Clipping Diário - 01/02/2015
Publicado em 01/02/2015
Clipping Diário - 01/02/2015
Papo rápido
Vereador (PSD), presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis
O ano legislativo começa nesta segunda-feira ainda com a polêmica do IPTU?
O prefeito vetou parcialmente o projeto apresentado pelo vereador Afrânio Boppré (PSOL). Temos 30 dias para analisar os argumentos do Executivo. Não dá para antecipar qual será a decisão da maioria desta Casa sem um debate mais aprofundado. O momento exige serenidade até porque as pessoas já começam a receber os carnês em casa e precisam saber o que e quanto vão pagar.
E ainda tem a possibilidade de denúncia da maioria por conta da Operação Ave de Rapina?
Neste caso só nos resta aguardar a manifestação do Ministério Público. Temos certeza de que todos estão trabalhando dentro do que determina a lei e com muita responsabilidade. Assumi o cargo com a promessa de entrar pela porta da frente da Câmara e quero sair por lá também de cabeça erguida com a certeza de ter feito um trabalho em benefício da cidade.
Fonte: Diário Catarinense – Visor – 01-02
Brasil no conta-gotas
Falta de água que tem como epicentro o Sudeste se espalha pelo país com efeitos como o desabastecimento permanente, o risco de apagão e alimentos mais caros. Caos é resultado de ausência de planejamento, má gestão e falta de investimento
Na virada do século, em 2001, o especialista em recursos hídricos Marcos Freitas, então diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), foi convidado por uma revista a fazer projeções sobre o futuro do Brasil e adivinhar como seria a vida dos brasileiros em 2015. À época, a resposta de Freitas pareceu esdrúxula: o país, mesmo tendo o maior volume de água doce do planeta, viveria uma grave crise hídrica.
Em São Paulo, a população já sofre com a pressão reduzida na rede, o que muitas vezes significa conviver com a torneira seca por até 18 horas. E pior: pode ser obrigada em breve a enfrentar um rigoroso racionamento e ficar quatro dias por semana sem água.
A medida drástica tem uma razão. Se a chuva não vier e o consumo não for reduzido, os reservatórios podem ficar sem água ainda no primeiro semestre. A previsão mais pessimista fala em escassez completa em março. E o cenário temeroso faz serem cogitadas possibilidades como antecipação das férias escolares de julho para maio, uma maneira de incentivar que muitas famílias deixem o Estado e, assim, o uso de água diminua.
Mas se o problema era conhecido tantos anos atrás, por que não foi evitado? A resposta é complexa. O fato é que a previsão de Freitas mais de uma década atrás não tinha nada de sobrenatural. Estava baseada em números:
– Entre 1998 e 2000, trabalhei na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), onde nos preocupávamos muito com a quantidade de água disponível. Quando fui transferido para a ANA, em 2001, e comecei a prestar atenção na qualidade, fiquei estarrecido com a poluição de rios e a falta de tratamento. Era questão de tempo.
Hoje professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o técnico conta que a situação observada quase 15 anos atrás foi comunicada aos governos paulista e federal, mas não teve efeito. E atribui isso à “surdez pluripartidária”, já que obra de saneamento “não aparece” e, por isso, “não dá voto”.
– É impressionante que até hoje a ANA não consegue exercer poder de polícia e cuidar dos mananciais – pondera Freitas.
O alerta da agência em 2001 não foi o único. Em 2009, o próprio governo paulista, com base na análise de mais de 200 especialistas, apontava risco de desabastecimento em 2015. E pior: a estiagem que afeta o Sudeste há pelo menos três verões foi apenas um dos fatores que intensificou o problema. Não o gerou sozinho. É preciso incluir na conta o descuido com as fontes de água, a falta de investimento das empresas para evitar desperdício e a gestão inadequada, que tratou a água como fonte inesgotável.
Soma-se a isso outro ingrediente indigesto: a falta de diálogo com a população. Em ano eleitoral, como foi 2014, candidatos tucanos e petistas fizeram malabarismos retóricos para minimizar dimensão do colapso e evitar a palavra racionamento. O resultado é a pior crise hídrica da história de São Paulo.
