CDL

Caso os comerciantes não atendam as determinações do Município, a Prefeitura de São José voltará com as restrições

Segunda-feira (13), o comércio de rua de São José voltou a abrir as portas depois de mais de 20 dias desde o início das restrições impostas para o combate ao coronavírus. A retomada das atividades é parcial e os comerciantes devem obedecer as regras sanitárias descritas no decreto municipal, caso contrário, a liberação pode ser suspensa pela Prefeitura.

Equipes do Procon Municipal e da Defesa Civil percorreram as ruas comerciais da cidade com o objetivo de orientar comerciantes e consumidores. Conforme o decreto, os lojistas precisam oferecer aos funcionários os EPIs (equipamento de proteção individual) necessários para cada segmento, reduzir o quadro funcional em 50%, limitar o número de clientes dentro do estabelecimento e oferecer a eles álcool em gel ao entrar e ao sair do comércio.

De acordo com o diretor do Procon de São José, Fabrício Vieira, de maneira geral os comerciantes estavam respeitando o decreto e onde houve casos de inadequação os lojistas foram orientados a adotar as devidas providências. Em algumas lojas, por exemplo, não havia o comunicado na porta informando sobre os cuidados sanitários ou a marcação de distância entre atendente e consumidor.

“A população não está cooperando”

No entanto, o maior problema encontrado pelo Procon foram as filas e aglomerações em agências bancárias e casas lotéricas. “A população não está cooperando. Está faltando consciência na fila, na organização. As pessoas se aglomeram, apesar dos pedidos dos funcionários. Assim fica muito difícil o nosso trabalho”, lamenta Vieira.

Outra observação feita pelo diretor do Procon foi o grande número de veículos circulando nos centros comerciais. Fabrício Vieira chamou a atenção da reportagem do nd+ para a quantidade de carros de passeio com placas de Florianópolis. “Eles [moradores da Capital] não têm onde ir lá no Centro e vêm para São José fazer compras e até consultas. Noventa por cento dos carros que estão circulando aqui [Kobrasol] são de Florianópolis”, avalia o diretor.

Caso o movimento se intensifique e os comerciantes não atendam as determinações do Município, a Prefeitura de São José voltará com as restrições. “Hoje [13] vimos que os comerciantes estão se adequando, todos receberam informações sobre o decreto. A partir de amanhã [terça-feira, 14] quem não estiver cumprindo vai ter a loja fechada pelo Procon”, afirma o diretor Fabrício Vieira.

Vendas acima da expectativa

Em pé na porta da loja, com um frasco de álcool 70% para borrifar nas mãos dos clientes, Valdeci Petry conta que o estabelecimento abriu às 9h com 50% dos funcionários e adotou as demais regras do decreto municipal. Com entusiasmo, Petry relata que, ao contrário do que a direção da loja esperava, a segunda-feira registrou vendas acima da expectativa.

“As pessoas não procuraram apenas aqueles itens de primeira necessidade, como fogão e geladeira. Todo o mix da nossa loja teve procura e venda. Minha surpresa maior foi a quantidade de celulares vendidos”, comemora Valdeci Petry.

Passeio na loja

No bairro Campinas, em São José, havia filas em agências bancárias da Avenida Presidente Kennedy e em numa loja de móveis e eletrodomésticos. Na fila, sob o sol da tarde, os clientes aguardavam para fazer compras emergenciais, pagar carnês e trocar produtos. A auxiliar de limpeza Marlene Hinchel estava ansiosa para trocar uma cafeteira que ganhou de presente.

Ela conta que está há dias em casa cumprindo o isolamento social desde quando entrou em férias coletivas da escola onde trabalha. Ter saído ontem de casa foi um alívio para Marlene. “Aproveitei a abertura do comércio para trocar a cafeteira e dar uma volta, mas é rapidinho, já vou voltar para dentro de casa. Temos que nos cuidar, né?!”, diz.

Fonte: ND Mais
Foto: Marcela Ximenes/ND