Classe C se torna maioria no Facebook e no Twitter
Publicado em 09/11/2012
Classe C se torna maioria no Facebook e no Twitter
Medição mostra que os dois sites agora são sócio-economicamente quase iguais ao Orkut
Entre os usuários mais elitistas do Facebook e do Twitter, o fenômeno ganhou um apelido: a "orkutização" das redes sociais. Um levantamento inédito do instituto Data Popular agora quantifica essa transformação. De 2009 para cá, a chamada classe C – termo equivalente a classe média, estrato ao qual 30 milhões de brasileiros ascenderam nos últimos dez anos – passou a ser maioria nos dois sites, que se tornaram sócio-economicamente muito parecidos com o popular Orkut.
Há três anos, a classe AB (ou classe alta) era franca maioria nessas redes sociais, com 64% de presença no Facebook e 81% no Twitter. A classe C tinha modestos 32% no Facebook e 18% no Twitter. De acordo com o levantamento do Data Popular, agora a classe C tem 56% dos usuários do Facebook (contra 24% da elite) e 55% do Twitter (também contra 24% da elite). Bem semelhante ao Orkut, que tem 57% de classe C e 23% de classe AB, proporção que o site já registrava em 2009, quando contava com 50% de classe C e 34% de classe AB.
A "orkutização" quantificada
A nova distribuição sócio-econômica do mundo virtual reflete melhor o que acontece na sociedade brasileira "real". Segundo dados oficiais, a classe C abrange 53% da população, a classe DE tem 27% e a classe AB, 20%. A proporção também corresponde à presença das classes sociais na internet como um todo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio: entre os 75 milhões de internautas brasileiros, 48% são da classe média, 44% da classe alta e 8% da classe baixa.
"Essa mudança aconteceu porque a internet, no Brasil, é muito mais utilizada pelos jovens. E, entre os jovens, ela é democrática, ou seja, não existe grande diferença na penetração da internet entre jovens de classes altas ou baixas", diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular.
"É preciso dizer que termos como 'orkutização' têm um juízo de valor (negativo)", diz Meirelles. "Ele é usado porque a elite percebe que espaços antes exclusivos agora são compartilhados por pessoas da classe C, o que é ótimo para a sociedade, mas incomoda algumas pessoas", afirma.
O levantamento também identificou aquilo que os usuários mais têm feito nas redes sociais. Nos últimos 15 dias, 54% dos consultados postaram fotos, 49% marcaram algum encontro e 31% falaram mal de alguma empresa. "Nas classes mais baixas, é comum que os usuários se exponham muito mais, postando fotos 'abertas' para quem quiser ver. A classe C usa a internet como vitrine, para mostrar ao mundo as coisas que tem conquistado graças à inclusão social", diz Meirelles.
A pesquisa do Data Popular, feita em parceria com a WebSIA, considerou os mesmos critérios de renda da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo. Segundo esses critérios, que o Data Popular ajudou o Governo a criar, classe média é quem tem renda familiar entre R$ 1.540 e R$ 2.313 – acima disso é classe alta, abaixo é classe baixa. O instituto consultou 1,8 mil pessoas em 57 cidades de forma "offline", ou seja, nas ruas mesmo. Além disso, confirmou os resultados através de uma pesquisa online com mais de 20 mil brasileiros.
Esses e outros dados serão apresentados pelo Data Popular no 1º Fórum Novo Brasil, que acontece nos dias 12 e 13 de novembro, no hotel WTC Sheraton, em São Paulo. No evento, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) irá comentar a democratização da internet no Brasil.
Fonte: Portal Ig
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