Racionamento e guerra à vista
Mesmo que a falta de chuva se concentre no Sudeste, é consenso que o impacto deve se espraiar pelo país. Se não por dificuldades no abastecimento, na alta do preço da luz e da comida e no enfraquecimento da economia. A expectativa de analistas é de que o país cresça 0,1% em 2015, só que o aperto fiscal do Planalto e a falta de água pode levar a taxa para baixo de zero.
Em Minas Gerais, após sobretaxar o consumo, o governo sinalizou que pretende adotar racionamento para diminuir o uso em pelo menos 30%. Eventos tradicionais, como o Carnaval em Ouro Preto, terão de ser adaptados.
No vizinho Rio de Janeiro, pelo menos dois reservatórios que abastecem o rio Paraíba do Sul, principal fonte de água do Estado, já atingiram o volume morto. Incapaz de evitar a escassez, o governo aventa possibilidade de racionamento nos próximos meses.
Até onde a crise hídrica é capaz de chegar? Difícil dizer. Mas especialistas indicam que o cenário atual é só o início de uma “guerra hídrica” entre os Estados por rios que cortam o Sudeste do país. A primeira trincheira já foi, inclusive, definida: o Paraíba do Sul, que nasce em São Paulo, mas também corta Minas e o Rio, ao longo de 1.137 quilômetros de extensão.
No fornecimento de água, esse rio é altamente importante para os fluminenses, abastecendo 11 milhões de habitantes. Por isso, a proposta de transposição feita pelo governo paulista foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). A definição deve sair até 28 de fevereiro, dias antes do prazo estipulado por técnicos como “Dia D” para um possível colapso do abastecimento em São Paulo, resultado do esgotamento dos reservatórios.
– É uma escassez que se arrasta há anos, não começou do dia para a noite. Mesmo que chova muito acima da média durante cinco anos e os reservatórios voltem a ficar totalmente cheios, nada será como antes – sentencia Roberto Kirchheim, geólogo especializado em recursos hídricos.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Demissão e redução na produtividade
Mesmo mais preparada para a seca que se avizinhava, a indústria sente com rigor o efeito da crise. Diversas empresas já adotavam cisternas e poços para abastecimento, mas com a intensidade da estiagem, pelo menos 60 mil companhias devem ser afetadas em São Paulo, segundo estimativa da Federação das Indústrias (Fiesp). As companhias atingidas respondem por cerca de 1,5 milhão de empregos.
– A última coisa que a indústria quer fazer é reduzir os postos de trabalho. Mas se a crise se aprofundar e a empresa for obrigada a reduzir atividades, ficar um dia sem água, aí começará a impactar – diz Nelson Pereira dos Reis, diretor titular do Meio Ambiente da Fiesp.
Para amenizar os impactos, a entidade está mapeando agora as águas metropolitanas do Estado. O plano é que as empresas possam se juntar em consórcios para construir poços e garantir o abastecimento.
A procura por águas subterrâneas, uma alternativa que funciona bem em Ribeirão Preto (SP), importante centro industrial do país, tem aumentado. O município é responsável pelos maiores volumes de extração de água do Aquífero Guarani no país.
O geólogo Roberto Kirchheim explica que o recurso utilizado faz parte da taxa de recarga, que se renova todo ano:
– Se fosse usada de forma ostensiva a reserva permanente seria um problema, mas uma avaliação global diz que a situação de hoje é confortável.
No Rio, pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado (Firjan) revela que 30,6% delas já enfrentam problemas por conta do baixo nível nos reservatórios. Essas empresas empregam cerca de 15% dos empregos industriais fluminenses.
48 milhões de pessoas no país vivem em regiões atingidas pelo desabastecimento de água potável.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Alívio temporário no Estado
Por ser rica em mananciais e estar com os índices de chuva em dia, Santa Catarina está livre do drama enfrentado por São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais na crise hídrica. Ao menos por enquanto, porque a incapacidade de tratar a água sem desperdiçar e a falta de reservatórios ainda deixam SC tão à mercê dos fatores climáticos.
Enquanto São Paulo enfrenta a maior seca dos últimos 84 anos, a Defesa Civil afirma que Santa Catarina registrou tanta chuva nos últimos meses quanto na média dos anos anteriores. A expectativa é que a maioria das regiões do Estado passe o próximo ano sem se preocupar com estiagem.
