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Atividade econômica volta a ter números positivos em Santa Catarina

Publicado em 24/08/2020
Atividade econômica volta a ter números positivos em Santa Catarina

Maio, junho e julho tiveram indicadores gradativos de crescimento da economia em SC após março e abril registrarem quedas expressivas como consequência da crise do coronavírus

Após meses de intensa queda da atividade econômica em Santa Catarina em março e abril deste ano por conta dos reflexos da pandemia do coronavírus, aos poucos o Estado começa a apresentar índices positivos. Os resultados de alta têm sido melhores do que a média brasileira, enquanto que as baixas estão atreladas ao isolamento social mais radical feito por Santa Catarina nos primeiros meses da pandemia. Como na série histórica do PIB, o Estado catarinense tem lidado melhor com a crise de 2020 do que a média do país.

Após meses de resultados negativos nos primeiros meses do ano, o Índice de Atividade Econômica de Santa Catarina, indicador que é considerado uma prévia do PIB, voltou a crescer em maio (+4,3%) e junho (+4,8%) no comparativo com os meses anteriores. Apesar disso, no acumulado do primeiro semestre, Santa Catarina ainda amarga prejuízo de -5,1%. Mas o índice é menor do que a média brasileira, de -6,3%.

Os resultados apontam que se as condições de saúde melhorarem e não ocorrer novo lockdown, a tendência é de melhora da atividade econômica para os próximos meses.

“A indústria e o comércio caíram muito em março e abril, tivemos um susto inicial muito grande. Mas depois percebemos um processo de adaptação à pandemia. Tem sido um excelente ano para o agronegócio, o que de certa forma compensa outros setores. É possível que a gente chegue a dezembro com o resultado [de PIB] próximo de 0% ou pequena queda negativa, o que é melhor do que as previsões iniciais”, avalia Paulo Zoldan, economista e gerente de indicadores da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.

Avaliação dos impactos na atividade econômica

José Fiates, diretor da Fiesc, cita que as medidas do governo federal, como o auxílio emergencial e a possibilidade de repactuação dos empregos e da carga de trabalho de funcionários, permitiu aos empresários gerenciarem melhor a crise. “Havia uma expectativa e ainda há um impacto importante no setor industrial, mas acabou sendo menor do que se imaginava em um primeiro momento. O setor industrial tem conseguido agir razoavelmente”, afirma.

Segundo Leonardo Régis, economista da Fecomércio SC, o setor de serviços foi muito mais afetado que o comércio em Santa Catarina. Apesar de o comércio ter registrado quedas significativas em março (-12,5%) e abril (-19,8%), os meses de maio (-3,3%) e junho (+24,6%) já mostraram recuperação. Os setores que ajudaram o comércio a crescer foram: alimentício, artigos farmacêuticos e móveis/eletrodomésticos.

Por outro lado, os serviços ainda não registraram mês positivo, apesar de junho (-8,5%) ter sido melhor do que as quedas de abril (-20,7%) e maio (-18,7%). Foram afetados principalmente serviços prestados às famílias, como alojamentos, bares e restaurantes, hotéis, cabeleireiros, serviços de beleza, entre outros.

Em uma avaliação dos próximos meses, Leonardo é mais cauteloso. “É um momento ainda de muita incerteza, são muitas variáveis econômicas e epidemiológicas. Há muitas pessoas que perderam o emprego, o auxílio emergencial pode ser reduzido, então são fatores que refletem na economia. Mas há a perspectiva de que é possível que Santa Catarina se recupere rapidamente exatamente por ser um Estado sólido e de economia diversificada”.

Fonte: ND Mais
Fonte: Banco Central

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