastos. É muito provável que pessoas que estejam nessa situação não estejam respeitando o próprio padrão de vida – afirma o especialista.
Reajustes em vários setores
A previsão é que o ano seja de reajustes em diversos setores, pois o Governo Federal não deve controlar aumentos como fez em anos anteriores. Marcelo Monteiro, especialista no mercado de recuperação de crédito e diretor de novos negócios da PH3A, explica que os reajustes nacionais, como gasolina e energia, e regionais, como transporte público, vão pesar no bolso do cidadão.
– Para quem recebe salário, aumentar a renda é algo impossível, então o jeito é controlar os gastos. O primeiro passo é planejar bem o que comprar. Mas as vendas fracas no Natal já indicam que o brasileiro está mais atento – conta Marcelo.
A escolha da nova equipe econômica do governo Dilma já sinaliza que este ano será de ajustes no setor. Por isso, empresários e consumidores devem se preparar para uma perda de poder aquisitivo. Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), Bruno Breithaupt, o país só deve voltar a crescer no próximo ano:
– A tendência é que os juros e a carga tributária se mantenham elevados para ajustar a economia, o que constrange o crescimento do consumo das famílias e do PIB. Assim, esperamos um 2015 que praticamente reeditará o ano de 2014, porém, com forte possibilidade de retomada mais significativa a partir de 2016.
Fonte: Diário Catarinense – 04-01
Entrevista: “Quem adiar o consumo, vai lucrar”
Consultora de economia da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Graciella Martignago prevê um ano difícil na economia brasileira. Mas é possível ganhar dinheiro. Para ela, não precisa ter alto poder aquisitivo para lucrar com as taxas de juros elevadas. E para quem souber postergar o consumo, há boas chances de lucrar.
Diário Catarinense – Como deve se comportar a inflação?
Graciella Martignago – Espera-se que os índices de inflação se mantenham elevados. O IPCA de janeiro, acumulado em 12 meses, deve estourar novamente o teto da meta de 6,5%. A inflação continuará pressionada pelos preços de energia, além da desvalorização cambial, que faz com que todos os produtos importados fiquem mais caros.
DC – O que dizer de investimentos em aplicações com taxas de juros fixas?
Graciella – A resposta do Banco Central para conter a elevação dos preços é a aumentar as taxas de juros. Isso, com uma política fiscal restritiva, fará de 2015 um ano de baixo crescimento. Em 2014, o governo federal gastou além do esperado e terá que apertar os cintos. O aumento dos juros significa que o governo paga mais a quem empresta dinheiro a ele – quem aplica em títulos públicos. Quem poupar em 2015 terá remuneração maior. Como se espera que os juros aumentem, o investimento deve buscar a aplicação em títulos pós-fixados. Uma boa alternativa é aplicar no Tesouro Direto.
DC – Teremos um ano mais confortável ou será necessário apertar os cintos com gastos de grande investimento?
Graciella – 2015 será um ano de baixo crescimento, menor que 1%. Como as taxas de juros estão elevadas, é bom momento para tornar-se investidor, o que não é exclusivo de pessoas de alto poder aquisitivo. Existem fundos de investimento com valores de entrada de R$ 100,00. Os valores mínimos exigidos pelo Tesouro Direto também não são elevados. Comprar ou não? Toda compra tem um custo embutido que os economistas chamam de custo de oportunidade. Isto é: quanto você está deixando de ganhar ao realizar a compra. Se o mercado agora está pagando mais pelo seu dinheiro, todo consumo tem um custo de oportunidade maior. Quem puder postergar o consumo, vai ganhar dinheiro.
Fonte: Diário Catarinense – 04-01
Pendências
Tá tudo muito certo, tá tudo muito bem. Esperamos um 2015 cheio de realizações, é claro. Mas passados dois dias do ano novo é bom lembrar que há muitas pendências trazidas de 2014 e que precisam ser resolvidas. Vamos citar algumas? Reajuste do IPTU de Florianópolis, restauração da ponte Hercílio Luz, ampliação do Aeroporto Hercílio Luz, quadruplicação da Via Expressa, punição ou absolvição dos envolvidos com a Operação Ave de Rapina, conclusão o quanto antes da ponte de Laguna, solução definitiva para os beach clubs de Jurerê, duplicação da BR-470, duplicação da BR-282, conclusão da via portuária em Itajaí, sincronização dos semáforos da Capital, radares e lombadas eletrônicas em Balneário Camboriú e Floripa que sirvam para multar apenas quem excede os limites de velocidade, conclusão das arrastadas obras de melhoria do Aeroporto Hercílio Luz.....
A lista é extensa e não caberia neste espaço. Serve para alertar que os problemas relacionados têm solução, desde que haja vontade política e competência das autoridades envolvidas. Porque repetir tudo isso no início de 2016 seria terrível.
Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes – 04-01