A informação tranquiliza, mas especialistas estimam que dois ou três verões consecutivos de baixa precipitação já sejam o suficiente para secar torneiras em cidades mais afastadas dos grandes rios. Hidrólogo do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops) e professor da FURB, Ademar Cordero explica que, em situações de crise, a água acaba primeiro nas cidades mais afastadas da fonte até chegar às mais próximas.
– Toda a humanidade depende do clima, mas os municípios que dependem de captações mais distantes das fontes são afetados com mais gravidade e mais rapidamente – diz Cordero.
Barragens vazias e rios poluídos no Sudeste
É o que está acontecendo no Sudeste: com barragens vazias e rios e nascentes poluídos demais, os grandes centros populacionais já enfrentam severas dificuldades, tornando-se dependentes de captação em locais afastados – um processo bem mais oneroso. Em 2011, um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) mostrou que os maiores investimentos necessários para garantir água a todos os catarinenses até 2025 seriam justamente nas cidades que precisavam deslocar a captação para regiões afastadas.
– Sem grandes conglomerados, toda a captação é descentralizada. Isso impede que dependamos demais de uma única fonte e diminui os estragos de uma seca localizada – explica Bruno Beilfuss, diretor de recursos hídricos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS).
As pequenas captações também abastecem com mais segurança as populações locais e barateiam bastante o serviço, conforme explica Jair Sartorato, engenheiro da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan):
– Nem sempre há água no local em que se consome. A primeira adutora abastecia o Centro de Florianópolis com água da Lagoa da Conceição. Hoje, esta quantidade de água seria insuficiente para abastecer sequer a própria Lagoa – relata Jair Sartorato, engenheiro da Casan.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Armazenamento e medição de mananciais são os déficits
Com poucos reservatórios de grande capacidade – sendo o maior deles a barragem do Rio São Bento, em Siderópolis –, o Estado acaba mais suscetível ao clima.
Guilherme Miranda, hidrólogo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri-SC), explica que o Estado nunca dependeu de armazenagem para suprir a demanda, e por isso nunca se investiu na área, mas que o aumento populacional e o esgotamento da capacidade dos mananciais exigem um olhar atento à questão. As pequenas centrais hidrelétricas (PCH), que possuem reservatórios de no máximo 3 km², são mais abundantes em SC e trabalham apenas com a vazão imediata – ou seja, quando o nível do rio cai, a captação e a produção elétrica são interrompidas.
Porém, as contrapartidas sociais e ambientais de uma inundação deste porte desestimulam a prática. A barragem do São Bento causou comoção nacional ao inundar uma área de 450 hectares em 2002, expulsando moradores e afetando gravemente a fauna e a flora local.
– Sem grandes reservatórios, o Estado tem dificuldade até para manter o nível constante de um rio, afetando seriamente as pessoas que moram às margens dele – afirma Miranda.
Mesmo a medição dos reservatórios e mananciais é feita de forma precária e desorganizada. O relatório emitido diariamente pela Epagri, por exemplo, aponta em tempo real o nível de cada um dos rios mensurados – mas apenas parte deles, já que vários não possuem estrutura para tal. Por outro lado, a Agência Nacional das Águas (ANA) só mantém monitoramento em tempo real de dois dos 16 rios de jurisdição federal em SC, que são aqueles que cruzam fronteiras interestaduais ou internacionais: rio Canoas e rio Uruguai. Os outros são medidos com régua, quando há demanda, por órgãos com os quais a ANA mantém acordo, como a Epagri.
Na Casan, cada superintendência regional faz um controle próprio das barragens locais, muitas vezes usando medidas despadronizadas, alertando a central somente em casos de urgência. Via assessoria, a companhia explica que como não há risco imediato de seca, não existe uma apuração precisa da situação de cada reservatório.
24 bacias hidrográficas em Santa Catarina - 341 mil microbacias no Estado.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Crise muda hábitos dos consumidores
A crise hídrica no Sudeste tem abalado o espírito gastador do brasileiro, até então acostumado à fartura de água. Embora paulistas, cariocas e mineiros sejam os mais afetados com a crise hídrica até o momento, a experiência destas regiões mudou a forma dos habitantes de outros Estados lidarem com a questão.
– É o tal do “efeito São Paulo”. A Casan nunca foi avisada tão rapidamente sobre vazamentos em ruas, o cidadão vê um problema e imediatamente se preocupa com desperdício – conta o diretor de operações da Casan, Paulo Meller.
