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CDL de Florianópolis lança segunda fase da campanha de combate à pirataria na Capital

Publicado em 21/10/2018
CDL de Florianópolis lança segunda fase da campanha de combate à pirataria na Capital

Iniciativa visa provocar uma reflexão dos hábitos de consumo diante de produtos falsificados

Lançada em junho e intitulada “Despiratize”, a campanha de combate à pirataria da CDL de Florianópolis chega à segunda fase com o slogan “Pirataria não é brincadeira” para provocar uma reflexão no consumidor. Com o mote educacional, a iniciativa visa coibir o consumo de produtos falsificados, que alimenta uma cadeia organizada formada por vendedores, distribuidores e fabricantes.

O presidente da CDL, Lidomar Bison, destaca que o caráter educacional é pioneiro e vale para qualquer situação, desde a aquisição de produtos com ambulantes, como em sites de internet e de estabelecimentos que comercializam produtos falsificados ou de “segunda linha”, como também são conhecidos. “O que acontece é que a pessoa se depara com produto mais barato e fica tentado a comprar e às vezes não tem argumento, informação ou bagagem para que possa renunciar a isso”, explica.

Bison relata que a campanha tem se mostrado eficiente, com aderência de empresas e entidades, inclusive de fora de Santa Catarina. “Já ganhamos reconhecimento do nosso sistema, estamos participando do prêmio Top of Mind da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing) de 2019, e agora nesta segunda fase entra uma nova colocação dizendo que pirataria não é brincadeira”, afirma.

O dirigente ressalta que a pirataria em Santa Catarina não é diferente de outros Estados, mas que Florianópolis atrai um maior número de ambulantes por ser uma cidade destino, ao contrário de outros locais, com perfil conservador do consumidor, que não aceita produtos vendidos no chão. “Mas isso varia de produto para produto. A confecção tem um foco de produção mais voltada para Santa Catarina e por conta disso há um volume maior de distribuição por aqui”, explica Bison, lembrando que Brusque, Jaraguá do Sul e São José têm empresas fabricantes de produtos falsificados.

Ambulantes procuram outros espaços públicos 

O número de operações e apreensões feitas pela Receita Federal vem subindo desde 2010. No ano passado, 32% do valor total de apreensões no país ocorreram em Santa Catarina e no Paraná, ambos com fronteiras. Os dois Estados também foram recordistas em multas aplicadas (1.513) nas operações, quase a metade do total no país (3.483), segundo a Receita. A explicação para este resultado é a mobilidade rápida deste mercado paralelo: quando se intensifica a fiscalização em uma região, o grupo passa a atuar em outra.

Em Florianópolis, a estratégia dos piratas não tem sido diferente. Com a fiscalização intensa nos últimos três meses na área central, muitos ambulantes procuram outros espaços públicos, principalmente nas praias de maior frequência de turistas, como Canasvieiras, no Norte da Ilha. “É um risco maior ainda porque pega as pessoas mais relaxadas, não preocupadas em um momento de férias, e que acabam comprando”, diz Lidomar Bison.

O presidente da CDL defende uma fiscalização efetiva, que resulte em apreensões. “Elas são importantes porque atuam direto no equilíbrio econômico financeiro de quem está praticando o comércio ilegal”, afirma.

Fiscalização intensifica ações no Centro

A fiscalização está presente no Centro de Florianópolis, mas alguns ambulantes, alguns deles imigrantes, insistem em atuar nas imediações do Mercado Público, principalmente nas esquinas das ruas Felipe Schmidt, Conselheiro Mafra e Deodoro. Mas é só os fiscais da Susp (Superintendência de Serviços Públicos) ou os agentes da Guarda Municipal passarem pelo local, que eles logo recolhem os materiais e expostos e buscam outras ruas para atuarem.

A comandante da Guarda Municipal, Maryanne Mattos, relata que na última quinta-feira (18) foi realizada uma apreensão de morangos no momento em que bandejas estavam sendo descarregadas em um ponto do Centro.

Maryanne relatou que é comum os ambulantes fugirem diante da presença dos fiscais da Susp devidamente identificados com colete, e que ações têm sido realizados nos últimos meses com objetivo de “fecha o cerco” aos ambulantes que não têm alvarás ou licenças para atuarem nas ruas. A comandante também informou que o trabalho será intensificado nas praias, principalmente no período que antecede ao Natal.

Os consumidores

O tempo todo tem pessoas consumindo produtos pirateados no Centro da Capital. O autônomo Mateus Vieira, 22 anos, comprou três camisetas de marcas famosas ao custo de R$ 30 cada. “Comprei porque é mais barato”, justificou Vieira, que calcula um gasto de R$ 300 se tivesse optado por produtos originais. Para o autônomo, a questão de qualidade é relativa e depende do produto. “Óculos de sol, por exemplo, já é diferente, a qualidade não é tão boa mesmo”, argumentou.

Já a contadora Sabrina Rodrigues, 28, só compra mediante o fornecimento de nota fiscal. Ela admite que já comprou produtos piratas, mas hoje preza pela qualidade. “O barato sai caro, essa é a verdade”, atestou. Para a auxiliar de serviços gerais Driele Silva, 25, o fator preço ainda é diferencial. “Já comprei roupas, sapatos e óculos, mas a gente percebe que a qualidade do produto não é muito boa”, disse.

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