Duas estratégias para prevenir
Para evitar que uma seca em SC cause imbróglio semelhante ao de São Paulo, a Casan (responsável por 197 cidades em SC) mira em duas estratégias: a ampliação da estação de tratamento de Cubatão, em Palhoça, incluindo um equipamento flocodecantador; e a macroadutora do Rio Chapecozinho, no Oeste, que levará água para quatro cidades da região: Chapecó, Xaxim, Xanxerê e Cordilheira Alta.
A primeira obra deve custar R$ 18 milhões e ficar pronta até o próximo verão. Já a macro-adutora no Oeste, que custará cerca de R$ 200 milhões, será a maior obra da história da Casan. Trata-se de um sistema de canos com 57 quilômetros de extensão, que deve abastecer cerca de 350 mil pessoas de quatro cidades e ficar pronta em até três anos.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
“Com a seca, seríamos tão afetados quanto o Sudeste”
Especialista Guilherme Xavier de Miranda defende investimentos em reservatórios e na preservação dos mananciais para evitar problemas maiores no Estado caso a chuva fique escassa, como ocorre na região de São Paulo e Rio de Janeiro nos últimos meses.
O abastecimento de água em Santa Catarina seria tão afetado por uma estiagem quanto na região Sudeste?
Guilherme Miranda – Sim, seríamos muito afetados se houvesse uma estiagem parecida com a do Sudeste caso não ocorra um processo de reservação de água para o abastecimento público. Precisamos fazer estudos para avaliar essa possibilidade. Não se trata apenas de barragens e reservatórios como a Casan constrói, com água tratada, mas de preservar o nível dos próprios mananciais – e não somente para o abastecimento individual, mas para os demais usos. Não adianta eu ter água em casa mas não ter indústria, comércio e mais nada funcionando.
Quais os principais problemas no serviço de abastecimento de água em Santa Catarina?
Miranda – Particularmente, enxergo o desperdício por parte da população como o maior problema. A água ainda é um bem muito barato, então praticamente não existe reuso. Existe uma questão das perdas na distribuição – o que é muito grave, mas não tanto quanto o desperdício. Outro problema sério é a falta de projeção para o atendimento à população. É preciso calcular as demandas futuras e garantir que a manutenção adequada dos mananciais de Santa Catarina.
Em comparação com outros Estados, SC possui muitas pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e poucos reservatórios. Como isso afeta o abastecimento na crise?
Miranda – Há diversos prós e contras. Do ponto de vista ambiental, a vantagem é que as PCHs causam menos impacto que uma grande obra porque somente áreas menores afetadas. No entanto, elas não têm capacidade de regularização da vazão dos rios como os reservatórios maiores. As PCH não conseguem armazenar água o suficiente em seus reservatórios para manter os rios sempre perenes, causando muita variação no nível do rio – às vezes, no mesmo dia. Trata-se de uma questão preventiva, pois hoje praticamente toda a água em SC é captada no rio, nos deixando mais dependentes da chuva.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Perdas chegam a 33% no Estado
No começo da atual temporada de verão, a Casan divulgou investimentos na rede de distribuição que melhorariam em 25% a distribuição de água para o Norte da Ilha, região que historicamente sofre com o desabastecimento nessa época do ano. No entanto, se a concessionária interrompesse as perdas no sistema da Capital, que chegaram a 33,72% em 2013, segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), órgão ligado ao Ministério das Cidades, a probabilidade de faltar água para os moradores seria menor. Tubulação antiga e com manutenção inadequada, além de interferências como ligações clandestinas são os principais problemas relacionados a perdas de água na distribuição.
O relatório do SNIS mostra que Santa Catarina está aumentando o percentual de perdas nos três últimos anos avaliados pela pesquisa, de 2011 a 2013. Além disso, auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) também apontam uma perda de água bem acima do que é considerado bom pelo governo federal: 20%.
– Nos últimos anos, há um aumento dos indicadores, mas acredito que boa parte se deva a um controle melhor. Há 10 anos, os mecanismos de medição eram bem mais modestos e muitas distribuidoras tinham dificuldades para encontrar os vazamentos. Mesmo assim, o desperdício ainda é muito alto – conta Roberto Fleischmann, diretor de Atividades Especiais do TCE, que apontou uma perda de 41% do Sistema Integrado Florianópolis em 2011.
As perdas calculadas na distribuição são referentes à infraestrutura das concessionárias. Ou seja, são vazamentos que ocorrem desde a captação dos mananciais até antes de chegar no destino final, as residências, passando pelas estações de tratamento.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Cidade do Oeste desperdiça 90%
O município que apresentou o pior resultado foi Lajeado Grande, no Oeste, com 90,02% de perdas no sistema em 2013, que é municipalizado, segundo dados do SNIS. Isso significa que a cada 10 litros de água tratada na região, apenas um litro chega no seu destino final. O responsável pelo sistema de tratamento não foi encontrado pela reportagem para comentar o resultado.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
“O desperdício é dinheiro no lixo”
TÂNIA DENISE PEDRELLI, Professora de abastecimento de água
Por que São Paulo enfrenta tantas dificuldades de abastecimento de água e Santa Catarina não?
Tânia Pedrelli – Santa Catarina tem um bom histórico de preservação de nascentes, ao contrário de São Paulo e o restante da região Sudeste. Por exemplo, o Parque da Serra do Tabuleiro, onde estão as principais nascentes da Grande Florianópolis, foi bem cuidado nas últimas décadas. Sem preservar as nascentes, não existe fonte de água.
Isso indica uma falta de planejamento desses Estados?
Tânia – Para chegar a esse ponto de falta de água, vários fatores influenciam: demanda alta, falta de chuva, desgaste ambiental de mananciais. A natureza sozinha não resolve tudo, é preciso ajudar. E esse planejamento tem que ser feito a longo prazo.
O que seria considerado um bom exemplo de cuidados com fontes de água?
Tânia – Quando falamos de recursos naturais, quem produz é o meio rural, não a cidade. Há um projeto subsidiado pela Agência Nacional de Águas (ANA) no interior de Minas Gerais que é emblemático com relação à produção do líquido.
A média catarinense de perdas é de 33,7%. Isso pode causar desabastecimento de água?
Tânia – Essa perda em sistemas no Brasil é algo histórico. Se as companhias trabalhassem melhor com sistema de gestão de perdas, não faltaria água nessa época. Essas perdas significam dinheiro jogado no lixo. É uma água que você trata e não usa.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Contas terão novamente a bandeira vermelha
No mês de fevereiro os consumidores brasileiros vão pagar novamente um adicional de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia consumidos. Pelo segundo mês, estará em vigor a bandeira tarifária vermelha para todas as regiões do país, exceto para os Estados do Amazonas, Amapá e Roraima.
O sistema de bandeiras tarifárias, que permite a cobrança de um valor extra na conta de luz de acordo com o custo de geração de energia, começou a vigorar no início de janeiro. No primeiro mês do ano, a bandeira também foi vermelha, por causa do uso intenso de energia de termelétricas, que é mais cara do que a gerada por usinas hidrelétricas.
As bandeiras funcionam como um semáforo de trânsito, com as cores verde, amarela e vermelha para indicar as condições de geração de energia no país. Se for um mês com poucas chuvas, os reservatórios das hidrelétricas estarão mais baixos, por isso, será necessário usar mais energia gerada por termelétricas.
Aneel diz que bandeira evita desperdício
Quando a conta de luz vier com a bandeira verde, significa que os custos para gerar energia naquele mês foram baixos, portanto, a tarifa de energia não terá nenhum acréscimo. Se vier com a bandeira amarela, é sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando.
Nesse caso, a tarifa de energia terá acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Já a bandeira vermelha mostra que o custo da geração naquele mês está mais alto, com o maior acionamento de termelétricas, e haverá um adicional de R$ 3 a cada 100 kWh.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar um custo que hoje já está na conta de energia, mas geralmente passa despercebido. Assim, o consumidor poderá identificar a bandeira e reagir a essa sinalização com uso inteligente da energia elétrica, tentando evitar o desperdício.
Fonte: Diário Catarinense – 01-02
Aeroporto
A construtora Espaço Aberto está fazendo questionamentos sobre as obras do novo terminal do aeroporto Hercílio Luz: “Por que a Infraero não pagou as últimas medições da Espaço Aberto? Por que a Infraero não cumpriu com as suas obrigações e terminou a primeira etapa de terraplanagem para dar início à obra? Por que a primeira etapa do terminal de passageiros não foi cumprida?”
Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira – 01-02